A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

dezembro 10, 2020

O presépio – Adélia Prado

Filed under: amor,Atualidades,Brasil,Coisas que eu gosto,Lembranças,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 19:20
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Minha alma debate-se, tentada à tristeza e seus requintes. Meu pai morto não vai repetir este ano: “Nada como um frango com arroz depois da missa.” Minha irmã chora porque seu marido é amarradinho com dinheiro e ela queria muito comprar uns festões, uns presentinhos mais regalados, ô vida, e ele acha tudo bobagem e só quer saber de encher a geladeira com mortadela e cerveja. Talvez, por isto, ou porque me achei velha demais no espelho da loja, sinto dificuldades em ajudar Corália.

O Presépio

Queria muito chorar, deveras estou chorando, às vésperas do nascimento do Senhor, eu que estremeço recém-nascidos. Estou achando o mundo triste, querendo pai e mãe, eu também. Corália disse: você é tão criativa! E sou mesmo, poderia inventar agora um sofrimento tão insuportável que murcharia tudo à minha volta. Mas não quero. E ainda que quisesse, por destino, não posso. Este musgo entre as pedras não consente, é muito verde. E esta areia. São bonitos demais! À meia-noite o Menino vem, à meia-noite em ponto. Forro o cocho de palha. Ele vem, as coisas sabem, pois estão pulsando, os carneiros de gesso, a estrela de purpurina, a lagoa feita de espelhos. vou fazer as guirlandas para Corália enfeitar sua loja. A radiação da “luz que não fere os olhos” abre caminho entre escombros, avança imperceptível e os brutos, até os brutos, banhados. Desfoco um pouco o olhar e lá está o halo, a expectante claridade, em Corália, em Joana com seu marido e em mim, também em mim que escolho beber o vinho da alegria, porque deste lugar, onde “o leão come a palha com o boi”, esta certeza me toma: “um menino pequeno nos conduzirá”.

Do livro Filandras, de Adélia Prado – Editora Record – Rio de Janeiro     •     São Paulo, 2001 – página 111.

janeiro 5, 2020

A tradição do dia de Reis, na Espanha

O dia 6 de janeiro é o dia mais aguardado pelas crianças espanholas, e também pelos mais crescidos. Sim, é neste dia que se abrem os presentes de natal! O “Día de los Reyes Magos” é uma das festas mais populares da tradição cristã em Espanha, que assinala a visita dos três reis magos ao menino Jesus e também o final do período de Natal. O dia é celebrado um pouco por todo o mundo, mas na Espanha tem um significado especial.

Entrega de presentes

A entrega de presentes neste dia é a tradição espanhola mais conhecida. O costume tem o propósito de replicar o gesto dos reis magos que, quando visitaram o menino Jesus, ofereceram ouro, incenso e mirra. No dia 6 de janeiro pela manhã, as crianças abrem os seus presentes, oferecidos com o objetivo de manter viva esta tradição.

Cartas aos reis magos

Associada ao Dia de Reis está outra tradição: em vez de enviarem cartas ao Papai Noel, as crianças espanholas enviam cartas aos reis magos com os seus pedidos de presentes para receberem no dia 6 de janeiro. As cartas são normalmente redigidas na véspera da celebração, no dia 5 de janeiro, e amarradas em balões de cores que são largados no céu, levando os desejos das crianças.

“Rosca de reyes” com chocolate quente

Comer “roscón” ou “rosca de reyes” acompanhada de um chocolate quente é outra das tradições célebres na Espanha associadas a esta festividade, que remonta à Idade Média e simboliza paz, amor e esperança, além de fortalecer a convivência familiar. A forma circular do “roscón” representa o amor eterno de Deus e a coroa do rei, enquanto as frutas decorativas representam as distrações do mundo.


O mais legal é que dentro da rosca vem duas surpresas. Ao comer, quem encontrar uma figurinha terá sorte por todo o ano. E quem encontrar uma fava pagará o Roscón. Gostou dessa tradição? A Espanha é um país com muitas curiosidades a descobrir.

