A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

dezembro 2, 2021

Lembranças de infância – “O braço da mãe tá quente”

As lembranças desse texto foram vividas na Vila Martins, na casa em que minha família morava na Rua M1-A, esquina da Avenida M1-A, na cidade de Rio Claro/SP, no final dos anos 60. Eu tinha uns 9 anos, as ruas eram de terra batida e em toda sua extensão havia um terreno enorme, local da antiga linha férrea da Maria Fumaça que ligava Rio Claro a Ajapí, Ferraz e Corumbataí. Em frente de minha casa começariam em breve a construção do Ginásio Estadual Prof. João Batista Leme, atual Escola Estadual com o mesmo nome. Era um tempo de inocência, de brincadeiras de rua, sem televisão e jogos eletrônicos. Volta e meia ouvia-se mercadores passando em carroças e mais raramente em carros, vendendo todo tipo de produto. Lembro do proprietário de “A Feira Permanente” que passava semanalmente com uma carrocinha empurrada por ele, vendendo suas mercadorias. Gritava: “senhoras, venham! Eu tenho meias, lenços, pennnnnnnntes e camisetas”. Essa loja, tradicional de Rio Claro, ainda existe. Está localizada na Rua 1 com a avenida 16 e hoje é administrada por netos daquele senhor. Minha mãe era frequentadora assídua desse Armarinho e eu ia sempre com ela quando fazia suas compras. O dono do negócio – o qual não lembro o nome – era muito simpático, tinha fala mansa, usava uns pequenos óculos de leitura apoiados sobre a ponta do nariz e não sei por que me remetia à figura de um padre. Acredito que devido à sua peculiar gentileza.

Sempre gostei de ler! Passava hora sobre a cama, lendo, viajando nas estórias dos personagens da Disney e do Maurício de Souza. Também adorava ler Júlio Verne e Monteiro Lobato. Minhas revistas em quadrinhos nunca eram novas. Na Avenida 8-A, esquina da Rua 4-B, em frente ao DAAE – Departamento Autônomo de Água e Esgoto, havia um sebo, cujo proprietário era um homem que provavelmente fora acometido de paralisia infantil, pois não tinha movimento nas duas pernas. Fumava muito! Quando terminava de ler minhas revistas, ia até lá e trocava duas já lidas por uma que ainda não tinha lido. E de vez em quando, com algumas poucas moedas, adquiria um novo lote.

João Barbi, Augusto, ? e Cristina Barbi

Estando sempre dentro de casa, acompanhava a rotina de minha mãe e as costumeiras conversas que ela tinha com as vizinhas e com as pessoas que batiam no portão. Havia a Shirlei, uma senhora com pequena deficiência intelectual que costumeiramente passava para tomar um copo de água. Trabalhava como doméstica numa residência próxima. E nesse interim dizia para minha mãe: “D. Malia (minha mãe se chamava Maria). Ela pensa que eu sô clava (escrava) pá passa covão (escovão, para quem não conhece, digamos que era uma enceradeira manual). Num sô clava não!” Também soltava de vez em quando um “daputa” referindo-se à patroa, diminutivo daquele palavrão que não quero escrever aqui.

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maio 31, 2021

De onde viemos

Filed under: amor,Coisas que eu gosto,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 9:49
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Autora: Rita Maidana

“Eu venho de lá, onde o bem é maior. De onde a maldade seca, não brota. De onde é sol, mesmo em dia de chuva e a chuva chega como benção. Lá sempre tem uma asa, um abrigo para proteger do vento e das tempestades.

Eu venho de um lugar que tem cheiro de mato, água de rio logo ali e passarinho em todas as estações. Eu venho de um lugar em que se divide o pão, se divide a dor e se multiplica o amor.

Eu venho de um lugar onde quem parte fica para sempre, porque só deixou boas lembranças. Eu venho de um lugar onde criança é anjo, jovem é esperança e os mais velhos são confiança e sabedoria.

Eu venho de um lugar onde irmão é laço de amor e amigo é sempre abraço. Onde o lar acolhe para sempre, como o coração de mãe. Eu venho de um lugar que é luz mesmo em noite escura. Que é paz, fé e carinho.

