Estudos feitos em vários países mostram que jovens lésbicas, gays ou bissexuais têm uma taxa pelo menos 3 vezes superior de tentativa de suicídio em relação aos seus parceiros heterossexuais – devido ao preconceito e a discriminação sofrida por conta de sua orientação sexual. Grande parte destas tentativas de suicídio advêm de consequentes reações negativas e/ou violentas por parte da família, após conhecimento da orientação sexual do jovem, enquanto os valores tornam-se ainda mais dramáticos no caso de jovens lésbicas, gays e bissexuais em situação de rua, cuja taxa de tentativa de suicídio pode chegar a valores altíssimos de concretização neste grupo específico.

ONU lança campanha e Manual contra homofobia no ambiente de trabalho
Vivemos numa sociedade cheia de representações falsas. Por exemplo: dizemos que todos temos direitos iguais. Mas, se comparadas aos homens, as mulheres não têm todos os seus direitos adquiridos. E a “minorização” das mulheres acontece constantemente – os salários são mais baixos que os dos homens no setor privado, só para citar um exemplo. Também dizemos que não somos racistas. Mas a verdade é que o racismo manifesta-se aqui descaradamente ou de forma sutil.
Já ouvi muitas pessoas dizendo que qualquer dia teremos que lutar pelos direitos dos heterossexuais, e que os gays e lésbicas não têm razões de queixa, porque isso da orientação sexual é uma coisa privada. Mas a verdade é que a homofobia acontece todos os dias, os direitos não são iguais, e a heterossexualidade não precisa de proteção porque ela é hegemônica.
Não, essa coisa de que “todos os cidadãos são iguais” não é verdade! As diferenças de classe são tão extremas que as chances de defesa em tribunal, de lidar com os especialistas ou a administração ou de conseguir mobilidade social através da educação – que também é diferenciada, em escolas para pobres e ricos – demonstram que a democracia é apenas uma formalidade e que a desigualdade aumenta ao mesmo tempo que o discurso sobre a igualdade se vai transformando numa fórmula vazia.
Não só nessa “São Paulo desvairada”, mas em todos os cantos do mundo, em menor ou maior grau, convivemos com centenas de casos de agressão a gays, lésbicas e transsexuais. São muitos os casos de intolerância e preconceito que nossa sociedade deve superar para tornar a igualdade um ideal que exista de verdade e não seja só no discurso. E estamos cansados de saber que os casos de homofobia, lesbofobia e transfobia não se resumem apenas a ataques físicos. Muitas vezes o preconceito está mais próximo do que se imagina. O ambiente de trabalho é um ótimo exemplo disso.
Por conta disso, Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em 30 de setembro último uma campanha contra a homofobia nas empresas. A ONU quer promover um ambiente de trabalho mais respeitoso. O manual, que pode ser acessado no seguinte link manual_completo_direitoshumanoslgbt levou um ano e meio para ficar pronto e traz questões bem específicas, como este exemplo: qual a melhor forma do RH da empresa agir quando um funcionário que sempre foi homem voltar das férias e se apresentar como mulher?
É minha gente – a igualdade de direitos no trabalho nem sempre é regra quando se trata de pessoas homossexuais! Por isso o manual traz as histórias de Alaor que agora é Alana, de Ronaldo que é gay, de Meire que é lésbica, e de Carlos que é heterossexual e tem AIDS. As quatro histórias são baseadas em casos reais. Elas representam o dia a dia de milhões de homens e mulheres que enfrentam preconceito no trabalho.
Fazia um tempinho que não tinha entrado em seu espaço. Estou de volta. Parabéns ao seu trabalho. Grande beijo
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Comentário por irany — maio 24, 2016 @ 16:19 |
Oi Laly, Estamos esperando vocês por aqui! Bjs. Augusto
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Comentário por Augusto Martini — maio 24, 2016 @ 16:22 |