Olhe bem para a carta abaixo e veja que o homem e a mulher nela ilustrados têm uma imagem distorcida de si mesmos. Vamos reproduzir literalmente o que Osho escreveu sobre esta carta:
“Todos nós podemos cair na armadilha de projetar ‘filmes’ de nossa própria autoria sobre as situações e as pessoas à nossa volta. Isso acontece quando não estamos plenamente confiantes de nossas expectativas, desejos e julgamentos e de reconhecê-los como nossos, tentando atribuí-los aos outros. Uma projeção pode ser diabólica ou divina, perturbadora ou confortadora, mas continua sendo uma projeção – uma nuvem que nos impede de ver a realidade como ela é. O único modo de escapar disso é entender como funciona o jogo. Quando você der com um julgamento se formando a respeito de outra pessoa vire-se do avesso: aquilo que você está vendo no outro, na verdade, não pertence a você? A sua visão está límpida ou obstruída pelo que você quer ver?”
Olhe bem para ela que está aí abaixo e que está ilustrando este texto. O mundo sendo circundado por todos os seres que dançam de mãos dadas numa atitude de alegria e abertura para as oportunidades. Ninguém é maior ou menor que ninguém. As cores estão representadas com igualdade e leveza. Não há discriminação ou posse. Tudo é de todos; faz parte da grande mandala da existência.
Nós somos o mundo
Se esta carta lhe chama a atenção, leia com amor o que o autor, literalmente, escreveu sobre ela:
O símbolo desta carta é uma roda enorme que representa o tempo, o destino, o Karma. Galáxias orbitam em torno deste círculo que está em constante movimento, e os doze signos do zodíaco aparecem à sua volta. Na parte do centro da circunferência estão os oito trigramas do I Ching, e mais próximo do centro aparecem as quatro direções, cada qual iluminada pela energia do relâmpago. O triângulo giratório neste momento está apontado para cima, em direção ao divino e o símbolo chinês do yin e yang, macho e fêmea, o criativo e o receptivo, fica no centro.
Mudança
A seguir, nesta descrição da carta chamada Mudança, mestre Osho passa a comentar o que ela significa quando alguém a escolhe no seu tarô: “Com frequência tem sido dito que a única coisa que não muda no mundo é a própria mudança. A vida está mudando continuamente, evoluindo, morrendo e renascendo. Todos os opostos tem um papel nesse vasto esquema circular. Se você se agarrar à borda, poderá ficar tonto! Avance em direção ao centro do ciclone e relaxe, sabendo que este estado também passará.
Observe bem esta carta que se chama Voltando-se para dentro. Uma mulher repousa serenamente sobre suas pernas e assiste com um sorriso tranqüilo às cenas que sua mente e as mentes ao seu redor criam, emanam, bisbilhotam, informam, procurando penetrar no seu mundo interior e particular.
O autor descreve a figura desta carta dizendo que este ser apenas constata estes pensamentos sem julgá-los, tampouco identificando-se com eles. Limita-se a observá-los como se fossem o tráfego de uma estrada ou as ondulações das águas de um lago.
Olhe alguns segundos para esta carta. Veja que beleza a ideia de conectarmos o nosso coração aos golfinhos, desde sempre símbolo de paz, bondade e cura.
Conexão
Vou transcrever literalmente o que o autor escreveu sobre esta carta porque não seria capaz de criar nada mais perfeito!
“A experiência de relaxar o coração, durante a meditação, não é algo que possa ser apossado ou forçado. Ela vem naturalmente, à medida em que vamos ficando mais sintonizados com o ritmo do nosso próprio silêncio interior. A figura desta carta espelha a doçura e a delicadeza desta experiência. Os golfinhos que afloram do coração e perfazem um arco em direção ao terceiro olho refletem o espírito brincalhão e a inteligência que se manifestam quando somos capazes de estabelecer conexão com o coração, e de nos mover no mundo a partir daí.”
O conselho da carta é: ”permita-se ser mais gentil e mais receptivo neste momento, porque uma alegria indescritível espera por você logo ali, virando a esquina. Ninguém mais pode indicar-lhe onde ela está, e quando você a encontrar não terá palavras para descrevê-la aos outros. Mas ela está ali, profundamente dentro do seu coração, madura e pronta para ser descoberta.”
