Meu sonho me fez lembrar da época em que brincávamos na rua sem perigo algum, de empinar pipa, bolinha-de-gude, rodar pião, amarelinha, carrinho de rolemã, pique esconde, pera, uva, maça, salada mista, sem violência, sem drogas, sem malícia, sem gravidez precoce, aids, etc., ou seja, um tempo que infelizmente não volta mais…
Hoje acordei com uma sensação muito boa. Meu sono foi interrompido enquanto sonhava que empinava um papagaio. Ele era colorido, com “barbichas” que lembravam as cores do arco-íris. Até hoje, já com 55 anos, continuo apaixonado por pipas. De vez em quando me dá vontade, compro papel de seda, vou até minha chácara, corto um bambu, faço varetas e, usando os sobrinhos como desculpa, passo a fazer uma pipa. Hoje em dia os papagaios saem melhores dos que fazia quando criança, época um tanto sem jeito. Mas confesso – mesmo assim eu era bom nisso…
Na minha infância, papagaio era o nome dado para todo e qualquer artefato que voasse. Pipa era o nome específico para o papagaio feito com três varetas, que normalmente era utilizado para laçar, caçar e cortar outras pipas. Esse papagaio possuía um rabo ao qual era dado o nome de rabiola – esse rabo era muito longo, difícil e chato de fazer. As vezes com papel de seda, mas, na maioria das vezes era confeccionado com saco plástico, desse de acondicionar lixo. Ainda não tínhamos as sacolinhas de supermercado. E como ficava linda no ar uma pipa com uma rabiola bem feita! (more…)