Eu venho de lá e não estou sozinho, “SOU CATADOR DE LINDEZAS”, sobrevivo de encantamento, me alimento do que é bom, do bem. Procuro bonitezas e bem querer, sobrevivo do que tem clareza e só busco o que aprendi a gostar. Não esqueço de onde venho e vou sempre querer voltar.

Meu lugar se sustenta do bem que encontro pelo caminho, junto a maços de alfazema e alecrim. Assim, sou como passarinho carregando a bagagem de bondade, catando gravetos de cheiro, para esquentar e sustentar o ninho…

Talvez a vida tenha feito você acreditar que este lugar não existe. Te digo: tem sim, é fácil encontrar. Silencie, respire, desarme-se, perceba, é pertinho. Este lugar que pulsa amor é dentro da gente, é essência, está em cada um de nós. Basta a gente buscar.” Vamos ser CATADORES DE LINDEZAS!!!

setembro 28, 2020

Nós somos o mundo

Filed under: amor,Atualidades,Coisas que eu gosto,Educação,Saúde,Tarô,Uncategorized,Yoga — Augusto Jeronimo Martini @ 12:19
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Olhe bem para ela que está aí abaixo e que está ilustrando este texto. O mundo sendo circundado por todos os seres que dançam de mãos dadas numa atitude de alegria e abertura para as oportunidades. Ninguém é maior ou menor que ninguém. As cores estão representadas com igualdade e leveza. Não há discriminação ou posse. Tudo é de todos; faz parte da grande mandala da existência.

Nós somos o mundo

Se esta carta lhe chama a atenção, leia com amor o que o autor, literalmente, escreveu sobre ela:

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dezembro 5, 2018

O Natal ensina

Filed under: amor,Atualidades,Brasil,Cidadania,Educação,Infância,Lembranças,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 13:23
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Texto de Dom José Francisco

O filósofo Nietzsche ficaria do lado da cebola. Ele dizia que tudo era interpretação, e que não havia nenhum núcleo de ser sustentando nossa experiência de vida. Nesse sentido, para ele, a vida não passava de um descascar de cebolas: apenas modos de ver, perspectivas, interpretações. Nada mais além disso.

A visão cristã do mundo prefere ficar do lado da batata. Ainda que escondida por uma crosta ou por um véu, existe uma realidade substanciosa e vital que nos alimenta.

A proximidade do Natal nos ensina a pensar naquilo que viemos representando durante o ano, para nós mesmos e para os outros. Encontrei um livro que colocava essa questão de forma curiosa e cômica. O autor perguntava se o nosso mundo interior se parecia com uma cebola ou com uma batata?

O problema é que, mesmo tratando a vida como batata, nós lhe damos ares de cebola. Vivemos de opiniões, verdades parciais e provisórias, paixões arrebatadoras que só duram uma estação do ano, aparências e modas. Vivemos como se a vida fosse só isso! E nos esgotamos descascando camadas sem nenhum sentido, buscando na exterioridade o que só no centro se pode encontrar.

Dessa forma, a vida corre o risco de ficar sequestrada num enredo sem-fim de interpretações que nos distraem do essencial. Acabamos desabitados de nós próprios pelo tanto que somos invadidos por pontos de vista, absolutizações das circunstâncias, cascas, cascas e mais cascas.

Mas você pode mudar isso.

Faça um Natal diferente. Faça o Natal ser Natal. Apure e aprofunde os sentidos: veja melhor, escute melhor, sinta melhor. Preste atenção.

A oração apura os sentidos. Não uma oração qualquer, mas uma oração feita de atenção, de toda atenção de que a alma for capaz. É da qualidade da atenção que depende a qualidade da oração.

Nestas semanas que antecedem o Natal aceite o desafio da atenção: veja melhor, sinta melhor, ouça melhor. Deus não fala se você não prestar atenção.

