A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

setembro 30, 2014

Revisitando o “A Simplicidade das Coisas”

Neste final de semana dei uma revisitada nos antigos posts do Blog. Fiquei surpreso com a quantidade de coisas que já escrevi. Já são alguns anos de histórias e estórias. Tem coisas que tenho orgulho de ter escrito. Outras não. Mas, todas fazem parte da história de A Simplicidade das Coisas. O melhor é que o blog é uma obra que não se acaba, não tem, pelo menos por enquanto, um fim.

Fachada da Escola de Arembepe

Fachada da Escola de Arembepe

Você pode fazer o mesmo quando tiver um tempinho livre. Você pode ir aí do lado, abrir os arquivos ano a ano, mês a mês, e fazer uma viagem no tempo.

Para ilustrar, uma das coisas que gostei de reler foi o post Arembepe: uma visão do Paraíso! onde falo de minha visita a aldeia hippie de Arembepe, na Bahia, em 2005.

Posso viver cem anos que não vou esquecer as conversas que tive com a Profa. Graça e com suas crianças. Foi imensa emoção que lá vivi. Não pude reencontrá-la quando retornei a Salvador mais duas vezes e a trabalho. Uma grande pena, tenho muito a agradecê-la.

Espaço público x Espaço privado

São Paulo é mesmo uma cidade de contrastes e muitas coisas por aqui me deixam intrigado. De vez em quando fico sabendo de um abaixo-assinado que repercute da mídia de forma estrondosa, contra coisas esdrúxulas, que aparecem até muito mais que algo como da luta contra a poluição dos mares, rodeios, uso de pele animal, etc.  Esses abaixo assinados, geralmente firmados por moradores endinheirados, viajados e com diplomas universitários, não pedem mais segurança nas ruas, nem salários dignos para seus empregados, nem a interrupção do trânsito nos fins de semana para poder passear, nem mesmo o fechamento de enormes shoppings que acabam com a boa vida do bairro. O que querem é acabar com aquilo que moradores de qualquer cidade do mundo gostariam: estações de metrô, ciclovias, ônibus mais rápidos e, agora, um museu (no caso o MIS – Museu da Imagem e do Som).

gente

 

Dizem que essas coisas atraem gente não tão viajada e com menos dinheiro, gente diferente, vendedores ambulantes e ônibus com crianças. Ou quase pior: afastam de suas vias, restaurantes e butiques destinados à esse “cidadão exclusivo”, como advertia anos atrás uma cabeleireira de Moema angustiada ao ver sua rua pintada de vermelho: “Onde vou colocar a minhas clientes milionárias que vêm com seus carros importados?! Acha que vão vir de bicicleta?!”.

Os moradores dos bairros ricos sentem-se inconformados, desprotegidos e protestam estacionando seus carros nas faixas destinadas às bicicletas, desabafam no facebook contra os farofeiros e mobilizam-se em busca de assinaturas. O que acontece com essa gente?

Esse é um sintoma da elite. Moema, Higienópolis, Jardim Europa – sempre foram protegidas pela polícia. O fato de uma nova classe média, agora com algum dinheiro, tomar a cidade, vindo das periferias para as “ilhas dos endinheirados”, para eles significa insegurança, medo, entre outras tantas coisas. (more…)

setembro 28, 2014

A casa da minha infância

Houve um tempo em que meu pai saiu do Haras e Fazenda São José do Morro Grande, onde ele era tratorista, minha mãe cozinheira, meu avô, Primo Martini, administrador e meus tios, camponeses. Eu tinha mais ou menos 4 anos. Moramos primeiro na Rua 3-A, na Vila Alemã, em casa geminada. Na outro lado moravam minha tia Joana, irmã de minha mãe, e meu tio Cezar, irmão de meu pai, com seus filhos, meus primos-irmãos. Tempos depois eles voltaram a morar em uma fazenda.

Minha primeira casa - na Fazenda São José do Morro Grande

Minha primeira casa – no Haras e Fazenda São José do Morro Grande

Depois nos mudamos para a Rua M-1-A,  e mais algum tempo depois na mesma rua, na esquina da Avenida M-1-A, na Vila Martins. Tínhamos na frente da casa a linha férrea da Maria Fumaça, que ligava Rio Claro a Ajapí, Ferraz e Corumbataí, que logo depois foi desativada. E, quase nos fundos, a linha férrea da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.  (more…)

Você já saboreou uma fruta no pé?

