Levante a mão quem nunca desejou voltar aos tempos de infância em que a nossa única preocupação era o brincar e o brincar de que. Sempre me senti privilegiado por passar férias férias com as minhas irmãs, com meus amigos e com os meus primos, em Rio Claro/SP, minha cidade natal. Mais ainda, um privilégio de ter uma liberdade para brincar e me divertir como hoje as crianças não têm.
Hoje, os meninos não podem brincar na terra porque têm alergias ou porque ficam imundos e não podem estragar os tênis e o tapete novo da casa. Ou porque não conhecem quintal com terra, calçadas com grama. Em cada dia, eu e meus amigos de infância tínhamos uma aventura. Brincávamos de rodar pião, bolinha de gude, pega-pega, polícia-ladrão, descobríamos caminhos, fazíamos cabanas com galhos de árvores e papelão, brincávamos com carrinhos feitos de lata e jogávamos bola na rua, em frente de casa, na rua de chão batido. A verdade é que tudo isto contribuiu para aquilo que sou hoje. Mais do que as brincadeiras, criamos laços fortes de amizade que nos uniram e que provaram que tínhamos ali companheiros para a vida.
Tenho pena dos meus sobrinhos mais novos e seus amigos que nunca viveram nem nunca vão viver a alegria que nós vivemos. Não tínhamos medo. Não queríamos que chegasse o final do dia porque não queríamos sair do quintal de casa. Hoje uma grande percentagem dos pequenos não passam de crianças mimadas e que sofrem “bullying” na escola. Chego a sentir vergonha de uma sociedade onde, os pais relativamente jovens, não sabem aquilo que é melhor para os filhos. E o melhor não é deixar uma criança de um ano entretida com um tablet, só para ela comer, convenhamos! O melhor é dar a liberdade que eles precisam enquanto crianças. Deixar que se magoem, que fiquem de castigo, que batam o pé se for preciso. Isso ou chegarão a juventude reclamando de tudo!
É estranho para mim falar tão mal nas novas tecnologias, já que trabalho e dependo dela para viver. Fico o dia todo à frente de um computador, ministrando cursos, coordenando cursos e tutores. O certo é que eu entendo o futuro das tecnologias, mas mais de metade de mim tem medo do que virá pela frente!
Será que o fato de pensar tanto na infância, é um sinal de crise de meia idade? Talvez!
[…] Pensando nos tempos de infância…. […]
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Pingback por Pensando nos tempos de infância… | Inesagula's Blog — agosto 27, 2014 @ 15:51 |
Sou suspeita para falar, Augusto, mas me ressinto das mesmas coisas. Crise da meia idade? Sei não. Para mim, são tesouros ajuntados pela idade. Abraço.
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Comentário por rosaniabastos — agosto 28, 2014 @ 0:17 |
Oi Rosania! E é maravilhoso esse “arquivo” que vamos acumulando com as experiências vividas, não é mesmo? Um abraço.
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Comentário por Augusto Martini — agosto 28, 2014 @ 8:58 |
Republicou isso em Borboletanoespelho.
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Comentário por rosaniabastos — agosto 28, 2014 @ 0:18 |
Hummmmm como gostaria de voltar….
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Comentário por Irany Soares de Araujo — agosto 28, 2014 @ 9:06 |
Oi Laly! Saudades de vc! Bjs.
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Comentário por Augusto Martini — agosto 28, 2014 @ 9:08 |
Sou sua fã Augusto, você sabe disso! Escreves com propriedade, e lindamente…tenho saudades de minha infância que, os tempos não voltam mais. De tudo que escreves, vivi também. São memórias e relíquias.Obrigada por socializar as suas memórias! bjs
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Comentário por Hozana Rivello Alves — agosto 28, 2014 @ 17:57 |
Oi minha querida amiga! Saudades!
Grande beijo!
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — agosto 29, 2014 @ 14:37 |