A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

março 30, 2021

Mais algumas lembranças de infância

Gosto de escrever sobre minhas lembranças de infância. Tenho o privilégio de ter comido doce de abóbora com coco feito em tacho de cobre. E feito com as abóboras colhidas no sítio de meus avós paternos ou com aquelas plantadas no quintal de minha casa.  Aquele doce, apurado no fogão a lenha, não troco por nenhum doce industrializado – era doce feito com amor e muita dedicação por uma pessoa muito especial para mim: minha mãe.

Desde que me conheci por gente ela fazia doces, uma arte que certamente aprendeu com sua mãe ou como cozinheira que foi no Haras e Fazenda Morro Grande (hoje Ajapí), distrito rural de Rio Claro. Meus avós paternos foram administradores dessa fazenda e depois passaram a morar em um sítio que adquiriram dos irmãos de meu avô, naquele distrito.

Nessa pequena propriedade passei alguma parte de minha infância e as férias escolares de minhas irmãs sempre eram por lá. Para mim, menino de cidade, tudo era uma aventura: dormir sob a luz de lamparina (o interior do nariz ficava preto), tirar água do poço, ver minha avó cozinhar no fogão a lenha, assar pães no forno a brasa (espécie de forno parecido com a casa do pássaro João de Barro), andar a pé do sítio até Ajapí, passear de carroça, ver minha tia Leonor passar roupas no ferro a brasa, meus tios e avô matarem porcos para a subsistência.

No dia 01 de janeiro meus avós realizavam uma Festa para comemorar o novo ano, quando também era comemorado o aniversário de meu avô, Primo Martini.

Na semana que antecedia a comemoração, minha avó fazia tachos de doces, massas caseiras, meus tios e avô matavam leitoas e frangos. Tinha pães assados no forno a brasa. Como não havia energia elétrica, não tinha geladeira. Meu avô encomendava barras enormes de gelo, que eram quebradas e o gelo picado era colocado em tambores para resfriar os refrigerantes, as cervejas ou a serpentina por onde passava o Chope.  Tinha também o vinho de garrafão. Lembro-me que minha avó misturava água e açúcar no vinho e dava pra gente comer com pão! Era tanta fartura de comidas e bebidas que hoje me pergunto como ela, minha mãe e tias davam conta de tantos afazeres. Vinham todos os parentes com seus filhos e os amigos das redondezas. Era muita gente!

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abril 20, 2019

60 anos – reflexão

Filed under: amor,Atualidades,Coisas que eu gosto,Lembranças,Memórias,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 21:24
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Amanhã completo 60 anos. Não me sinto com essa idade. Mas, pensar nesse número acaba pesando um pouco. Já tenho 43 anos de contribuição para os institutos de previdência e mais uns dois anos que não recolhi. A partir de amanhã adquiro o último requisito para pedir a contagem de tempo e aposentar. Aliás, essa é uma palavra que não devo usar – ela é muito pesada. Vou é me reinventar! A reinvenção – tão necessária num mundo onde tudo acabou e onde todos nós, repito, todos nós precisamos nos reinventar.

Não parar de sonhar, não parar de amar, não parar de trabalhar, esse será o meu legado como o de tantos homens e mulheres pelo mundo todo que inventam e se reinventam sem olhar no relógio do tempo porque reinventam o relógio e o tempo também.

No ano que vem, aos 61 anos, posso voltar a estudar alguma coisa que já tive vontade, uma profissão que achei ser a minha vocação, mas que na época não pude. Quero cursar uma nova universidade, estar lá, no meio dos jovens, cheio de perguntas e repetindo, como Sócrates, que só sei que nada sei.

Chego aos 60 anos e posso afirmar que tenho uma vida iluminada, não perfeita, mas permeada por um monte de erros crassos e reescrita a muitas mãos, onde são visíveis a caligrafia de muitos amigos/mentores, de amores e de tantas outras mãos que me deram apoio para eu chegar até aqui.

Onde vou comemorar meus 60 anos amanhã? Não sei! Passarei sem festa num lugar tranquilo. Quero andar numa mata recebendo as energias de Oxossi, de São Francisco, da mãe terra e das boas energias espirituais que sempre estão comigo. Adoro estar perto da natureza, pois ela, mesmo que castigada e destruída, renasce das cinzas como Fênix, como eu, que tantas vezes tive de me refazer e reinventar.

