A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

junho 17, 2015

Invasões imobiliárias em São Paulo: “como chegamos a ocuparmos estes lugares”

Ontem, como de costume, fui almoçar com a Vera Grellet, amiga com quem trabalho. Resolvi revisitar um restaurante vegetariano que há anos não ia e apresenta-lo à ela.

No caminho de volta passamos na frente de um sobrado invadido na Quintino Bocaiúva, cuja foto apresento abaixo. Resolvi postar a imagem no Facebook com o seguinte comentário: “O inusitado: eu, apressado, voltando do almoço para toda a montanha de trabalho que me esperava. E ela, na janela, enrolada num cobertor, celular em uma mão, cigarro na outra. Quem é o certo? Quem é o errado? Eu, na correria da vida e sobrevivência, ou ela, apreciando o movimento da rua enquanto defende um lugar para ficar?”

Prédio invadido na Quintino Bocaiúva, centro de São Paulo

Prédio invadido na Quintino Bocaiúva, centro de São Paulo

Aqui, no asimplicidadedascoisas  já postei alguns escritos sobre as invasões que presencio e que são corriqueiras em edifícios centrais, em estado de abandono. São eles: São Paulo e a invasão dos sem teto, Morar no centro de São Paulo – prédios invadidos e Morar no centro de São Paulo – programa Renova Centro. (more…)

maio 20, 2015

Filosofando sobre a escola e a educação…

Apesar de a escola também instruir e educar, é em casa que se principia a educação. Antigamente havia mais respeito devido a essa educação que se trazia de casa, respeito, esse, que já vinha da parte dos pais, muitos deles analfabetos, porque sabiam que se os filhos fossem analfabetos como eles não seriam nada na vida.

Se você, como eu, passou dos 50 anos, já parou para pensar o que mudou na escola desde o seu tempo de “primário”? Como é hoje a relação entre professores e alunos? O que mudou ao longo dos últimos 40 anos e o que pensam eles acerca do seu papel enquanto atores sociais? Estão otimistas ou pessimistas em relação ao futuro da educação no país?

Todos nós sabemos que a escola não pode ser a resposta milagrosa para os problemas sociais que nela se refletem, mas, continuo a acreditar que ela pode desempenhar um papel fundamental na sua resolução. Mas para isso, é preciso dar mais tempo aos professores para comunicar e trocar ideias sobre educação. Você, que como eu é professor, sabe que hoje em dia somos absorvidos por inúmeras tarefas burocráticas, por muitas reuniões nem sempre tão produtivas quanto desejaríamos e que acabam por nos deixar esgotados e com pouco tempo para trocar ideias sobre educação. Além de refletirem indiretamente na relação entre colegas e com os alunos, tiram-nos o prazer de sermos professores.

Antigamente o professor trabalhava mais em função da sua área disciplinar, dedicando mais atenção ao seu metiê e ao seu aluno. Hoje em dia tem de atuar em outros níveis e acaba também por ser assistente social, psicólogo – e desdobrar-se em inúmeras tarefas. E há os projetos! Infinitos! E desta multiplicidade de papéis é normal que o cansaço se instale e que a criatividade vá para o beleléu. (more…)

maio 23, 2014

Perfil @aminhaempregada, no Twitter, escancara a doença do preconceito no Brasil

Gosto muito de ler o jornal El País. Seus colunistas são fantásticos e há uma versão on line em português para aqueles que não dominam o Espanhol. Li ontem um texto intrigante – algo mais para a coleção das histórias de discriminação que acontecem em nosso País. Falava de um perfil criado no Twitter e que satiriza a herança escravocrata brasileira sob o codinome @aminhaempregada. A pseudo “brincadeira” toca em um assunto sério, a começar pela inclusão do pronome possessivo “minha” no codinome do perfil virtual, que demonstra um papel de posse de alguém que lhe serve. O autor, que preferiu ficar no anonimato, responde os posts preconceituosos de parte dos brasileiros, que em algum lugar de sua imaginação se acham seres superiores em relação a seus empregados.

empregada

Twitter @aminhaempregada

 “Minha empregada não chega, disse que tá sem ônibus, minha casa tá imunda. Vadia, vem andando!”, diz alguém, nem se importando com a greve de ônibus que deixou São Paulo com 260 km de congetionamento no último dia 20. “Minha empregada é anta, ela tava arrumando meu quarto, tocou quatro vezes o celular e ela nem para me levar e nem avisa!”, diz outra, essa sim, uma anta tuiteira. Chocante, não?

Mais chocante ainda é saber que esse tipo de comentário faz parte do cotidiano do brasileiro, mesmo depois de 126 anos da abolição da escravatura. No caso do perfil @aminhaempregada, alguém apenas decidiu reuni-los, para que pudessem ser “apreciados” em toda sua crueza. Mas, há um lado muito positivo dessa história toda. O perfil no Twitter materializa um preconceito que em sua essência é intangível e que ganha a função de espelho, onde o brasileiro pode se reconhecer como um idiota por adotar atitudes similares aos que estão sendo expostos na rede por seus comentários. (more…)

janeiro 13, 2014

Os filhos da classe C mudarão a cara do Brasil

A classe C é hoje protagonista na sociedade brasileira. São 40 milhões que, saídos da pobreza, constituíram um estrato que está influenciando na própria identidade do país. Os filhos dessas famílias constituídas pelos trabalhadores de mais baixo nível profissional, em sua maioria analfabetos ou quase, são uma novidade tão importante que, segundo Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, podem chegar a “mudar a cara do Brasil”.

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Manifestantes durante protesto em Brasília, em junho de 2013. / EVARISTO SÁ (AFP)

Ao contrário de seus pais, que não estudaram, estes jovens já frequentam a escola e sabem mais do que eles. Querem, além disso, continuar sua formação para poder dar um salto social. Serão adultos muito diferentes de seus progenitores, segundo o perfil apresentado no estudo Geração C, feito pelo Data Popular, sobre esses 23 milhões de jovens entre 18 e 30 anos, que recebem salários de até 1.020 reais por mês, e representam 55% dos brasileiros dessa idade. (more…)

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