A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

novembro 30, 2014

As Máscaras Afro-Brasileiras no Minhocão de São Paulo

Quantas vezes você cruza o Minhocão sem se dar conta do que acontece naquele espaço que beira a deterioração? Hoje, ao ir comprar frutas, verduras e legumes na feira livre de Santa Cecília tive uma grata surpresa – todos os pilares, de ambos os lados, receberam obras de arte. É que para comemorar o Mês da Consciência Negra e contribuir com o cenário sempre inovador e renovador da arte urbana na cidade, a Secretaria Municipal de Cultura inaugurou na sexta-feira, dia 28/11, a exposição “Máscaras Afro-Brasileiras”, que integra o Projeto Omô Lodjô, cujas criações são assinadas pelo artista Renato da Silveira. Nesta mostra a céu aberto, o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, recebeu em 20 de seus pilares, a partir da Rua General Jardim até o Largo do Arouche, colagens de imagens gráficas inspiradas no universo africano.

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Fonte: Secretaria Municipal de Cultura

Renato da Silveira é artista, pesquisador e escritor baiano, doutor em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais), de Paris. Sua primeira aproximação com o tema das máscaras africanas aconteceu em 1967, ano em que visitou a Bienal Internacional de Arte e por ocasião de estar no Parque Ibirapuera, visitou também, em uma das salas do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), uma exposição com máscaras africanas, que, segundo ele “reorientou bruscamente a intenção estética e meus valores visuais, alterando o próprio modo de lidar com a forma”. (more…)

novembro 27, 2014

A infância dos anos 60 e seus sabores

No tempo de minha infância não havia nada, mas vivi com muito pouco e aproveitei tudo.

O auge de minha infância e adolescência foi nas décadas de 60 e 70. Era um tempo maravilhoso e quem visita o A Simplicidade das Coisas com frequência já sabe que eu sempre escrevo sobre ela.

Quando bem pequeno morei na Haras e Fazenda São José do Morro Grande – até meus 4 ou 5 anos – onde minha mãe era cozinheira, meu pai tratorista, meu avô paterno administrador e meus tios agricultores. Tais terras pertenciam ao Sr. Renato Mário Pires de Oliveira Dias, e que, além de plantações agrícolas tinha também um Haras. Segundo minha mãe, o Renatinho, como era chamado o filho do proprietário, gostava de fotografar (ou seja, “tirar retrato” como se dizia naquela época). E são de autoria dele as quatro únicas fotografias que tenho da época em que morei na Fazenda. Seguem abaixo, junto com uma “3×4”, a minha primeira nesse formato e com 7 anos.

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Olhando estas fotos antigas pude lembrar de alguns episódios e fiquei com saudades de minha infância. Então, tive a ideia de escrever alguns “fragmentos gustativos” daquela época. Neste texto trago à memória as coisas que eu mais gostava de comer e beber. Se você nasceu na década de 70 pode ser que se identifique com algumas delas. Seguem: (more…)

novembro 25, 2014

A família Martini, de Rio Claro/SP – parte 2

Continuação… (ver a parte 1)

Mas não era só para comer e beber vinho que nossa família se reunia – a gente também tinha que rezar o terço. Quando criança o nosso passeio era ir à missa e não víamos a hora de ter uma quermesse. A gente também gostava de rezar o terço, não por rezar o terço, mas pelas brincadeiras da molecada que havia depois que acabava o amém. E também a baciada de pipocas que minha avó fazia!

No sítio eles faziam procissão para chover. Todo o mundo em procissão para dar banho no São Benedito, porque daí não chovia muito. Lavar o santo no riacho, imagine só? Ao meio dia faziam procissão até uma encruzilhada pra jogar água nela, isso para fazer chover. Será que hoje isso funcionaria?

Meu avô, Primo Martini, com minha avô, Virgínia Calore Martini, em sua primeira foto juntos, na saída da missa, quando começaram a namorar.

Meu avô, Primo Martini, com minha avô, Virgínia Calore Martini, em sua primeira foto juntos, na saída da missa, quando começaram a namorar.

Nós, as crianças, fazíamos isso na inocência, na pureza. Minha mãe era muito devota de Nossa Senhora Aparecida e de São José – sempre rezou muito. Eram essas coisas que faziam parte de nossa “agenda”: “mês tal vai ter terço”. Um dos nossos maiores anseios era saber que ia ter terço. As ruas de Rio Claro eram mal iluminadas, a gente ia a pé para ir rezar. Não queríamos nem saber se estava chovendo, se estava frio. A gente sabia que esse era um modo de conversar com as pessoas. Nem passava pela nossa cabeça o uso telefone. Telefone, TV e geladeira não faziam parte do nosso pobre cotidiano. Então a gente saía e ia fazer visita nas casas. (more…)

A família Martini, de Rio Claro/SP – Parte 1

Como já escrevi por aqui em dois posts, sou bisneto de imigrantes italianos, que vieram para cá no século XIX, por volta de 1870.

Vieram da região de Treviso (Comune de Cornuda), Pádova (Pádua), Castello di Godego, Tirol e outros. Se instalaram primeiro na região de Araras/SP, depois em Cravinhos/SP, depois no Distrito de Ajapi, Rio Claro/SP e finalmente na cidade de Rio Claro/SP.

