A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

agosto 28, 2016

Os quintais de minha infância sempre foram cheios de vida

Os quintais de minha infância sempre foram cheios de vida. Flores, borboletas, passáros, verduras legumes e frutas.

A minha mãe tinha muito orgulho do jardim, uma vaidade que não escondia e que crescia quando vizinhos e parentes o elogiavam. Idem para a horta que meu pai cultivava no fundo do quintal.

As flores que minha mãe cultivava eram como se pertencessem às joias da coroa – meio que impossíveis de toca-las. E é bem no fundo de minha memória que ficam guardados os perfumes e cores do jardim da minha infância. Exuberante, cheio de recantos e flores de várias espécies. Tinha até uma cerquinha de madeira para não ser pisoteado ou invadido pelos cães da casa.

flores

Nosso quintal era um bom lugar para brincar, pois a graça daqueles canteiros, da mistura de laranjeiras e roseiras, ameixeiras e margaridas estava nessa junção de jardim com pomar – um viveiro de flores a fazer fronteira com a horta. Um pouco adiante, em canteiros cercados por uma paredinha de terra ou tijolos, o meu pai semeava alfaces, rúculas, almeirões e tomates. Havia sempre no quintal um vigoroso pé de alecrim, outro de capim cidreira, poejos, hortelã, e tudo quanto era ervas para chás e unguentos. (more…)

julho 25, 2016

Lembranças de infância

Quem passa aqui pelo A Simplicidade das Coisas sabe que gosto de escrever sobre minha infância. Perto da infância que meus sobrinhos tiveram, a minha aconteceu sem grandes diversões, mas hoje vejo que tudo teve muito valor.

Nasci em uma casa de colônia na Haras e Fazenda São José do Morro Grande, no Distrito de Ajapí, que pertence à Rio Claro/SP, onde meu avô era o administrador, meu pai o tratorista, minha mãe cozinheira e meus tios colonos. Tínhamos apenas um rádio. Nada de TV ou das modernidades que temos hoje. As casas não tinham muros – nem na colônia e nem na casa que fomos morar na Vila Alemã, depois que meus pais vieram morar na cidade. Podíamos conversar com os vizinhos, plantávamos as coisas no quintal, criávamos porcos e frangos e tínhamos uma horta. Nossa comida era natural, sem agrotóxicos, tirada ali, do nosso próprio quintal…O único problema era saber que a linguiça era tirada daquele porco do quintal o qual ajudei a criar. E que tantas vezes vi meu pai sacrificar bem ali, na minha frente. Idem para as galinhas e frangos…E isso me ensinou a dar valor da vida! E também foi isso que me fez ter optado por ser ovolactovegetariano por muitos anos!

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Lembro que em muitas tardes tinha a missão de molhar a horta, e que no meio dos canteiros de verduras e árvores frutíferas tinha os canteiros de flores de minha mãe e avó. Eu ficava lá com a mangueira, borrifando a água e pensando nas coisas que iria fazer…Nos gibis que lia. Sim, eu lia muito. Era minha distração. Li também todos os livros do Monteiro Lobato e do Júlio Verne. Hoje existem outras distrações, lê-se pouco e escreve-se mal. (more…)

março 8, 2016

As flores do jardim de minha Avó

No início dos anos 70, com a nossa vida guardada em caixas, fomos levados a desbravar um local desconhecido. Começou ali a descoberta de um mundo novo para mim e para minhas duas irmãs e minha prima Cida, a qual morava conosco.

Quando fomos morar na Vila Nova, em nossa primeira casa própria, tínhamos um terreno vizinho que pertencia ao meu avô, Primo Martini. E nele foi construída a casa que tempos depois viriam morar ele, minha avó e meu tio Pedro.