É claro que vamos enfeitar nossas ruas e casas com presépios, árvores, guirlandas e bolas. E nem poderia ser diferente! O Natal precisa figurar entre as mais brilhantes lembranças da infância. Antes mesmo de saber o que o Natal significa, a criança precisa aprender o significado da benevolência e do amor.

É hora de deixar nossa confusão de cebola. Chega de cascas. Com tanta casca, tornamo-nos cascudos, insensíveis, indiferentes. E a vida não pode ser só isso. É pouco e queremos mais, sempre mais, porque é vital querer mais. A proximidade do Natal nos leva a pensar naquilo de vital que tange o essencial da alma.

E o Natal ensina. O Natal que o mundo anseia ensina benevolência e amor.

As cascas da cebola têm pouco a nos mostrar desses quesitos. Prefira sentimentos com a robustez da batata, a que alimenta a humanidade desde a aurora dos tempos, desde quando ainda não se falava em Natal, mas já se sabia que, sem benevolência e amor, até as batatas viram cebolas.

O Natal ensina. Não fará mal nenhum a gente aprender.

outubro 27, 2017

Dicas para os amigos que já passaram dos 50 anos

Filed under: amor,Coisas que eu gosto,Educação,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 22:24
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(Texto de Gustavo Krause)


Dicas para meus amigos que já passaram dos 50 anos:
➖ Gaste o seu dinheiro com você, com seus gostos e caprichos.
➖ É hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que você conseguiu economizar . Use-o para você, não para guardá-lo e não para ser desfrutado por aqueles que não tem a menor noção do sacrifício que você fez para consegui-lo.
➖ Não é tempo para maravilhosos investimentos, por mais que possam parecer bons, eles só trazem problemas e é hora de ter muita paz e tranquilidade.
➖ PARE de PREOCUPAR-SE COM A SITUAÇÃO FINANCEIRA dos filhos e netos. Não se sinta culpado por gastar o seu dinheiro consigo mesmo. Você provavelmente já ofereceu o que foi possível na infância e juventude como uma boa educação. Agora, pois, a responsabilidade é deles. JÁ NÃO é época de sustentar qualquer pessoa de sua família.
➖ Seja um pouco egoísta. (more…)

fevereiro 11, 2017

A sabedoria na simplicidade

Este comercial é da TV Futura. Conta um pouco da história emocionante  de Dona Mariquinha, 84 anos, moradora de Bofete, no interior de São Paulo, de onde nunca saiu em mais de oito décadas de vida.

Ouvindo a fala simples e sábia de Dona Mariquinha- “Nós somos terra e estamos aqui de passagem” -, e “mosquito num senta” – Lembrei da simplicidade de meus avós e pais e me emocionei.

março 19, 2015

Os cães de minha vida…

Tenho muitos amigos que têm animais. A maioria deles, cães. Os animais ainda dizem muito às pessoas. E dizem do jeito deles: com um olhar sempre meigo, com um sorriso quanto está com a língua de fora, com um abanar de rabo, com latidos de felicidade quando sentem nosso cheiro à distância e sabem que estamos chegando em casa e pulam de felicidade quando entramos porta adentro. Eles nos recebem com euforia e lambidas de carinho e felicidade por estarem novamente conosco.

Bubba, Ro e Endgy

Minhas sobrinhas Rosana e Endgy, com a Bubba Eduarda e seus filhotes!

Um cão transmite tantas mensagens boas quando nos olham no fundo dos olhos como muitos humanos nunca olharam para outros humanos que fica impossível não percebermos o quanto gostam da gente, o quanto sentem a nossa falta, o quanto “morrem” quando morremos. Lembrei disso porque tínhamos o Tico, um mestiço cocker spaniel que era de minha mãe. Quando ela se foi ele ficou muito triste. Ficava horas deitado nos lugares onde ela se sentava. Alguns até morrem mesmo! De fome, de sede, de amargura, de saudade, de tristeza, de melancolia pela falta que sentem de nosso cheiro, de nossa mão dando-lhes afagos, de nosso olhar, de nossos gestos todas as vezes que vamos alimentá-los. (more…)

fevereiro 27, 2015

Como Estrelas na Terra discute a dislexia

Educação como sinônimo de amor. É isso que mostra o filme “Como Estrelas na Terra”. E ele deveria ser o merecedor de todos os prêmios. Mas, antes disso, ele está acima de tudo. Ele é belo, verdadeiro, fala de amor e felicidade com uma sensibilidade incrível. É um daqueles filmes para pessoas que se importam e que acreditam em um mundo melhor. Para os que acreditam que a Educação é o caminho.

