As pessoas esqueceram o poder da fé. Em um mundo tão tecnológico, onde todas as respostas podem estar na ponta dos dedos, se esquecem do coração. E a fé é um ato de coração, de amor.
Antigamente, as benzedeiras eram referência nas comunidades quando o assunto era saúde. Suas orações trazidas do passado, com um teor simples, mas de grande força, além de ervas, chás e remédios caseiros, muitas vezes eram o único recurso acessível para muitas famílias.

Morei parte de minha infância na Vila Martins, em Rio Claro/SP. E bem pertinho de minha casa vivia a D. Cida, benzedeira. Ela tinha uma casa com corredor na lateral e quintal nos fundos. Lembro que tinha plantas medicinais que se espalhavam em todos os canteiros. E de planta ela entendia bem. Com ela, morava um irmão (que as mães diziam que virava lobisomem em noites de lua cheia) e sua sobrinha, Marivone.
Com tanto conhecimento sobre plantas e doenças, D. Cida recebia sempre a visita de gente atrás de cura. Uma hora procuravam por plantas medicinais, outras tantas vezes era um benzimento. Com um raminho de arruda e o terço na mão, ela ia benzendo quem a procurava. E sempre ao lado do fogão a lenha.
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