Desde pequenas as crianças convivem em estreita relação com a cultura do consumo. Nascem usando a fralda X, bebendo o leite Y, brincando com a boneca Z, jogando com o vídeo game W. Nos dias de hoje, cada vez mais se enfatiza a importância do “ter” em detrimento com o “ser”. Ir ao “shopping” hoje é comportamento de lazer e entretenimento da população, pois mesmo que não se compre nada, estar entre as mercadorias é manter acesa a chama do desejo para não se deixar de consumir – se a compra não se concretizar nessa visita, certamente será numa próxima.
Possuir alguns objetos – o celular da moda, o carro da moda, e tantas outras “coisas” – significa somar prestígio e reconhecimento entre pessoas. Significa ser respeitado, admirado e invejado. As “coisas” já conquistaram o poder de interferir nas relações que mantemos com as pessoas. Se você já chegou a tal ponto, não acha que está mais que na hora de reverter esta situação?
Acredito que hoje o dinheiro que se gasta com a publicidade é muito maior do que se gasta com a educação pública e que a publicidade de todos os dias é mais formadora de nossa “subjetividade” do que o que se aprende na escola.
Pensar de forma crítica sobre o mercado de consumo, sobre a cidadania e avaliar nossa participação nesse processo, como co-autores na construção do mundo em que vivemos, é um dos desafios a ser enfrentado no campo educacional de hoje. Questionamentos são sempre bem vindos, pois estimulam a pensar naquilo que se tornou hábito na vida cotidiana. (more…)