A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

setembro 14, 2021

Não há florestas de ipês. Há ipês nas florestas

Filed under: amor,Atualidades,Coisas que eu gosto,Uncategorized — Augusto Jeronimo Martini @ 11:00
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Não há florestas de ipês. Há ipês nas florestas. Um aqui, outro lá Como não há multidão de amigos. Há amigos na multidão. Raros, consistentes, mas poucos.

O ipê marca sua presença na paisagem, como o amigo marca sua presença na memória. O olhar espraia-se na distância e o amarelo esparso prende sua atenção. No espaço vasto da memória os amigos são lembrados com nitidez, em contraste com a multidão dos conhecidos.

Foto: Augusto J. Martini

No ipê, a flor é frágil e passageira. O tronco é sólido e resistente. O tronco é a alma. A flor é a palavra. No amigo, mais que na palavra é na alma que se apoia o coração que busca. Mais importante que aquilo que diz é aquilo que é.

0 ipê fala pouco. Dá o seu recado e esconde-se no silêncio, para voltar na hora oportuna. Falasse o ano todo, não seria tão expressivo, como o amigo que não é falastrão. Sua palavra é tesouro e não se desperdiça na sonoridade vazia.

0 ipê chama a atenção, mas não se exibe. Cumprida sua tarefa, ele se perde na vegetação que o cerca. Com humildade e discrição.

É assim o amigo. Presente na hora exata, não alardeia a amizade que oferece. A amizade é uma sintonia do espírito. Não é um cartaz colado na testa, nem um rótulo fixado no exterior.

O ipê nada pede. Nasce espontâneo e não fica a exigir cuidados.

Como o amigo, que não é interesseiro. Porque amigo que se move em troca de favores não é amigo. O amigo nunca deve e nunca cobra. Ele apenas é. E nisso está sua característica.

É generoso o ipê. Depois que encantou a tantos com o seu colorido, devolve logo suas flores à terra, da qual os recebeu, cobrindo-a de um tapete amarelo e vivo, da mesma cor da coroa de ouro com que a natureza o enriqueceu.

O amigo não se deixa vencer em generosidade. A prestatividade e a solicitude são para ele como o respirar. Brotam do seu ser com a naturalidade que nunca parece exigir esforço, sem aguardar retribuição.

Entre tantas lições que nos dá o ipê, esta, a da amizade, é das mais preciosas. Não é rico, porque não tem frutos. Consegue ser amado por aquilo que é e não por aquilo que tem…

Ele vem dizer, todos os anos, que a amizade é um tesouro. Como o ouro da cor que o reveste.

Cultive a amizade. Ela dura sempre. Os aplausos fugazes morrem e os elogios vazios desaparecem. Mas ela é forte como o tronco do ipê. É como a vida que não desiste. É o suporte de todas as outras coisas. E dá valor a todas elas.

Fonte: Padre João Baptista Zecchin

janeiro 30, 2016

A recordação de uma bela amizade

De 1985 até 2002 fui servidor público do município de Rio Claro e trabalhei no Arquivo Público e Histórico. Naquela época a diretora da Autarquia era a Profª. Dra. Ana Maria de Almeida Camargo, Arquivista e Historiadora, professora na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH/USP, com a qual ainda hoje cultivo uma bela e amizade.

Esse trabalho foi importantíssimo em minha vida profissional, além de que por lá  fiz muitos amigos e também levei amigos da época em que trabalhei na Casa Nevoeiro de Ferragens (entre os anos de 1977 até abril de 1985) os quais viraram assíduos frequentadores de todos os eventos que fazíamos.

Uma dessas amizades que carregarei para lá é este senhorzinho que está comigo na foto abaixo  – Angelo Patrizzi, italiano, chaveiro aposentado da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Era como um avô para mim. Ia frequentemente me visitar no trabalho, apesar de seus 90 e poucos anos. Era muito ativo.

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Eu, com Angelo Patrizzi, no Arquivo do Município de Rio Claro, em 1987

O Patrizzi morava ao lado da Casa Nevoeiro e desde janeiro de 1977, quando fui trabalhar de vendedor na loja, diariamente ia conversar comigo nos intervalos de atendimento. Contava-me do seu dia a dia, de seus anos de trabalho na oficinas da Paulista, da vida familiar, do casamento com a D. Elvira, que, naquela época já se encontrava meio adoentada. De vez em quando tirava o relógio do bolso, olhava as horas e dizia: “quando eu morrer vou deixar esse relógio para você”. E eu retrucava: “Imagine! E o senhor ainda viverá muitos anos”. (more…)

fevereiro 20, 2015

Morri! E agora? O que fazer com meu corpo?