No quintal das casas de minha infância tinha Camomila, Poejo, Hortelã, Erva Cidreira, Margaridas, Rosa e Alecrim, entre outras coisas. Gosto de lembrar da infância, quando tinha pés de frutas e horta  no quintal.

E sabem por que estou escrevendo isso? Sempre acontece todas as vezes que escrevo ou converso com alguém sobre frutas. Uvaia, pitanga, goiaba, jaboticaba, abacate, manga, laranja e muitas outras frutas remetem as pessoas à infância, quando subiam em árvores e comiam frutas no pé, sem lavar mesmo. Você é uma dessas pessoas que foi “solta”?  Eu sou, fui e sempre serei!

"Sossega, minha esperança factícia! Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui… Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer! Meu horizonte de quintal e praia! Meu fim antes do princípio!" Fernando Pessoa

“Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!” Fernando Pessoa

E é impossível não pensar naqueles que estão crescendo sem essas experiências tão gostosas, ou naqueles que formam os muitos adultos de hoje que beiram os 50 anos. (more…)

setembro 26, 2014

O Sal da Terra – documentário sobre o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado

O Sal da Terra é um documentário que foi lançado no 16° Festival do Rio sobre o fotógrafo Sebastião Salgado. Ele foi  feito por um dos maiores cineastas vivos, Wim Wenders, junto com o filho do fotógrafo, Juliano Ribeiro. Não é um filme qualquer e sim um modo especial de descobrir quem é o homem por trás de tanto talento. Além de contar sua trajetória profissional, é também uma declaração de amor-ódio sem sentimentalismo exagerado de um filho a um pai.

Cena do documentário 'O Sal da Terra'

Cena do documentário ‘O Sal da Terra’

Tanto quanto foi no último Festival de Cannes, O Sal da Terra foi igualmente ovacionado no Rio de Janeiro. A diferença é que aqui, o próprio Sebastião Salgado confessou que apresentá-lo era uma emoção única – e a única que ele se permitiu viver.

Wim Wenders tinha uma ideia de um dia fazer um projeto sobre o fotógrafo, mas não sabia nem o que e nem como. Tempos depois, Juliano Ribeiro acompanhando o pai nas terras dos índios Zo’é, no Estado do Pará, fez algumas gravações que mostrou para Sebastião. Ele viu as imagens e se emocionou ao perceber como o filho o via. A partir de então começou uma relação de confiança mostrando que era momento certo de fazer um filme. (more…)

setembro 19, 2014

FAZESP Escola Fazendária do Estado de São Paulo divulga o seu site

Quem passa aqui pelo blog já sabe que trabalho no Núcleo de Educação Fiscal para a Cidadania da FAZESP – Escola Fazendária de São Paulo. Não somos o diferente nem o igual, somos o resultado da cooperação de um grupo de servidores que gostam daquilo que faz. E hoje estou muito orgulhoso de nossa Escola – ela está colocando no ar o seu site na internet que terá a missão de:

– divulgar a metodologia de gestão e capacitação adotada pela Fazesp;

– apresentar dados de execução física e orçamentária da Escola;

– centralizar o acesso aos serviços oferecidos pela Fazesp para os servidores fazendários, outros servidores estaduais e a população em geral, quais sejam:

            1) Acesso ao acervo da Biblioteca;

            2) Portal da Educação Fiscal;

            3) Ambiente Virtual de Aprendizagem para a Educação a Distância da Fazesp.

A decisão de termos um site se deve em vista da crescente interação e atividades desenvolvidas pela Escola com outras Escolas e órgãos de Governo, bem como com os cidadãos em geral. (more…)

setembro 18, 2014

Foto de índio brasileiro vence concurso de Fotografia mundial

Expor a rica diversidade dos povos indígenas: esse foi o objetivo do primeiro concurso global de fotografia lançado pela ONG Survival International, que luta em defesa dos direitos dos povos indígenas.

E a foto vencedora foi tirada aqui em nosso País. O fotógrafo italiano Giordano Cipriani captou toda a cor e a expressão de um índio da tribo Asurini, do Tocantins, e faturou o prêmio, deixando para trás concorrentes de várias partes do mundo.

No Brasil, existem cerca de 240 tribos, com um total de 900 mil índios - 0,4% da população do país. Nos 514 anos de colonização do país, os povos tribais sofreram genocídio em grande escala, e perderam o domínio de suas terras; este retrato é da tribo Asurini, no Tocantins (Foto: Giordano Cipriani)

No Brasil, existem cerca de 240 tribos, com um total de 900 mil índios – 0,4% da população do país. Nos 514 anos de colonização do país, os povos tribais sofreram genocídio em grande escala, e perderam o domínio de suas terras; este retrato é da tribo Asurini, no Tocantins (Foto: Giordano Cipriani)

A Survival International aproveitou o concurso para lançar o calendário para 2015, “We, The People” (Nós, As Pessoas, em tradução livre).