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dezembro 20, 2019

O melhor Natal certamente é aquele que vive na nossa memória

Em minha infância, lá pelos idos dos anos 60 e 70, o Natal, sem sombra de dúvida, tinha um cheiro especial. Os meses de outubro e novembro para mim são inesquecíveis, pois tinha o perfume das flores da jabuticabeira, mangueiras carregadas, com alguns frutos já amadurecendo, as flores em seus mais diversos tons pipocando nos jardins das casas…

E essa profusão de cores e cheiros segue à entrada de dezembro quando os vaga-lumes em seu piscar noturno, nos jardins e terrenos baldios, anunciavam a chegada da data mais esperada do ano. Como no comercial do Bradesco que está sendo exibido essa semana nos canais de TV, os capturávamos e colocávamos em um vidro e depois eram soltos. Era mágico ver aqueles pequenos seres emanando suas luzes.

Dezembro era também a época da grande faxina nas casas: eram lavadas e esfregadas as paredes, janelas e o chão de tijolo. Cada peça da casa era lavada, limpa. Tudo ficava com jeito de novinho. Sim, tudo lavado e esfregado, pois pintar era caro demais. Contavam-se os dias em uma ansiedade angustiante. Todas as semanas a casa passava por uma faxina. Mas, a de Natal era a maior!

O pinheiro de Natal – que era um galho de pinheiro, mas outras tantas um galho seco de qualquer árvore – tinha um ritual especial – seu tamanho era escolhido a dedo, pois tinha que se acomodar no canto da sala. Uma velha lata era preenchida com areia e tijolos velhos para imprimir firmeza e servir de pé, e a grama barba-de-bode que colhíamos nos terrenos baldios fazia o acabamento. Sob a árvore montávamos o presépio que ganhei, salvo engano, da D. Edna de Godoy Nevoeiro, dona da loja de ferragens Casa Nevoeiro, que ficava na Rua 4, esquina da avenida 3, em Rio Claro/SP, meu primeiro emprego formal. Minhas irmãs poderão confirmar essa origem. A gruta de Belém, que acomodava a manjedoura, era feita com uma caixa de papelão, coberta de musgos ou capim seco. Ah, e a cada ano, mesmo em situações de “aperto”, uma nova peça era comprada e incorporada ao “acervo”.

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dezembro 19, 2018

Natal Iluminado em São Paulo – é grátis!

Gratuito, Natal Iluminado trará anjos voando em edifícios do centro

O Natal Iluminado, já reconhecido como uma das principais atrações gratuitas da cidade de São Paulo no mês de dezembro, vem com novidades em 2018. De 14 a 23 de dezembro, o evento apresenta espetáculos diários que unem projeção mapeada nas fachadas, Folia de Reis com bonecos gigantes dos Três Reis Magos, cenas de presépio representando o nascimento de Cristo, além de balé aéreo, performances de anjos e música ao vivo. Tudo acontece em três construções históricas do centro de São Paulo: Edifício Matarazzo, Igreja do Mosteiro de São Bento e Pátio do Colégio.

Sobre o Natal Iluminado

O Natal Iluminado foi concebido pela Associação Comercial de São Paulo para oferecer ao público uma atração que vai além das iluminações e enfeites típicos do fim do ano. O espetáculo, que une projeções, teatro, música, dança, bonecos e circo, se uniu à tradicional decoração dos prédios da ACSP, que, desde o ano de 2000, monta cenários especiais na sede paulistana e em 15 Sedes Distritais. O espetáculo é produzido pelo Guaimbé Bureau de Cultura e tem sido patrocinado pelo Ministério da Cultura, Bradesco, Cielo e Grupo Tricury.

PROGRAMAÇÃO

1. Chegada do Espírito Natalino 
Local: Edifício Matarazzo
Endereço: Viaduto do Chá, 15, Centro
Horário: 19h às 22h 
19h – Concentração da Folia de Reis 
19h25 – Saída do cortejo com a Folia de Reis em direção ao Mosteiro de São Bento 
19h30 às 21h – Projeção 
21h15– Todo o roteiro acima se repete, com projeção até às 22h

Mosteiro de São Bento

2. Anunciação e seres celestiais 
Local: Igreja e Mosteiro de São Bento 
Endereço: Largo de São Bento, 48 – Centro, São Paulo – SP
Horário: 19h50 às 22h 
19h50 – Primeira entrada da projeção, com duração de 5 a 7minutos 
20h – Chegada da Folia de Reis. Os músicos se apresentam e seguem em cortejo até o Pátio do Colégio 
20h20 – Projeção volta e permanece até́ às 21h 
21h – Reapresentação do Cortejo da Folia Reis 
19h às 22 – Apresentações aéreas intercaladas e estatua viva no local

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dezembro 5, 2018

O Natal ensina

Filed under: amor,Atualidades,Brasil,Cidadania,Educação,Infância,Lembranças,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 13:23
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Texto de Dom José Francisco

O filósofo Nietzsche ficaria do lado da cebola. Ele dizia que tudo era interpretação, e que não havia nenhum núcleo de ser sustentando nossa experiência de vida. Nesse sentido, para ele, a vida não passava de um descascar de cebolas: apenas modos de ver, perspectivas, interpretações. Nada mais além disso.