Meu avô paterno, Primo Martini, Filho de Luigi Martini, conseguiu comprar um sítio, denominado Boa Vista, em Ajapi, onde morava com minha avó, Virgínia Calore Martini e seus filhos – Ernesto, Marino, Antonio, Henrique, Cesar, Pedro Cirilo, Izabel e Eva.

Minha mãe, Maria Angela Gracioli Martini, com Joana Nathalina Gracioli Martini (duas irmãs, casadas com dois irmãos - Antonio Martini e Cesar Martini)

Minha mãe, Maria Angela Gracioli Martini, com Joana Nathalina Gracioli Martini (duas irmãs, casadas com dois irmãos – Antonio Martini e Cesar Martini)

Apesar de ser uma terra dura, com muita piçarra, a cultivavam e dela tiraram o sustento por muitos anos.

Aos poucos os filhos foram se casando e tomando seus próprios rumos. Em meados dos anos 70 meu avô e minha avó, já velhinhos, venderam o sítio e vieram, junto com o meu tio Pedro, morar na Vila Nova, em Rio Claro/SP, ao lado da casa de meus pais. E aqui, faço uma confissão: gostaria muito de um dia poder comprar o sítio que foi de meu avô paterno! Ele fez parte de minha infância e da infância de minhas irmãs. Éramos os primos que moravam na cidade, e que passavam finais de semana e férias com os avós e os outros primos, que moravam no sítio. (more…)

novembro 24, 2014

Somente o povo poderá acabar com a corrupção!

No início do mês de setembro a organização Transparência Internacional lançou em 11 países, incluindo o Brasil, uma campanha para exigir dos governos medidas imediatas para resolver as lacunas legislativas que facilitam a circulação de dinheiro ilegal.

Brasil, Austrália, Portugal, França, Indonésia, Malásia, Rússia, África do Sul, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos da América são os países que participam na campanha “Desmascarar os corruptos” (Unmask the Corrupt, em inglês), que quer sensibilizar cidadãos e governos para a urgência do combate à corrupção.

Essa falta de uma regulação eficaz dos sistemas financeiros permite a agentes corruptos esconder o produto dos seus crimes atrás de empresas de fachada e gozar de uma vida de luxo paga com dinheiro sujo.

Acabar com a confidencialidade na propriedade de empresas, tornando obrigatória a identificação clara dos seus beneficiários, regular o mercado de bens de luxo, particularmente o imobiliário, e fazer um controle mais apertado sobre a circulação de suspeitos de corrupção, são reivindicações da campanha, para a qual foi criado um website, que é o www.UnmaskTheCorrupt.com . (more…)

novembro 23, 2014

São Paulo – pague a conta da luz com o seu lixo!

Hoje fiquei sabendo de uma ação aqui em São Paulo, desconhecida por mim e acredito que pela maioria da população paulistana; Trata-se  de uma ação da AES Eletropaulo  que segundo a distribuidora está tendo resultados positivos. No Rio Grande do Sul, em Canoas, em iniciativa parecida, já foram arrecadados mais de 10 mil toneladas de material reciclável. Os clientes que aderiram obtiveram R$ 78,00 de desconto, em média, na fatura de energia elétrica.

Projeto Recicle, da Eletropaulo.

Projeto Recicle, da Eletropaulo.

Esse projeto funciona da seguinte maneira: O cliente deverá dirigir-se até um dos 7 pontos de coleta existentes, munido de sua conta de luz, para efetuar o cadastro. Com isso ganhará um cartão personalizado para ser identificado sempre que comparecer ao ponto de coleta. De posse do cartão, o cliente começará a missão de reciclagem. (more…)

novembro 19, 2014

Homofobia no trabalho e outros temas

Estudos feitos em vários países mostram que jovens lésbicas, gays ou bissexuais têm uma taxa pelo menos 3 vezes superior de tentativa de suicídio em relação aos seus parceiros heterossexuais – devido ao preconceito e a discriminação sofrida por conta de sua orientação sexual. Grande parte destas tentativas de suicídio advêm de consequentes reações negativas e/ou violentas por parte da família, após conhecimento da orientação sexual do jovem, enquanto os valores tornam-se ainda mais dramáticos no caso de jovens lésbicas, gays e bissexuais em situação de rua, cuja taxa de tentativa de suicídio pode chegar a valores altíssimos de concretização neste grupo específico.

homofobia

ONU lança campanha e Manual contra homofobia no ambiente de trabalho

Vivemos numa sociedade cheia de representações falsas. Por exemplo: dizemos que todos temos direitos iguais. Mas, se comparadas aos homens, as mulheres não têm todos os seus direitos adquiridos. E a “minorização” das mulheres acontece constantemente – os salários são mais baixos que os dos homens no setor privado, só para citar um exemplo. Também dizemos que não somos racistas. Mas a verdade é que o racismo manifesta-se aqui descaradamente ou de forma sutil. (more…)

novembro 18, 2014

A Natureza está falando (Nature Is Speaking)

Se o oceano falasse, qual seria a sua voz? E se a voz dele fosse como a voz de Harrison Ford?  Ainda mais se a mensagem fosse uma mistura de ameaça com desprezo pela pequenez e cobiça da Humanidade. “Eu sou o oceano. Sou água. Sou a maior parte deste planeta. Modelei-o. (…) Todos os seres vivos precisam de mim. (…) Os humanos não são diferentes. Não lhes devo nada. Dou, eles tiram. Mas posso sempre tirar de volta. O planeta não é deles. Nunca foi, nem nunca será. (…) Sou o oceano. A certa altura, cobri todo o planeta. Posso sempre voltar a fazê-lo. É só isso que tenho para dizer.” 

