Tudo começou na segunda metade do século XVII, quando o intelectual jesuíta Carlos de Sigüenza y Góngora reuniu o códice inteiro, em três volumes, em sua biblioteca, que depois passou para o Colégio de San Ildefonso da Cidade do México. Ali, em 1827, o bibliotecário do colégio, José María Luis Mora, combinou com o inglês James Thomsen, representante da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, trocar o Códice por um lote de Bíblias protestantes, não com a finalidade de usá-las para evangelizar, mas como livros de alfabetização. Thomsen voltou a Londres com o códice, e Mora, com o passar dos anos, se converteria no fundador do pensamento liberal no México.
Dois volumes com as obras completas de Fernando de Alva Ixtlilxóchitl (1578-1650), e um terceiro livro que é uma miscelânea contendo 40 documentos diferentes, incluindo o original da Crônica Mexicáyotl, de Hernando de Alvarado Tezozómoc, onde se descreve a história do povo mexicano desde sua saída de Aztlán, no ano de 1064 dC, até a chegada dos espanhóis, em 1519, compõem o chamado Códice Chimalpáhin, que o governo mexicano comprou antes que fosse leiloado em Londres.

Início de uma crônica do códice. O texto começa em espanhol antigo e prossegue em nauatle. Fonte: El Pais
Erroneamente chamado códice nos EUA e totalmente atribuído de forma inequívoca a Domingo Chimalpáhin (1579-1660), o documento do final do século XVI e início do século XVII tem uma história tão intensa como os mesmos eventos que descreve. Sua história, cheia de altos e baixos, parece ter encontrado descanso após 187 anos fora do México. (more…)
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