No tempo de minha infância não havia nada, mas vivi com muito pouco e aproveitei tudo.
O auge de minha infância e adolescência foi nas décadas de 60 e 70. Era um tempo maravilhoso e quem visita o A Simplicidade das Coisas com frequência já sabe que eu sempre escrevo sobre ela.
Quando bem pequeno morei na Haras e Fazenda São José do Morro Grande – até meus 4 ou 5 anos – onde minha mãe era cozinheira, meu pai tratorista, meu avô paterno administrador e meus tios agricultores. Tais terras pertenciam ao Sr. Renato Mário Pires de Oliveira Dias, e que, além de plantações agrícolas tinha também um Haras. Segundo minha mãe, o Renatinho, como era chamado o filho do proprietário, gostava de fotografar (ou seja, “tirar retrato” como se dizia naquela época). E são de autoria dele as quatro únicas fotografias que tenho da época em que morei na Fazenda. Seguem abaixo, junto com uma “3×4”, a minha primeira nesse formato e com 7 anos.
Olhando estas fotos antigas pude lembrar de alguns episódios e fiquei com saudades de minha infância. Então, tive a ideia de escrever alguns “fragmentos gustativos” daquela época. Neste texto trago à memória as coisas que eu mais gostava de comer e beber. Se você nasceu na década de 70 pode ser que se identifique com algumas delas. Seguem:
– banana São Thomé frita, polvilhada com açúcar cristal e canela;
– bolinho de chuva;
– pipoca doce;
– cocadinha de assadeira;
– queijo meia cura assado na chapa do fogão a lenha;
– sopa de macarrão com feijão;
– salada de sardinha com cebola e cheiro verde (para comer com arroz e feijão);
– sardinha salgada frita (daquelas que vinham em caixas de madeira e fediam muito!!!);
– doces de leite, abóbora e banana, feitos no tacho e no fogão a lenha;
– pão caseiro, com açúcar queimado de recheio, ou doce de banana, ou mel e manteiga, ou banha de porco;
– não sei que nome dar, mas era algo delicioso que minha mãe fazia: mandioca cozida, amassada, misturada com manteiga, pimenta do reino, sal e cheiro verde. Ela colocava em uma frigideira besuntada com manteiga e levava ao fogo, fritando dos dois lados até ficar com uma crosta dourada. Virava uma espécie de Tortilha Espanhola;
– limonada de limão siciliano ou limão cravo;
– groselha (lembram do comercial): “Groselha vitaminada Milani, yahoo! É uma delícia, no leite, no refresco e no lanche…”
– bala 7 Belo, bala Chita, Confete, biju (eu gostava somente do salgado, pois o doce me causava vômitos), chocolate Sensação (aquele que soltava um creme com sabor de frutas na boca), balas soft, caramelos coloridos e os dadinhos de amendoim, da Dizioli;
– doce de banana triangular, que vinha no palito ou com um indiozinho de plástico. O doce de abóbora em forma de coração e a paçoca Amor;
– refrigerante Gini;
– suspiro e maria mole;
– pirulito em forma de chupeta;
– bolo de fubá ou de milho verde;
– geladinho (sorvete de saquinho);
– a crosta que ficava grudada no fundo da panela de ferro onde a polenta era cozida;
Ivone, Tereza, Cida – como diz o Datena: “me ajude aí, oh!”. O que mais poderia fazer parte da lista de gostosuras de nossas infâncias?
Leia também A infância nos anos 60
Nossa quantas delicias ….
CurtirCurtir
Comentário por Eliana — novembro 28, 2014 @ 0:04 |
Obrigado!
Abrs.
CurtirCurtir
Comentário por Augusto Martini — novembro 28, 2014 @ 12:40 |
Delicias de nossa infância, as crianças de hoje não sabem o que é bom!
CurtirCurtir
Comentário por Filomena Signorelli — novembro 28, 2014 @ 20:00 |
Concordo contigo, Filomena. Abrs. Augusto
Em 28 de novembro de 2014 20:00, A Simplicidade das Coisas — Augusto
CurtirCurtir
Comentário por Augusto Martini — novembro 28, 2014 @ 21:34 |