Vários chafarizes da cidade de São Paulo estão secos e sujos. Os instalados na Praça da Sé e República estão funcionando, mas, servem de piscina para o banho de desocupados, para lavar roupas e depósito de sujeiras. Ponto positivo para os servidores da limpeza urbana, que tentam diariamente, e a todo custo, deixar os chafarizes e lagos limpos – mas, com uma população que parece ter saído da Idade Média, não é fácil manter tais equipamentos urbanos em condições desejáveis.
Símbolo de convivência comunitária no século 19, tais equipamentos agora refletem a degradação do espaço público em São Paulo em plena metrópole.
Não há água no chafariz da Ladeira da Memória nem em qualquer outro chafariz do Vale do Anhangabaú. Situação idêntica se encontra o chafariz da Avenida Nove de Julho.
Tais equipamentos são bastante comuns, referências até, em países como Portugal, Argentina, Uruguai, Chile e Itália. Aqui em São Paulo deveriam ser cartões-postais, mas estão secos, sujos, destruídos e, pior, ajudam a amplificar a degradação urbanística e social da cidade. E isso em plena véspera da cidade receber milhares de turistas que virão para a Copa do Mundo de Futebol!
A fonte da Praça Júlio Mesquita, recentemente restaurada, está há dias sem verter água. E detalhe: toda cercada no vidro e com policiamento 24 horas para que não aconteça depredação, pois, em São Paulo, vivemos uma época de barbárie.
Os chafarizes da Praça da República, que ficam do lado de minha casa e no meio dos lagos artificiais que ali estão, tem água esverdeada ou amarelada. Muitas vezes os três chafarizes ficam desligados e seus pratos cheios de água suja e lixo que os desocupados que ali fazem ponto (michês, prostitutas e usuários de droga) jogam.
Em 2011 a Prefeitura de São Paulo entregou à cidade o Teatro Municipal completamente restaurado. Foram aproximadamente três anos de obras e cerca de R$26 milhões de reais gastos para deixá-lo como novo. No entanto, o entorno do teatro que é um dos principais cartões postais da capital paulista. Na área do Vale do Anhangabaú mais próxima ao Teatro Municipal, são encontradas as esculturas de Luigi Brizzolara que compõem a Fonte dos Desejos – Glória, conjunto escultórico composto de uma fonte inspirada na Fonte dos Desejos de Roma, o Monumento a Carlos Gomes e ainda 12 outras esculturas feitas em mármore, bronze e granito que representam a obra de Carlos Gomes. É triste dizer isso, mas todas as partes do monumento têm problemas. Ou estão faltando pedaços, geralmente roubados, ou estão sujas, quebradas ou pichadas. E está ali, a menos de 200 metros do gabinete do Prefeito. Não há nenhum cuidado visível em manter o local em condições mínimas de uma visitação decente para os turistas. O mato cresce alto por entre as pedras da calçada portuguesa, as belas escadarias cheiram a urina e fezes que incomoda o nariz de quem se atreve a caminhar por elas.
Abandono, água parada e muito limo. O Monumento está abandonado. É lamentável ver este conjunto escultórico numa situação tão lamentável. A imagem que passamos de nossa cidade através deste abandono é a pior possível. Já imaginaram a imagem que os turistas estão levando de nossa cidade? É para isso que pagamos nossos impostos e elegemos nossos governantes? Para que nossa cidade seja mostrada para o mundo como um marco de abandono, descaso e desprezo? A Fonte dos Desejos, parte central e principal do há muito tempo não jorra água. Está desligada! Inaugurado em 1922 como presente da colônia italiana em São Paulo ao Primeiro Centenário da Independência do Brasil, o monumento está largado à própria sorte.
Também no mesmo Vale, dos chafarizes que ficam instalados nas imediações do prédio dos Correios, sobraram os tanques de concreto pichados, com lixo, fezes e um cheiro forte de urina. Em todos, o retrato da degradação social da região, paralela à deterioração urbanística: vários moradores de rua dormem dentro dos chafarizes e fazem deles sua latrina.
[…] Moro no centro de São Paulo e a cada dia que passa fico assustado com a situação de abandono que se encontra a cidade e a maioria de seus monumentos históricos. Hoje gostaria de falar sobre dois deles A Fonte Monumental, da Praça Júlio de Mesquita e a Fonte dos Desejos, no Vale do Anhangabaú. […]
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