A visão cristã do mundo prefere ficar do lado da batata. Ainda que escondida por uma crosta ou por um véu, existe uma realidade substanciosa e vital que nos alimenta.

A proximidade do Natal nos ensina a pensar naquilo que viemos representando durante o ano, para nós mesmos e para os outros. Encontrei um livro que colocava essa questão de forma curiosa e cômica. O autor perguntava se o nosso mundo interior se parecia com uma cebola ou com uma batata?

O problema é que, mesmo tratando a vida como batata, nós lhe damos ares de cebola. Vivemos de opiniões, verdades parciais e provisórias, paixões arrebatadoras que só duram uma estação do ano, aparências e modas. Vivemos como se a vida fosse só isso! E nos esgotamos descascando camadas sem nenhum sentido, buscando na exterioridade o que só no centro se pode encontrar.

Dessa forma, a vida corre o risco de ficar sequestrada num enredo sem-fim de interpretações que nos distraem do essencial. Acabamos desabitados de nós próprios pelo tanto que somos invadidos por pontos de vista, absolutizações das circunstâncias, cascas, cascas e mais cascas.

Mas você pode mudar isso.

Faça um Natal diferente. Faça o Natal ser Natal. Apure e aprofunde os sentidos: veja melhor, escute melhor, sinta melhor. Preste atenção.

A oração apura os sentidos. Não uma oração qualquer, mas uma oração feita de atenção, de toda atenção de que a alma for capaz. É da qualidade da atenção que depende a qualidade da oração.

Nestas semanas que antecedem o Natal aceite o desafio da atenção: veja melhor, sinta melhor, ouça melhor. Deus não fala se você não prestar atenção.

É claro que vamos enfeitar nossas ruas e casas com presépios, árvores, guirlandas e bolas. E nem poderia ser diferente! O Natal precisa figurar entre as mais brilhantes lembranças da infância. Antes mesmo de saber o que o Natal significa, a criança precisa aprender o significado da benevolência e do amor.

É hora de deixar nossa confusão de cebola. Chega de cascas. Com tanta casca, tornamo-nos cascudos, insensíveis, indiferentes. E a vida não pode ser só isso. É pouco e queremos mais, sempre mais, porque é vital querer mais. A proximidade do Natal nos leva a pensar naquilo de vital que tange o essencial da alma.

E o Natal ensina. O Natal que o mundo anseia ensina benevolência e amor.

As cascas da cebola têm pouco a nos mostrar desses quesitos. Prefira sentimentos com a robustez da batata, a que alimenta a humanidade desde a aurora dos tempos, desde quando ainda não se falava em Natal, mas já se sabia que, sem benevolência e amor, até as batatas viram cebolas.

O Natal ensina. Não fará mal nenhum a gente aprender.

novembro 29, 2017

Natal – sua comemoração e decorações pelo mundo!

Todos os anos, milhares de cristãos em todo o mundo reúnem-se para celebrar o nascimento do menino Jesus, para trocarem presentes, comer e para se deixarem maravilhar pelas iluminações de Natal nas casas e nas ruas. Mas, em vez de uma ceia farta, com vários tipos de comida, há quem prefira comer Carpa e, em vez de rabanadas, ou bolos cobertos com chantili. Pelo mundo, há tradições de Natal para todos os gostos e algumas podem parecer algo estranhas.

Na Índia, apenas 2,3% da população é cristã, o que corresponde a cerca de 25 milhões de pessoas. O Natal é celebrado como em qualquer outro lugar do mundo — com missa do galo, troca de presentes e, claro, uma árvore de Natal. Ou melhor, uma bananeira de Natal. Como não existem pinheiros na Índia, os indianos geralmente decoram bananeiras ou mangueiras ou a árvore que estiver disponível.

Nas fotos abaixo, algumas decorações de Natal na Itália, Portugal, Alemanha Bélgica e Brasil. Percebam que algumas delas são comestíveis: feitas de chocolate belga!

Clique em uma das imagens para vê-las ampliadas.

