A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

julho 18, 2016

Marcelo Rubens Paiva: Como assim, escola sem ideologia?

O professor de história tem que ser de esquerda. E barbudo. Tem que contestar os regimes, o sistema, sugerir o novo, o diferente. Tem que expor injustiças sociais, procurar a indignação dos seus alunos, extrair a bondade humana, o altruísmo.

Como abordar o absolutismo, a escravidão, o colonialismo, a Revolução Industrial, os levantes operários do começo do século passado, Hitler e Mussolini, as grandes guerras, a guerra fria, o liberalismo econômico, sem uma visão de esquerda?

A minha do colegial era a Zilda, inesquecível, que dava textos de Marx Webber, do mundo segmentado do trabalho. Ela era sarcástica com a disparidade econômica e a concentração de renda do Brasil. Das quais nossas famílias, da elite paulistana, eram produtoras.

A escola sem um professor de história de esquerda é como uma escola sem pátio, sem recreio, sem livros, sem lanchonete, sem ideias.

A escola sem um professor de história de esquerda é como uma escola sem pátio, sem recreio, sem livros, sem lanchonete, sem ideias. Charge: Andre Boitempo

Em seguida, veio o professor Beno (Benauro). Foi preso e torturado pelo DOI-Codi, na leva de repressão ao PCB de 1975, que matou Herzog e Manoel Fiel Filho. Benauro era do Partidão, como nosso professor Faro (José Salvador), também preso no colégio. Eu tinha 16 anos quando os vimos pelas janelas da escola, escoltados por agentes.

Outro professor, Luiz Roncari, de português, também fora preso. Não sei se era do PCB. Tinha um tique nos olhos. O chamávamos de Luiz Pisca-Pisca. Diziam que era sequela da tortura. Acho que era apenas um tique nervoso. Dava aulas sentado em cima da mesa. Um ato revolucionário.

Era muito bom ter professores ativistas e revolucionários me educando. Era libertador. (more…)

maio 6, 2015

Professores, pobreza, analfabetismo, salários e greve!

O Brasil ocupa os últimos lugares no ranking que avalia o desempenho escolar no mundo:  10% da população é analfabeta e 20% são classificados como analfabetos funcionais – ou seja, um em cada três brasileiros adultos não tem capacidade para ler e interpretar um simples texto. A maioria das Escolas de Ensino Básico funcionam em ambientes degradados, com professores desestimulados por conta da baixa remuneração, pequena inserção social, insalubridade etc., e ainda atormentados pelo medo – medo dos alunos e de seus pais. Não é tão diferente o que acontece nas escolas privadas, cujas mensalidades podem ultrapassar a 4 mil reais – e por lá, a elite arrogante trata os professores de seus filhos como subalternos, não como aliados.

E em um país que há muita ignorância também há muita violência. Segundo artigo que li no El País, de cada 100 assassinatos ocorridos no mundo, 13 ocorrem no Brasil – proporcionalmente, ocupamos o 11º lugar geral no ranking de homicídios. Somos ainda o sétimo lugar entre os países com maior número de mulheres vítimas de violência doméstica, taxa média de 4,5 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, com um saldo, na última década, de 50.000 mulheres mortas. Outras 50.000 pessoas, em sua maioria mulheres, são estupradas por ano. Também por ano acumulamos mais de 120.000 denúncias de maus-tratos contra crianças e adolescentes e 313 homossexuais são mortos por conta de suas opções. (more…)

fevereiro 27, 2015

Como Estrelas na Terra discute a dislexia

Educação como sinônimo de amor. É isso que mostra o filme “Como Estrelas na Terra”. E ele deveria ser o merecedor de todos os prêmios. Mas, antes disso, ele está acima de tudo. Ele é belo, verdadeiro, fala de amor e felicidade com uma sensibilidade incrível. É um daqueles filmes para pessoas que se importam e que acreditam em um mundo melhor. Para os que acreditam que a Educação é o caminho.

Coloque-se em um ambiente silencioso e uma caixa de lenços de papel também será necessária. 

Se você é professor, assista-o! Se não é mas se teve um professor que foi importante para você, ou um que o é para seu filho ou neto, também assista! Não importa quem ou o que você é. O essencial é que você se importe com um mundo melhor – então esse filme foi feito para você!  Talvez se todos o assistissem poderiam ser pessoas mais felizes, plenas, completas, justas, éticas, íntegras, coerentes e conscientes.

É a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.

Abaixo, a sinopse do filme. (more…)

fevereiro 5, 2014

Benefícios oferecidos aos professores da rede estadual de SP

Se você é professor, leia o texto abaixo e saiba quais benefícios pode ter em várias áreas, como lazer, transportes, etc.

1) Entretenimento   – Meia entrada em cinema, teatro e similares:

A Lei Estadual 10.858/01, alterada pela Lei 14.729/12, concede meia entrada em estabelecimentos que proporcionem lazer e cultura, praças desportivas e similares aos professores da rede pública estadual e das redes municipais de ensino, desde que apresentem carteira funcional emitida pela Secretaria da Educação de São Paulo e ou holerite, com documento de identidade. Lembrando que a carteira funcional é emitida pela Diretoria de Ensino e o holerite pode ser obtido no site da Fazenda clique aqui

2) Sessão de cinema grátis e com direito a acompanhante:

Aqui no estado de São Paulo, o Espaço Itaú de Cinema (Capital) e Cinespaço  (Santos) oferecem aos professores (cadastrados) uma sessão de cinema grátis aos sábados –  Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e na cidade de Santos, no Shopping Miramar, Av. Marechal Floriano Peixoto, 44 – Gonzaga.  Para isso, o professor deve primeiro se cadastrar no site do Clube do Professor clique aqui o qual emite uma carteirinha que pode ser retirada nos cinemas indicados acima.  (more…)

abril 22, 2013

A Sala de Aula no Arquivo do Estado de São Paulo

O Arquivo Público abre suas portas para escolas no “A Sala de Aula no Arquivo”

O projeto consiste em uma oficina com 55 minutos de duração e realizada com os alunos nas próprias instalações do Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP). Seguida desta oficina, os alunos terão a oportunidade de conhecer alguns locais de trabalho da instituição através de uma visita monitorada aos núcleos de Conservação, Encadernação e Acondicionamento, Acervo Textual Público, Cartográfico e Atendimento ao Público.

Dica: A Sala de Aula no ArquivoO Arquivo Público abre suas portas para escolas no "A Sala de Aula no Arquivo".O projeto consiste em uma oficina com 55 minutos de duração e realizada com os alunos nas próprias instalações do Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP). Seguida desta oficina, os alunos terão a oportunidade de conhecer alguns locais de trabalho da instituição através de uma visita monitorada aos núcleos de Conservação, Encadernação e Acondicionamento, Acervo Textual Público, Cartográfico e Atendimento ao Público.Esta atividade, desenvolvida pela equipe de Ação Educativa do APESP, é voltada para instituições de ensino fundamental e médio da rede pública e particular. Confira mais informações acessando: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/difusao/sala_aula.php

Esta atividade, desenvolvida pela equipe de Ação Educativa do APESP, é voltada para instituições de ensino fundamental e médio da rede pública e particular.

Confira mais informações acessando: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/difusao/sala_aula.php

 

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