O vídeo de dois minutos O Oceano, narrado Harrison Ford, e composto por magníficas imagens dos mares, é um dos seis da campanha Nature Is Speaking (A Natureza está falando), da organização ambientalista Conservação Internacional, em que alguns dos maiores atores de Hollywood (Julia Roberts, Kevin Spacey, Robert Redford, Edward Norton e Penélope Cruz, além de Ford) emprestam as suas vozes aos protagonistas da Terra: a mãe natureza, a floresta tropical, a sequoia, o solo, a água e o oceano. A principal mensagem, de resposta à destruição sistemática do planeta, tem muito pouco de ambíguo: “A natureza não precisa de pessoas. As pessoas é que precisam da natureza.” Mais dia menos dia, a Terra dará a resposta! Os vídeos podem ser vistos na íntegra, clicando em natureisspeaking.org .

Siga no Twitter #NaturelsSpeaking

novembro 16, 2014

O que é ser um Vegano?

Fui vegetariano por 12 anos. Escrevi sobre isso aqui no blog e mais que uma vez.

Tenho alguns amigos que são veganos e sempre muito criticados por outros grupos. Participam de grupos, fazem manifestações nas ruas de São Paulo e agendadas por redes sociais.

Mas a pergunta é: você acredita que a vida de todos os animais tem exatamente o mesmo valor? Se a resposta for afirmativa, concordará que manter milhares de galinhas confinadas em granjas para recolher seus ovos é um ato pouco apropriado ou que utilizar macacos, hamsters ou gatos para a pesquisa e elaboração de um creme hidratante não só atenta contra seus direitos básicos como deveria ser proibido. No fundo dessas afirmações encontram-se as principais ideias da filosofia do veganismo, “uma alternativa ética ao consumo e à dependência de produtos não adaptados às necessidades físicas e espirituais do ser humano como a carne, o peixe, os laticínios, os ovos, o mel, os produtos derivados dos animais e outros artigos de origem animal como o couro e as peles”, segundo a Associação Vegana Espanhola (UVE), por exemplo.

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Já faz alguns anos que, sobretudo depois que algumas atrizes como Drew Barrymore ou Gwyneth Paltrow tornaram pública sua escolha de vida, o veganismo deixou de ser um absoluto desconhecido para “começar a se normalizar e se transformar em uma opção aceita pela maioria”, opina David Román, presidente da Associação Vegana Espanhola. Entretanto, ainda existe muita confusão a respeito e uma enormidade de mitos que não correspondem à realidade. Um dos erros mais comuns e difundidos é limitar a filosofia vegana ao fato de não consumir produtos de origem animal. Essa característica é somente uma parte de sua realidade, que inclui também o repúdio ao uso e exploração dos animais. “O veganismo não é uma dieta, é uma atitude”, diz Carol Pino, porta-voz da DefensAnimal.org e vegana comprometida há doze anos. “Na associação divulgamos o veganismo como um estilo de vida no qual tudo gira em torno do respeito a todas as pessoas, sem importar se são humanas ou não, se são machos ou fêmeas, qual é sua cor de pele, qual é seu tamanho, sua orientação sexual…”, esclarece Pino. (more…)

novembro 13, 2014

Um bate papo com os garis

Eu gosto de conversar com desconhecidos e pessoas de aparência simples. Aqui perto do meu trabalho, na Sé, em São Paulo, está a Praça da Sé e mais perto ainda a Praça Clóvis Ribeiro, que fica na entrada do Poupatempo. Como podem ver, eu contrario aquilo que minha mãe e a mãe de vocês ensinou: “não fale com estranhos!”

Hoje, depois que almocei, sentei em uma mureta da Praça Clóvis e “puxei conversa” com dois garis.  Disseram-me que são contratados de uma das empresas que presta serviços para a prefeitura. Não perguntei os nomes, mas descobri que eles trabalham em dupla. Um varre e o outro recolhe! E sempre trabalham perto um do outro – é norma da firma. Trabalham seis horas por dia e seis dias por semana. Há também os plantões em domingos e feriados.

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Saco de lixo estampado

A empresa fornece os uniformes (capas de chuva também). Perguntei quanto é o salário deles. Em torno de R$ 1000 mensais. Disseram que tem empresa que paga muito menos.

Fiquei sabendo que há fiscais da empresa, que passam de vez em quando e que são rígidos e conferem desde a eficiência da varrição, a conformidade do uniforme e até a mencionada distância entre as duplas. (more…)

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