No que diz respeito a refeições natalícias, os japoneses têm algumas tradições esquisitas. Em 1974, uma campanha publicitária associou o Natal à marca KFC. Desde então, os restaurantes da cadeia de fast-food norte-americana tornaram-se num lugar escolhido para passar essa noite de especial. No dia de Natal, as famílias reúnem-se para comer um cheesegurger ou uns nuggets de frango. Também no Japão, a sobremesa de principal é um bolo de chocolate coberto com chantili. A procura é tanta que as encomendas têm de ser feitas com meses de antecedência. (more…)

novembro 6, 2017

Conheça a História e significado da árvore de Natal

Acredito que você também tem a sensação de que o Natal está chegando cada vez mais cedo, não é mesmo? Os shoppings, na ânsia de conquistar os clientes, acabam lançando suas decorações natalinas no final de outubro ou início de novembro! Um absurdo consumista! Sem contar quando você encontra lojas vendendo enfeites e guirlandas já em setembro… Tenho visto fotos de amigos e parentes que já montaram suas árvores! Mas saiba: há um motivo e dia certo para montar sua árvore de Natal e presépio! E em 2017 a data correta é o dia 03 de dezembro. Veja logo abaixo qual é a razão.

A árvore de Natal é um dos mais tradicionais símbolos cristãos relacionados ao nascimento de Jesus Cristo. De acordo com a Igreja Católica, ela representa a vida, já que, durante o inverno do Hemisfério Norte, época em que ocorre o Natal por lá, o pinheiro é única árvore que não perde suas folhas.  (more…)

dezembro 24, 2013

Reflexões sobre o Natal… saudades…

Sim, eu já tive carnavais felizes, porém não me lembro de uma Noite de Natal muito feliz em minha infância de Rio Claro.

As noites de Natal perderam a delicadeza. Não temos mais chaminés nem ceias fartas. Temos o que é popular e fora da realidade da data – muitos churrascos! Em vez do saco de presentes do Papai Noel, temos as calamidades dos shoppings centers superlotados e abertos até a madrugada para dar conta da grande correria das compras. Hoje, em Belém, onde o menino Jesus recebeu os Reis Magos, nos lugares sagrados de Jerusalém, há explosões de mísseis, e homens-bomba que matam centenas de inocentes.

Nativity_tree2011

Lembro que no Natal da minha infância, enquanto os sinos tocavam eu via  as ceias nas casas dos vizinhos e os abraços frios e os votos de felicidades que eram trocados entre os familiares. O destino das famílias ficava evidente no Natal. Nós, os pobres se conformando com o prazer dos presentes baratos e os ricos querendo provar que seriam felizes. Papai Noel tem muitas conotações desde que foi inventado na Noruega, por causa de São Nicolau, que ajudava as pessoas carentes nos finais de ano. Papai Noel sempre foi uma imagem de perdão e carinho.  (more…)

Boas Festas e um 2014 cheio de gratas surpresas!

Dizem por aí que a nossa vida é como um livro. E é verdade. Algumas linhas poderíamos reler dezenas de vezes, outras, pularíamos sem hesitar… ou leriamos sem importância.

Mas ainda não inventaram nada mais fascinante do que imaginar como serão as próximas páginas. Quantos não fariam de tudo para dar uma olhadinha lá na frente. Mas quer saber? As vezes, aliás diariamente, momentaneamente, vejo e revejo finais e finais para esse meu livro!  E  isso é fantástico!

felices fiestas guada2
É emocionante ler um livro sem saber o final, assim como o melhor de viver é aproveitar o sabor único de cada momento. Portanto, se você está começando um novo capítulo, aproveite para escrevê-lo com toda a intensidade. Lembre sempre que sua história pode ter diversos personagens, mas um único autor: você!!! (more…)

dezembro 24, 2012

Presépio – origem

O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1.223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A idéia surgiu enquanto o santo lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em tamanho natural, em uma gruta de sua cidade. O que restou desse presépio encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.

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Presépio significa em hebraico “a manjedoura dos animais”, mas a palavra é usada com frequência para indicar o próprio estábulo. Jesus ao nascer foi reclinado em um presépio que provavelmente seria urna manjedoura, como as muitas que existiam nas grutas naturais da Palestina, utilizadas para recolher animais. Outra versão é que o presépio de Jesus era feito de barro, aproveitando-se uma saliência da rocha e adaptando-a para tal finalidade. Esta é, sem dúvida, a versão mais aceita.  (more…)

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