São 60 anos. Vinte e seis anos sem minha mãe, 19 sem meu pai, décadas sem meus avós. Mas eles e suas energias não morrem. E atravessarão comigo a reta de chegada de todos os meus novos desafios, deixando minha alma feliz! Namaskar 🙏

abril 22, 2015

Quero aproveitar a vida…

Ontem completei 56 anos e essa idade me deixou mais elétrico ainda, e o fato de não ter medo dela, me faz mais feliz também. Só fico preocupado em fazer coisas ridículas e também não quero me parecer como tal. É que quando fiz quarenta e oito anos estava triste, me olhei no espelho e me vi acabado.  Mas agora que fiz 56 estou muito feliz, me olhei no espelho e levei um susto! Não sei de quem é esse rosto com algumas rugas que teima em olhar para mim. Não conheço esse senhor que começa a se apresentar! Estou envelhecendo e o espelho não me desmente, mesmo porque não tenho mais tempo para perder com ele. Quero aproveitar a vida até o último minuto e em qualquer situação. Pretendo fazer tudo que eu nunca fiz, sou jovem na alma, no gestual, no vocabulário e no comportamento. Só no corpo é que não, mas isso é só um detalhe. Quero celebrar a vida com tudo que tenho direito, e que quando a morte chegar – e ainda vai demorar muito tempo! quero que ela me encontre enebriado de felicidade, para que eu possa cumprimentá-la. Ah, e antes dela chegar quero dar a minha última grande festa, onde estarão presentes todos os meus amigos.

56 anos

56 anos!

Um dia a morte vai chegar e vocês já fiquem sabendo o que quero: me vistam com uma roupa bem colorida e podem me colocar um par de óculos escuros! E um bom tanto do meu perfume preferido Fahrenheit Masculino, da Dior. E por favor – não me coloquem algodões no nariz e nem flores – junta mosquitos e eu não quero ninguém me abanando, espantando as moscas. Se quiserem, podem pintar o caixão de laranja e escrevam nele frases dos poemas de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Quero música de fundo no velório, daquelas bem alegres. E como dizia minha avó Virgínia, quero muitos risos e que eles contagiem a todos. Depois podem me cremar e os chegados já sabem onde quero que espalhem as cinzas. Já está registrado em cartório!  (more…)

abril 21, 2014

Templo Zu Lai, o maior templo budista da América Latina

Em 2012 comemorei o meu aniversário no Solo Sagrado, da Igreja Messiânica. Esse ano, seguindo a mesma linha de meditação e contemplação da data, fui conhecer o Templo Zu Lai.

Ele fica pertinho de São Paulo – a cerca de 40 quilômetros da capital paulista, em Cotia –  cidade que abriga sítios e condomínios.  E é lá que está o maior templo budista da América Latina, inaugurado em 05 de outubro de 2003. Numa área de 150 mil metros quadrados, o Templo Zu Lai atrai centenas de pessoas por fim de semana — um número cada vez maior de budistas e também de curiosos em busca de relaxamento. O templo foi inspirando nos palácios da dinastia Tang, que comandou a China entre os séculos VII e X.

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Clique aqui Passeio virtual 360º e faça um passeio virtual pelo Templo Zu Lai.

 Além de contato com as tradições do budismo chinês, é possível meditar, ter aulas de Yoga e tai chi chuan, e diversos cursos, como o de filosofia budista, meditação, culinária vegetariana, ikebana, curso básico de chinês e caligrafia chinesa e se alimentar de comidas vegetarianas (o almoço sai por 20 reais). Lá é realizada a divulgação da prática de meditação e diversas cerimônias, como o Refúgio na Jóia Tríplice, Cinco Preceitos, Oito Preceitos e ainda rituais de casamentos e funerais. (more…)

janeiro 23, 2014

Mercado Municipal de São Paulo – ou Mercadão!!!

A cidade de São Paulo comemora 460 anos neste sábado, dia 25 de janeiro de 2014. Junto com a cidade, o Mercado Municipal Paulistano, ou Mercadão, ou Mercado da Cantareira, comemora 81 anos e as festividades terão início hoje, dia 23, estendendo-se até domingo, dia 26. Veja a programação no final desse post.

São Paulo é a maior cidade da América Latina e também uma urbe de muitas desigualdades. Possui uma vida econômica, cultural e gastronômica agitada, com opções para todos os gostos, culturas e bolsos. E como tem toda grande metrópole, em São Paulo tudo é grande, exagerado. Inclusive o Mercado Municipal. É muito fácil ficar perdido entre as centenas de opções de comida e bancas e não é fácil decidir que comer entre tantas opções. Então, se o seu destino de turismo aqui em São Paulo for esse, afrouxe o cinto, esqueça o regime e aproveite as delícias do local!

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Inaugurado no começo da década de 30 (25 de janeiro de 1933) no centro antigo de São Paulo, em estilo eclético, o mercado inicialmente só possuía o andar de baixo. Após uma reforma em 2004, feita para recuperar as fachadas, também foram construídos mezaninos que hoje em dia  abrigam diversos bares e restaurantes. Desde então o Mercado Municipal de São Paulo tornou-se um ponto de encontro de locais e turistas, todos em busca de suas saborosas comidas e do ambiente espontâneo e alegre. Não deixe de reparar nos lindos vitrais, que representam diversas cenas da produção de alimentos. As telhas de vidro, claraboias e os 32 painéis subdivididos em 72 vitrais feitos pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho, conferem ao lugar uma iluminação natural praticamente perfeita.  (more…)

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