Coloque-se em um ambiente silencioso e uma caixa de lenços de papel também será necessária. 

Se você é professor, assista-o! Se não é mas se teve um professor que foi importante para você, ou um que o é para seu filho ou neto, também assista! Não importa quem ou o que você é. O essencial é que você se importe com um mundo melhor – então esse filme foi feito para você!  Talvez se todos o assistissem poderiam ser pessoas mais felizes, plenas, completas, justas, éticas, íntegras, coerentes e conscientes.

É a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.

Abaixo, a sinopse do filme. (more…)

novembro 16, 2014

O que é ser um Vegano?

Fui vegetariano por 12 anos. Escrevi sobre isso aqui no blog e mais que uma vez.

Tenho alguns amigos que são veganos e sempre muito criticados por outros grupos. Participam de grupos, fazem manifestações nas ruas de São Paulo e agendadas por redes sociais.

Mas a pergunta é: você acredita que a vida de todos os animais tem exatamente o mesmo valor? Se a resposta for afirmativa, concordará que manter milhares de galinhas confinadas em granjas para recolher seus ovos é um ato pouco apropriado ou que utilizar macacos, hamsters ou gatos para a pesquisa e elaboração de um creme hidratante não só atenta contra seus direitos básicos como deveria ser proibido. No fundo dessas afirmações encontram-se as principais ideias da filosofia do veganismo, “uma alternativa ética ao consumo e à dependência de produtos não adaptados às necessidades físicas e espirituais do ser humano como a carne, o peixe, os laticínios, os ovos, o mel, os produtos derivados dos animais e outros artigos de origem animal como o couro e as peles”, segundo a Associação Vegana Espanhola (UVE), por exemplo.

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Já faz alguns anos que, sobretudo depois que algumas atrizes como Drew Barrymore ou Gwyneth Paltrow tornaram pública sua escolha de vida, o veganismo deixou de ser um absoluto desconhecido para “começar a se normalizar e se transformar em uma opção aceita pela maioria”, opina David Román, presidente da Associação Vegana Espanhola. Entretanto, ainda existe muita confusão a respeito e uma enormidade de mitos que não correspondem à realidade. Um dos erros mais comuns e difundidos é limitar a filosofia vegana ao fato de não consumir produtos de origem animal. Essa característica é somente uma parte de sua realidade, que inclui também o repúdio ao uso e exploração dos animais. “O veganismo não é uma dieta, é uma atitude”, diz Carol Pino, porta-voz da DefensAnimal.org e vegana comprometida há doze anos. “Na associação divulgamos o veganismo como um estilo de vida no qual tudo gira em torno do respeito a todas as pessoas, sem importar se são humanas ou não, se são machos ou fêmeas, qual é sua cor de pele, qual é seu tamanho, sua orientação sexual…”, esclarece Pino. (more…)

outubro 13, 2014

A lista – Oswaldo Montenegro

“…Quantas canções que você não cantava/Hoje assobia pra sobreviver?”

Profunda e verdadeira frase de uma música maravilhosa, escrita e cantada por Oswaldo Montenegro…

Dizem que as músicas, com o passar dos anos, contam nossa história em suas entrelinhas. Será mesmo?

Muitas vezes penso nisso e em outras tantas eu penso que sim – as músicas contam a nossa história!! Muitas contam coisas de minha vida em parte da letra ou simplesmente de uma frase, ou então, lembram momentos que passei – momentos alegres, tristes, coisas simples, do dia-a-dia.

Essa, abaixo, marcou muito a minha vida!

 

A LISTA – OSWALDO MONTENEGRO

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais…
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar…
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

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