Em tudo o que diz respeito a memória, os hermanos são infinitamente melhores que nós. O Parque de la Memoria, localizado em Buenos Aires, é apenas um exemplo disso.
Ontem meu passeio saiu fora do roteirão que todos os turistas que veem para Buenos Aires fazem. Fui conhecer o Parque de la Memoria. Fiquei impressionado com a força e a tristeza do lugar. É um dos poucos espaços na cidade que familiares e amigos dos desaparecidos possuem para deixar uma flor. Em outra oportunidade que estive na cidade eu havia feito uma visita ao Espacio Memoria y Derechos Humanos (ex ESMA) – a máquina do terror na ditadura Argentina!
A entrada no Parque impressiona logo de cara é o Monumento a las Víctimas del Terrorismo de Estado – um muro gigante que abriga 30 mil placas, sendo que 9 mil delas contêm nomes de pessoas desaparecidas, reunidas pelo ano em que foram sequestradas e em ordem alfabética. Outra informação é a idade que tinham na época e, no caso das mulheres, se estavam grávidas ou não. É impressionante o número de menores de idade, entre 14 e 18 anos. Esta lista se complementa com um arquivo digital que pode ser consultado por familiares, estudantes, investigadores e público em geral, e que contém fotos, desenhos e objetos pessoais de cada um deles. É possível consultar, no site do parque, dados sobre as vítimas e ainda contribuir com informações (veja aqui). Esse é um monumento que está em constante reformulação, já que muitas informações da época da ditadura estão sendo reveladas aos poucos. Segundo uma das funcionárias, em pouco dias um sistema de busca on line bem mais completo do que o existente hoje estará no ar. (more…)