As fotografias apresentam, entre outros, registros da tribo Tarahumara, no México, conhecida por ter corredores de longa distância, e o ritual de saltar bois da tribo de Hamer, na Etiópia. Veja a galeria das fotos aqui .

 Salvatore Valente / Survival International

Salvatore Valente / Survival International

setembro 16, 2014

Um filme que mostra alternativas para a Educação: “Quando sinto que já sei”

Autonomia, liberdade. Simplesmente saber e não precisar provar isso a ninguém – sem testes, provas, avaliações formais. A frase Quando sinto que já sei trazem essa reflexão, e não é por acaso que foi escolhida para dar nome ao documentário realizado pela Despertar Filmes. O filme mostra 10 iniciativas alternativas ao sistema convencional de ensino e tem um objetivo claro: mostrar que é possível fazer diferente na educação.

A equipe visitou projetos em sete cidades brasileiras, escolhidos especialmente pelo critério de serem distintos entre eles – o que, nesse caso, é um ponto em comum. Todos têm por princípio o respeito pela individualidade de cada aluno e pelo contexto social em que se inserem, por isso, acabam funcionando de forma única. Para Raul Perez, um dos diretores de Quando sinto que já sei, autonomia e afetividade são as principais semelhanças entre as escolas visitadas, e isso significa entender o aluno como indivíduo e não “como um produto na linha de produção em série, como ocorre nas instituições convencionais”. (more…)

setembro 15, 2014

Lembranças de infância – as pipas, papagaios, maranhões e arraias…

Meu sonho me fez lembrar da época em que brincávamos na rua sem perigo algum, de empinar pipa, bolinha-de-gude, rodar pião, amarelinha, carrinho de rolemã, pique esconde, pera, uva, maça, salada mista, sem violência, sem drogas, sem malícia, sem gravidez precoce, aids, etc., ou seja, um tempo que infelizmente não volta mais…

pipa

Hoje acordei com uma sensação muito boa. Meu sono foi interrompido enquanto sonhava que empinava um papagaio. Ele era colorido, com “barbichas” que lembravam as cores do arco-íris. Até hoje, já com 55 anos, continuo apaixonado por pipas. De vez em quando me dá vontade, compro papel de seda, vou até minha chácara, corto um bambu, faço varetas e, usando os sobrinhos como desculpa, passo a fazer uma pipa. Hoje em dia os papagaios saem melhores dos que fazia quando criança, época um tanto sem jeito. Mas confesso – mesmo assim eu era bom nisso…

Na minha infância, papagaio era o nome dado para todo e qualquer artefato que voasse. Pipa era o nome específico para o papagaio feito com três varetas, que normalmente era utilizado para laçar, caçar e cortar outras pipas. Esse papagaio possuía um rabo ao qual era dado o nome de rabiola – esse rabo era muito longo, difícil e chato de fazer. As vezes com papel de seda, mas, na maioria das vezes era confeccionado com saco plástico, desse de acondicionar lixo. Ainda não tínhamos as sacolinhas de supermercado. E como ficava linda no ar uma pipa com uma rabiola bem feita! (more…)

setembro 10, 2014

Antigo Hospital Matarazzo é ocupado por obras de arte!

Como sabem, tenho uma relação de amor e ódio com São Paulo. Amo muitas coisas que ela oferece e detesto outras. Mutas vezes eu me interrogo se vale a pena continuar morando na maior cidade da América Latina.

São Paulo é a cidade da gastronomia, moda e cultura. Este são alguns dos benefícios que nós que aqui moramos temos, apesar de ter que suportar todas as dificuldades, também exageradas de São Paulo. O trânsito caótico, alto custo de vida, poluição e violência.

E hoje fiquei sabendo de algo inusitado no campo da cultura.  Ontem foi aberta uma exposição de arte, no mínimo, polêmica: Made By… Feito por Brasileiros, que acontece no antigo hospital da família Matarazzo, fechado há 20 anos, com obras de 100 artistas contemporâneos – brasileiros e estrangeiros – convidados a expor seus trabalhos de vanguarda nesse ícone da arquitetura paulistana. (more…)

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