Venho de uma cidade do interior de São Paulo – Rio Claro – onde as praças, como em qualquer outro lugar, sempre tiveram grande importância para os moradores. São nelas que o povo comemora e reclama. Nelas brotam debates, greves e protestos contra as arbitrariedades políticas dos donos do poder.
São as praças que recebem shows, bandas, onde as pessoas dançam e pregam suas religiões. Os seus bancos ouvem juras de amor e lamentos de despedida. Lá, o engraxate trabalha, desempregados se reúnem e os pombos distraem crianças.
Mas é também na praça que o povo chora a dor da sua cidade.
Com a Praça da Sé de São Paulo não é diferente – marco zero da cidade, coração e alma da maior e mais complexa metrópole brasileira e que abriga uma serena catedral – a qual é uma testemunha silenciosa de muitos fatos importantes para o País.
Ela viu a vila se transformar em cidade; depois vieram as carroças, que se transformaram em bondes para, mais tarde, modificar-se em automóveis. Nela, milhares de migrantes e fiéis vão em busca de remédio para as doenças do corpo e do espírito.
Quando o coração de São Paulo bate mais forte, é para a Praça da Sé que todos vão. Outras situações acontecem por lá, às vezes insignificantes para quem passa, mas vitais para os que a transformaram em lar – como as dezenas de moradores de rua; ou para os que passam apressados, desconfiados; etc.
Muitos pregadores anunciam a salvação, outros, desventuras e catástrofes; mendigos e crianças dormem pelos cantos, à luz do dia; usuários de crack também fazem parte de sua realidade; prostitutas, bêbados e drogados dividem o mesmo espaço; os sem-teto, os engravatados, os trabalhadores e desempregados, profissionais liberais e estudantes, todos se cruzam democraticamente, mas sempre muito desconfiados. E eu passo por ela duas vezes ao dia para vir ao trabalho – de manhã e no começo da noite. Muitas vezes, vejo grupo de turistas estrangeiros com suas câmeras fotográficas e olhares assustados. Parece não entender muito bem o que acontece por ali. O trio de forró tocando e os moradores de rua dançando, bêbados, tentando esquecer sua triste sina.
Aliás, turistas e migrantes são continuamente despejados pelo metrô, o mais freqüentado e importante cruzamento subterrâneo da cidade. À sua saída encontra-se de tudo – a vendedora de lupas, o vendedor de chocolates, panfleteiros em geral, uma estátua viva, enquanto trombadinhas e trombadões roubam os descuidados e driblam a polícia, dia e noite, porque a Praça da Sé não dorme. As coisas mais improváveis acontecem por ali – e podem ser horrendas e fascinantes – num frenesi diário – e tudo sob o olhar bendito e tranqüilo dos anjos e apóstolos que ficam na porta da catedral…
Um único e belo palco para que todos possam falar o que querem e serem repreendidos quando atingem os pontos que não querem que saibamos.Um palco circence onde se ouve os choros,sorrisos por causas ganhas ou não.Um lugar onde se puderia ver somente o amor, a alegria, a Paz…e nada de fome…Isso era o que DEUS gostaria de ver na frente da sua casa.
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Comentário por Irany — setembro 27, 2010 @ 22:20 |
Apesar da beleza a Praça da Sé não tem o mesmo romantismo e inocência das praças das cidades do interior, ou então, das praças que existem nos bairros da Capital de SP, onde existem atividades do tipo: Tai Chi Chuan, exercícios de alongamento, algumas praças têm aparelhos para ginástica, possibilitando um melhor convívio entre os moradores da região. A Praça da Sé é ao mesmo tempo bela e folclórica, em razão da diversidade de pessoas que passam rapidamente por ela e as que são acolhidas (vide seus “moradores”). Dentre os freqüentadores da Catedral estão: os turistas facilmente identificados por causa de suas máquinas digitais que registram tudo. E àqueles que dão um tempo para a correria do dia a dia, para ouvir a palavra de Deus. A Catedral é um escudo protetor que “abafa” o barulho e a confusão da Grande Cidade.
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Comentário por Emília — setembro 27, 2010 @ 23:04 |
[…] como o Edificio Itália e o Copan, ícones da arquitetura contemporanea; ou a famosa Praça da Sé, palco de protestos, passeatas, shows, passagem obrigatória de todos que trabalham alí perto e […]
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Pingback por da série olhares sobre a cidade… « Isso é coisa de Lilly — setembro 28, 2010 @ 20:12 |
Eu só alagoano e pretendo mora em SP..para anda em toda partiii da praça da sé, e uma praça muitoU linda …
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Comentário por PatrcioStosS — junho 24, 2012 @ 10:36 |
Obrigado pela visita!
São Paulo tem lugares muito bonitos! A praça da Sé é um deles. Atualmente está tomada por muitos moradores de rua, que bebem e incomodam quem passa. Mas, a polícia metropolitana está sempre por lá.
Abrs
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Comentário por Augusto Martini — junho 24, 2012 @ 10:42 |
muito bom essa explicão !
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Comentário por lorena correia — março 31, 2013 @ 15:01 |
Agradeço sua visita.
At.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — abril 1, 2013 @ 8:28 |
Gostei muito das fotos da praça da Sé. Como posso consegui-las?
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Comentário por vanessa maria carvalho athayde correa — maio 29, 2018 @ 16:16 |
Boa tarde Vanessa.
As fotos são de minha autoria. As fiz aqui do meu trabalho, do prédio da Secretaria da Fazenda.
Você gostaria de te-las para alguma divulgação? pode baixá-las no próprio blog ou se precisar com maior definição, diga-me que enviarei.
Abraços e obrigado pela visita.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — maio 29, 2018 @ 16:23 |