A Covid19 mudou nossas vidas e isso não temos como negar. Não falo simplesmente da alteração da rotina nesses dias de isolamento, em que não podemos mais fazer caminhadas despreocupadas ou ir aos nossos restaurantes preferidos. Quais serão as mudanças mais profundas, aquelas transformações que devem moldar a realidade à nossa volta e, claro, as nossas vidas depois que o vírus for atenuado ou mesmo ser controlado? Sou pessimista. Acho que ele não irá desaparecer. Esse vírus mudou as nossas vidas e continuará nos assombrando.
Entender que mundo novo é esse é importante para nos prepararmos para o que vem por aí. O mundo de antes do coronavírus não existe mais, é fato. Mudanças que a população mundial levaria décadas para se adaptar tiveram que ser efetivadas rapidamente, em meses. E ainda estamos nos tentando nos acostumar com elas.
Li no Estadão de ontem, 12/10/2020, um artigo do Gilberto Amêndola o qual gostaria de compartilhar com vocês. Segue. Boa leitura e boa reflexão.
A geração corona
Filhos do home office, um dia vocês vão sair de casa e romper a casca. O futuro é de vocês.
Desde que a pandemia do coronavírus se instalou no mundo, as máscaras se tornaram o novo acessório de proteção pessoal obrigatório para travar a propagação da COVID-19. No entanto, alguns erros podem reduzir, e muito, a sua eficácia, alertam os profissionais de saúde. Descubra, a seguir, os principais comportamentos que devemos evitar quando estamos de máscara.
1. Pulverizar a máscara com álcool ou desinfetante Molhar a sua máscara com estes produtos vai reduzir a capacidade de filtragem. Os vapores do álcool e do desinfetante permanecem no tecido por um período de tempo prolongado, mesmo após as lavagens, podendo irritar as vias aéreas superiores, especialmente no caso de quem sofre de doenças respiratórias crônicas, como é o caso da asma. As autoridades recomendam que se lavem na máquina com um detergente de roupa comum a uma temperatura de 60º C durante, pelo menos, 30 minutos.
Moro no centro histórico de São Paulo, no bairro República, em um edifício de onze andares, construído nos anos 40, com um apartamento por andar. Os apartamentos estão assim dispostos até o décimo andar, sendo que somente o décimo primeiro andar é dividido em quitinetes, onde ficavam os antigos quartos de empregada. Segregação nos anos 40? Sim. As empregadas domésticas não podiam circular onde os patrões moravam. O preconceito não surgiu agora, meus caros!
Como podem imaginar, somos poucos moradores. Éramos 13 até terça feira. Hoje somos 11. Dois deles foram vitimados pelo Covid19. Um foi internado em abril, retornou para casa, voltou a passar mal, foi internado novamente há uns 12 dias e faleceu ontem. O outro, seguiu para o hospital na terça feira, dia 2/06 e faleceu no final da tarde do mesmo dia.
Se as mortes por coronavírus podem ser contabilizadas, mapeadas, colocadas em gráficos e publicadas diariamente e podemos acessar tais dados por boletins no final do dia, o mesmo não acontece com um outro aspecto ligado à pandemia e muito menos visível: a nossa saúde mental, que está submetida há meses a uma realidade com a qual ninguém está preparado para lidar. Isso é inédito para toda uma geração, por uma combinação de coisas que conjuga alcance, duração e letalidade – traz embutido o medo e ansiedade em doses difíceis de serem administradas, ainda mais por pessoas que passaram a viver confinadas, sozinhas ou em família. No caso do edifício onde moro, a maioria dos apartamento possuem apenas um morador. À insegurança com a própria saúde e de pessoas próximas, soma-se ainda insegurança financeira.