Hoje o assunto do post é um tanto tétrico. Vou falar sobre o pós-morte –  sabia que além do enterro convencional, você pode transformar suas cinzas em esculturas, quadros (as cinzas são misturadas na tinta), jóias, diamantes e até pode enviá-las à lua?  Também há o velório que se transforma em evento social, entre outros.

Você morreu! E aí? Nada mais precisa ser simples e comum. Tudo pode ser reinventado. 

Desde um enterro comum, até a cremação que costuma ser rejeitada por parecer um processo caro. Mas, comparada a todas as taxas de um sepultamento convencional, cremar ainda é mais econômico do que sepultar, sabia? Só a gaveta de um cemitério qualquer aqui em São Paulo, não deve sair por menos que 3 mil reais, pelo que ouvi falar. E isso nos cemitérios mais simples. Em alguns outros essa quantia pode ser bem maior. E para enterrar tem o caixão, flores, preparação do morto, a taxa de sepultamento, fora a manutenção do túmulo. Sem contar que hoje em dia as pessoas não vão muito ao cemitério. Somado a esses fatores a cremação tem a vantagem de ser a alternativa que menos agride o meio ambiente.

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O Roberto, daqui alguns anos!

E se o desejo é dar um destino diferente para o ente querido, o primeiro passo é justamente a cremação. É a partir das cinzas do morto que se pode inventar de tudo. Até para se despedir das cinzas existem alternativas. Se a ideia é jogar ao mar, há uma urna biodegradável especialmente elaborada para a ocasião. Feita de papel machê e coloridas com tintas naturais, a urna em formato de concha é das mais vendidas no litoral. Também há as urnas feitas de areia e gel (hidrossolúvel) e uma feita com fibra de coco que acompanha sementes de árvores nativas com instruções de plantio. Quando uma pessoa é cremada, as cinzas se transformam numa espécie de adubo, rico em cálcio, magnésio, etc..

Não há mesmo limite para as cinzas, nem mesmo o céu. É possível enviá-las ao espaço e ter suas cinzas espargidas na superfície lunar. Outros níveis são o da órbita terrestre, o suborbitário e o espaço profundo. Um serviço oferecido pela Celestis, empresa dos Estados Unidos especializadas em voos espaciais memoriais e que tem parceria com a agência espacial Nasa, pode levar suas cinzas ao espaço e espargi-las na superfície lunar. Ou na órbita terrestre. Parte das cinzas é colocada em uma pequena cápsula e enviada à sede da Celestis nos Estados Unidos. A cápsula permanece lá até o lançamento do foguete que vai levá-la ao seu destino final. Os parentes recebem um convite para o evento, caso desejem participar, mas as despesas de viagem não estão incluídas. Todo o lançamento é gravado em vídeo, que pode ser assistido depois. (more…)

janeiro 13, 2015

O valor de uma amizade

Vou lhes contar uma história que li dias atrás e que era mais ou menos assim…

Um dia, era eu ainda novo na escola, vi um menino da minha turma caminhando para casa depois das aulas. O nome dele era Caio. Parecia que estava carregando todos os seus livros. Eu pensei: “Por que é que ele leva para casa todos os livros numa 6ª feira? Deve ser mesmo um nerd”. Como eu já tinha o meu fim de semana planejado (uma festa e um jogo de futebol com os meus amigos no sábado à tarde), ignorei e segui caminho.

Amigos

Amigos

Conforme ia caminhando, vi um grupo de moleques que corriam na direção dele. Eles atropelaram-no, arrancando-lhe todos os seus livros dos braços e empurraram-no, de forma que ele caiu no chão. Os seus óculos voaram, e eu vi-os caírem na grama a alguns metros de onde ele estava. Ele ergueu o rosto e eu vi muita tristeza profunda nos olhos dele. O meu coração ficou penalizado. Então corri até ele enquanto ele se arrastava à procura dos óculos, e pude ver lágrimas em seus olhos. Enquanto lhe entregava os óculos disse-lhe: (more…)

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