No entanto, se está com dificuldade de abrir o seu coração para o novo e para toda a magia que ele pode lhe proporcionar, sugiro que faça este exercício com imagens da mente durante 7 dias. Esteja sentado, pés apoiados no chão, mãos nas pernas, olhos fechados. Respire longamente algumas vezes até sentir que está calmo e pronto para levar sua atenção para a intenção deste exercício:
Contato e Harmonia.
Veja, sinta, perceba ou imagine-se entrando em contato com o seu coração. Sinta seus batimentos e imagine que ele é um golfinho que quer se comunicar com sua consciência. Ouça o que este golfinho tem para lhe dizer. Corrija o que ele pedir para ser corrigido ou aceite o que ele disser que você está fazendo certo.
Sentindo agora que este golfinho pulsa calmo e feliz porque você entrou em contato com ele, mantenha este contato para sempre, respire e abra os olhos.
Olhe para a imagem da carta que está estampada abaixo. E perceba o quanto ela se expressa por si só, sem ser preciso que falemos muito dela.
Um ser caminha pela natureza colhendo flores e nos remete à sensação do quanto o simples é belo. Tão simples que nos esquecemos de agradecer e contemplar a beleza que existe em pequenos gestos como colher uma flor, remover de um vaso as ervas daninhas, sentir o cheiro da terra ao receber a água que umedece e alimenta o solo.
Simplicidade
Na verdade, não é preciso que nada extraordinário nos aconteça para que haja união e integração dentro do nosso ser. Uma ação feita com amor e carinho pode nutrir profundamente nossa alma.
Vamos ler juntos o que o autor diz à pessoa que tirou esta carta:
“Neste momento, você passa por um período em que esta maneira cordata, natural e extremamente simples de encarar as situações que se apresentam trará resultados muito melhores do que qualquer tentativa de ser brilhante, perspicaz ou, de alguma forma, extraordinário. Deixe de lado toda pretensão de fazer alarde quanto a ter inventado mais alguma coisa útil, ou a vaidade de encantar seus amigos e colegas com seu talento de prima-dona. A contribuição especial que você tem para oferecer neste momento será maior se você encarar as coisas sem resistência e com simplicidade, um passo de cada vez”.
Se a descrição desta carta tocou seu coração e você tem sentido que está difícil ser feliz com pouco e na simplicidade, sugiro que faça este exercício com imagens mentais todos os dias, ao acordar, por 7 dias.
A carta da Paciência, no Neo Tarot do Osho, revela que:
“Nós nos esquecemos de como esperar; este é um espaço quase abandonado. No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é nosso maior tesouro. A existência inteira espera pelo momento certo. Até as árvores sabem disso – qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu. Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as folhas novas logo estarão chegando. E as folhas novas começarão a crescer. Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade… Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo – o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem sabe o que é uma cerimônia, esse novo homem conhece os sumos eternos da vida”.
Todos os dias, em qualquer horário, faço minhas mentalizações espirituais. Concentro-me, conecto-me com a Energia mair, agradeço por mais um dia e peço proteção para o caminho que ainda tenho a percorrer. Não sou uma pessoa de uma única fé. Utilizo-me de várias coisas como orientação ou seja uma auto-ajuda diária, de forma a meditar naquilo que atraio naquele momento como ensinamento.
E durante o transcorrer do meu dia procuro analisar onde é que fez e faz sentido a mensagem que encontrei para aquele dia. É uma forma de estar centrado comigo mesmo, com o Deus que habita no meu coração. Na gaveta de minha mesa de trabalho tenho em um saquinho feito com seda o Tarot da Transformação, do Osho. Quando tenho algo que me aflige, procuro a resposta tirando uma carta. Resolvi partilhar a de hoje, que é a carta número 30 – Morte / Aquilo que nunca morre.
“Um homem morreu. A sua mulher era jovem, tinha apenas um filho. Ela quis fazer sati (prática muito antiga, na qual uma mulher recentemente enviuvada imola-se na pira funerária do marido), ela quis saltar para a pira funerária do marido, mas a criança impediu-a. Ela tinha de viver por causa desta criança. Porém a criança morreu; agora era de mais. Ela quase ficou louca, perguntava às pessoas – Existe algum médico, nalgum lado que possa fazer o meu filho viver novamente?… Eu vivia só por ele, agora toda a minha vida é simplesmente negra.