Até terça feira eu estava convivendo com as notícias na TV, na internet, nas mídias impressas. Mas, quando isso chega ao nosso convívio fica mais difícil de lidar. O medo fica mais próximo. Hoje desci para colocar o lixo na rua e encontrei um vizinho. Nos cumprimentamos com um “bom dia” e nada mais, não falamos sobre as mortes. Depois fiquei imaginando os efeitos disso no trauma micro coletivo entre os moradores, na produção de reações involuntárias com relação ao outro – e que pode levar alguns vizinhos a mal interpretarem como asco, nojo etc. Que momento vivemos…
Sei que para muitos, a experiência vivida no momento atual é de luto. E esse luto não se restringe apenas ao desaparecimento físico de pessoas, como meus vizinhos, que eram próximos. O luto também é vivido na perda de um emprego, de um lugar, de uma vida da forma como era antes. A morte dos meus vizinhos não puderam ser acompanhadas dos rituais propícios. A interdição ao contato social impede funerais e cerimônias religiosas (hoje marquei missa de sétimo dia para os dois, por telefone e assistiremos pela internet), ou seja, os parentes mais próximos e amigos nem sequer podem ter a sensação de terem fechado um ciclo.
A pandemia da covid-19 trouxe uma alteração significativa em nossas vidas. Seja na vida dos doentes ou na vida dos que não estão doentes, seja na vida dos infectados e internados, dada a gravidade dos sintomas. Tivemos nossas vidas desorganizadas. Temos medo de adoecer e não ter vagas em hospitais e temos medo de morrer.
Desde o começo tomei a atitude de não ficar lendo muitas notícias, mensagens em grupos de whatsapp etc. Decidi assistir apenas um telejornal diário, pois estava ficando muito ansioso. Continuo com minha rotina diária de trabalho, faço meditação e exercícios, as refeições nos mesmos horários. Os contatos não são mais presenciais, mas por vídeo chamadas. Procuro praticar a solidariedade com os que estão ao meu redor e com os mais distantes também.
Com fé, tudo isso passará, como o ensinamento passado pela parábola abaixo, que divido com vocês, com carinho!
Uma fazenda de framboesas chamada Silver Raspberry (Framboesa prateada) recebeu 5,4 milhões de euros (R$ 34 milhões) do governo da Bósnia para importar cem respiradores da China e equipar os hospitais do país.
Cada respirador saiu por cerca de R$ 340 mil, muito acima do preço normalmente cobrado: mesmo em meio à escassez de equipamentos e à disputa entre países, o aparelho dificilmente custa mais de R$ 150 mil.
Para completar, os ventiladores não eram adequados para UTIs que tratam pacientes graves com a Covid-19 —o modelo era para uso em ambulâncias. O dono da fazenda e processadora de frutas Framboesa Prateada é o apresentador de TV Fikret Hodzic, que comanda o programa “Você também pode ser uma estrela”. Ele negou ter cobrado preços superfaturados e disse que usou conexões na China para empreender o que ele chamou de “missão humanitária”.
O site ancorado nesse link fornece monitoramento preditivo e contínuo da manifestação do COVID-19 pelo mundo, levando em conta o monitoramento de casos confirmados. O modelo SIR (suscetível infectado-recuperado) busca informações nos dados já divulgados de diferentes países para estimar as curvas do ciclo de vida da pandemia e prever quando a ela poderá terminar nos países e no mundo. Tudo baseado em dados estatísticos. Como as informações mudam rapidamente, os monitoramentos preditivos são atualizados diariamente com os dados mais recentes. A motivação, teoria, método e cautela estão registrados neste artigo .
* Isenção de responsabilidade: os organizadores do site deixam claro que o conteúdo dele é estritamente para fins educacionais e de pesquisa e pode conter erros. O modelo empregado e os dados são imprecisos para as realidades complexas, em evolução e heterogêneas nos diferentes países. Portanto, as previsões são incertas por natureza.
Baseado em dados até 28/04/2020
O site alerta que os leitores devem tomar quaisquer previsões com cautela. O otimismo excessivo baseado em algumas datas de término previstas é perigoso, pois pode afrouxar nossas disciplinas e controles e causar a reinfestação do vírus e da infecção, portanto deve ser evitado.
Além de contribuir com a saúde mental dos públicos interno e externo, a iniciativa vem recebendo diversos elogios dos alunos.
