Acabo de chegar do Theatro Municipal de São Paulo, onde fui assistir a ópera La Bohème, de Giacomo Puccini. A montagem de hoje me seduziu desde a primeira nota. Reconhecida como uma das dez maiores óperas de todos os tempos, La Bohème, como Tosca e Madame Butterfly, retrata a tragédia de uma mulher. A jovem Mimi apaixonada e correspondida, acaba por sucumbir aos caprichos da morte. Uma ópera que cativa, sobretudo, pelos soberbos temas que percorrem toda a audição.
– Um pouco sobre a ópera:
De Giacomo Puccini (1858-1924), com libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa baseado na novela de Henry Murger, “Scènes de la vie de bohème”. Com quatro atos, La Bohème estreou no Teatro Regio de Turim em 1º de fevereiro de 1896, sob a regência de Arturo Toscanini. A história acontece em Paris, na véspera do Natal e o enredo se desenvolve a partir do encontro de um poeta, Rodolfo, e uma florista, Mimi. La Bohème é um exemplo de uma ópera proletária, já que até a época em que Puccini a compôs, quase todos os personagens de ópera tinham sido reis, príncipes, nobres, guerreiros, deuses ou heróis da mitologia grega. Neste caso, são intelectuais proletários que não têm dinheiro nem para pagar o aluguel. Assim como Violetta Valéry em La Traviata, de Verdi, a protagonista da ópera de Puccini morre de tuberculose. Mas, ao contrário de Violetta, Mimi não é nenhuma cortesã dos salões elegantes de Paris; ela é extremamente pobre e vive na periferia. (more…)