Vo1

 

Logo fiz muitas amizades. Todas as brincadeiras comuns giravam em torno de “brincadeiras de meninos”: índios, soltar pipas, esconde-esconde. Caçávamos besouros, ninhos de pássaros em meio ao mato baixo dos terrenos baldios, içás e gafanhotos aos quais arrancávamos as asas para não fugirem. Maldades de criança. Deus perdoa! (more…)

agosto 14, 2013

Mais algumas lembranças de minha infância e de minha vida… parte 4

Acho que foi por volta de 1966 ou 1967 (eu tinha uns 7 anos) que nos mudamos de casa pela terceira vez. Ficava na mesma Rua M-1, com a esquina da Avenida M-1. Somente a um quarteirão e meio de distância da outra. Também alugada. Era uma casa um pouco maior, com dois quartos que davam para a sala, uma cozinha e um rancho. O quintal era grande. Bem maior que o da casa anterior. Quartos e sala tinham forros de madeira. A cozinha era desprovida de forro. O piso era de tijolos e lembro-me do cheiro gostoso que emanava quando minha mãe o lavava. Dessa época consigo lembrar muita coisa. Assim, nesse post falarei de nossos vizinhos apenas.

Augusto 7

Parece estranho dizer isso – mas, esta é a única imagem que tenho de quando tinha sete anos. Possuo registros de quatro fotos anteriores de quando era criança. Depois dessa, somente quando tinha uns 16 anos.

Nossa vizinha de fundos se chamava Josefa. O marido era o Sr. Bepe (Giusepe). Tinham um filho que se chamava José. Dona Josefa era baixinha, falava muito e gostava de dançar. Pintava as unhas, usava batom, “um escândalo”, muito avançado para a época em uma periferia interiorana! Tinha um cachorro que se chamava Bidú. E dele, herdei a minha primeira cicatriz de mordidas de cachorro. Tenho umas três pelo corpo! (more…)

agosto 8, 2012

Reflexões sobre a eutanásia… praticada em animais – parte 3

Sobre animais, eutanásia e crueldades praticadas contra esses seres que nos são tão próximos.

O post mais polêmico que já escrevi aqui foi sobre a Eutanásia praticada em animais.

Quem me conhece bem sabe do amor que tenho por animais e plantas. Toda a vida tive cães e, a partir de certa altura tive um gato também – um persa himalaio chamado Leopoldo José… Antes da eutanásia da Bubba, a qual relato no post, vários cães passaram pela minha vida desde a infância. Um deles, o Tico, muito próximo de minha mãe e meu companheiro de corridas na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro, não era de raça pura. Era cruzado vira latas com cocker spaniel –  doce e lindo, com a idade foi perdendo a visão, a audição e estava já muito debilitado… Os pelos caíram. Tinha bolhas pelo corpo que viravam feridas. Já quase não se aguentava em pé e teve mesmo que ser “colocado para dormir”. Um dia conto toda a história dele aqui. Hoje, está perpetuado numa linda foto, num altar que tenho em casa.

Leopoldo José

E por falar na Bubba, faz uns 15 dias que estive em Rio Claro e vi o Bob, filho dela. Lindo! Mora num sobrado fantástico, com quintal e grama. Mas seu dono anda preocupado – suas pernas traseiras não estão respondendo muito bem por conta da idade. Ela está com 15 anos. Com lágrimas nos olhos falou que não sabe o que fazer, qual decisão tomar, caso a situação se agrave. Disse para ele que ainda hoje choro só de me lembrar da Bubba… E que se pudesse realizar um desejo, esse era tê-la de volta…

Interromper de modo voluntário a vida de um animal é a situação que um veterinário mais detesta enfrentar. Significa que já não existe mais nada a fazer de forma a resolver o caso do animal. Para nós, os donos, significa um sentimento de culpa e de abandono de um amigo que sempre nos apoiou. Conheço muita gente que prefere transferir a culpa para o veterinário, mas isso não é correto. Por coerência, e, porque não, lealdade, o dono do animal é quem deve assumir a responsabilidade do ato como sua, pois é a ele que cabe unicamente a decisão. O veterinário somente apresenta as hipóteses disponíveis. Foi o que aconteceu comigo. E segundo o veterinário, o animal não sofre. Simplesmente adormece imediatamente após a injeção.  (more…)

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