Em meio às medidas de prevenção à propagação da Covid-19, muitas pessoas têm apostado numa boa saída para se entreter e, ao mesmo tempo, aprimorar seus conhecimentos por meio da educação à distância (EAD). Pensando nisso, a Escola de Governo do Estado de São Paulo (Egesp) se adaptou para atender o seu público e dar continuidade às suas atividades.
Atualmente, a instituição oferece 15 cursos e tem previsão de abertura de mais dez nos próximos meses. São aproximadamente cinco mil alunos inscritos, entre servidores públicos e cidadãos, e a quantidade de vagas varia de 100 a 1.200 por turma. São cursos de diversas áreas e destinados tanto para quem busca aprimoramento quanto para quem está à procura de uma recolocação no mercado de trabalho.
Para se adaptar a essa nova realidade, servidores públicos e os próprios cidadãos buscaram pelos cursos online ofertados pela Egesp, que tem sob sua responsabilidade a educação fiscal, a política de formação, capacitação e desenvolvimento dos servidores públicos do Estado de São Paulo, a capacitação técnico-profissional de servidores da Secretaria da Fazenda e Planejamento, bem como em temas transversais para demais servidores públicos do Estado. Também está a cargo da Escola a biblioteca da Secretaria da Fazenda e Planejamento, a promoção e celebração de convênios, acordos de cooperação e parcerias com órgãos, federais, estaduais e municipais e outras organizações, para aplicação dos programas de interesse da Egesp.
Há muitas perguntas que povoam nossa cabeça nesse momento de pandemia do Novo Coronavírus. Vou mesmo ficar em casa todo o dia? Vou comprar mais comida no supermercado? Público ou não a minha opinião nas redes sociais? Participo ou não das manifestações que estão sendo marcadas, como bater panelas na janela às 22h00? Posso confiar nas decisões das autoridades? Confio ou não nos vídeos e “textões” que insistentemente recebo em minhas redes sociais? Nesta altura de pandemia em que precisamos tomar decisões individuais com impacto importante na sociedade, como vamos conseguir lidar com a complexidade, a incerteza e a necessidade de ação coletiva? Coletiva sim! Você não pode pensar somente em seu próprio umbigo! Não é fácil, a nível individual, compreender como agir. Será que a ética pode nos ajudar a decidir no que fazer?
No atual momento precisamos pensar de forma estruturada em como agir. Fazemos muitas coisas no piloto automático, julgamos muito os outros e achamos e opinamos sobre muitas coisas sem o necessário conhecimento. A pandemia – esta epidemia que ocorre em todo mundo e ao mesmo tempo – exige mais de nós. Exige exercícios de reflexão, de introspeção, de fazermos valer os nossos valores éticos. Exige, acima de tudo, responsabilidade, e exige que sejamos construtivos.
Pense no coletivo! Se todos saírem às compras, fazendo estoque de comida, isso é bom? Claro que não! E a sua resposta para esse questionamento te fará pensar se deve ou não fazê-lo.
Foque-se no contexto e nas consequências. O que acontecerá se eu não seguir as instruções sobre a quarentena? Se a sua resposta for uma maior probabilidade de apanhar o vírus ou contagiar alguém – e vai ser – tente ficar o máximo possível em sua casa!
Exercite suas virtudes! Tão importante em responder sobre o que você deve fazer é se perguntar como você quer ser. Que tipo de pessoa você quer ser nesse contexto de pandemia?
Nem sempre há respostas absolutamente certas ou erradas, mas ao menos você conseguirá ser uma pessoa mais consciente e informada. Sempre questione o universalismo dos seus atos ou nas suas consequências ou em pensar que tipo de pessoa quer ser. Ou melhor ainda, pense em todos esses questionamentos. Suas respostas poderão não coincidir, pois o pluralismo ético faz parte da vida real. O essencial é você conseguir fundamentar-se em algo e argumentar de forma coerente o que decidir, principalmente quando estamos, como no momento que ora vivemos, em contextos novos, complexos, difíceis e que nos deixa cheio de dúvidas.