Há muitas perguntas que povoam nossa cabeça nesse momento de pandemia do Novo Coronavírus. Vou mesmo ficar em casa todo o dia? Vou comprar mais comida no supermercado? Público ou não a minha opinião nas redes sociais? Participo ou não das manifestações que estão sendo marcadas, como bater panelas na janela às 22h00? Posso confiar nas decisões das autoridades? Confio ou não nos vídeos e “textões” que insistentemente recebo em minhas redes sociais? Nesta altura de pandemia em que precisamos tomar decisões individuais com impacto importante na sociedade, como vamos conseguir lidar com a complexidade, a incerteza e a necessidade de ação coletiva? Coletiva sim! Você não pode pensar somente em seu próprio umbigo! Não é fácil, a nível individual, compreender como agir. Será que a ética pode nos ajudar a decidir no que fazer?

No atual momento precisamos pensar de forma estruturada em como agir. Fazemos muitas coisas no piloto automático, julgamos muito os outros e achamos e opinamos sobre muitas coisas sem o necessário conhecimento. A pandemia – esta epidemia que ocorre em todo mundo e ao mesmo tempo – exige mais de nós. Exige exercícios de reflexão, de introspeção, de fazermos valer os nossos valores éticos. Exige, acima de tudo, responsabilidade, e exige que sejamos construtivos.
Pense no coletivo! Se todos saírem às compras, fazendo estoque de comida, isso é bom? Claro que não! E a sua resposta para esse questionamento te fará pensar se deve ou não fazê-lo.
Foque-se no contexto e nas consequências. O que acontecerá se eu não seguir as instruções sobre a quarentena? Se a sua resposta for uma maior probabilidade de apanhar o vírus ou contagiar alguém – e vai ser – tente ficar o máximo possível em sua casa!
Exercite suas virtudes! Tão importante em responder sobre o que você deve fazer é se perguntar como você quer ser. Que tipo de pessoa você quer ser nesse contexto de pandemia?
Nem sempre há respostas absolutamente certas ou erradas, mas ao menos você conseguirá ser uma pessoa mais consciente e informada. Sempre questione o universalismo dos seus atos ou nas suas consequências ou em pensar que tipo de pessoa quer ser. Ou melhor ainda, pense em todos esses questionamentos. Suas respostas poderão não coincidir, pois o pluralismo ético faz parte da vida real. O essencial é você conseguir fundamentar-se em algo e argumentar de forma coerente o que decidir, principalmente quando estamos, como no momento que ora vivemos, em contextos novos, complexos, difíceis e que nos deixa cheio de dúvidas.
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