A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

setembro 8, 2019

Assis – a cidade de São Francisco

Em fevereiro desse ano realizei um de meus maiores sonhos: ir até Assis, na Itália. De Perúgia, fui para lá de trem até a frazione Santa Maria degli Angeli. E lá tem a basílica de Santa Maria degli Angeli  – a qual é uma basílica papal situada numa planície no sopé de uma colina em Assis. Foi construída em estilo maneirista entre 1569 e 1679 à volta de uma pequena igreja do século IX, a Porciúncula, o local mais sagrado para os franciscanos, pois foi nela que o jovem Francisco de Assis compreendeu sua vocação e renunciou o mundo para viver em pobreza entre os pobres, iniciando o movimento franciscano. Mas, sobre a Porciúncula e Santa Maria degli Angeli falarei em outro post. Agora gostaria de centrar sobre a Basílica de São Francisco de Assis.

Visitar a Basílica é uma experiência inesquecível. Talvez porque ela seja rodeada de paisagens espetaculares ou porque, nela, a gente sente a presença do santo em cada canto.

A igreja foi tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco e está construída no mesmo local onde São Francisco quis ser sepultado: uma colina que, na época medieval, era chamada de Collis Inferni (Colina do Inferno), pois ali eram enterrados os corpos dos condenados à morte. Depois de ser colocada a primeira pedra para a construção da basílica, a colina foi rebatizada de Collis Paradisi (Colina do Paraíso).

A igreja começou a ser construída em 1228 (depois da proclamação de santidade de Francisco de Assis) e foi concluída em 1253, graças às doações que chegavam do mundo todo. 

A Basílica é uma fusão de estilos arquitetônicos romântico e gótico. São dois níveis: o superior está enriquecido com importantes afrescos, entre eles, as 28 cenas que contam a vida de São Francisco e que foram pintadas por Giotto.

Já a basílica inferior é mais escura e silenciosa, um convite à meditação. E não poderia ser de outra forma, já que lá está a cripta com os restos mortais de São Francisco. Emocionante!

Diante da tumba há uma lâmpada que sempre fica acesa. Quem visita o local, pode acendeu uma vela e escrever uma oração ao santo. 

Também é importante visitar a capela das relíquias, onde está o hábito, suas sandálias, o texto da Regra Franciscana, entre outras. 

Um pouco da história de São Francisco de Assis

São Francisco de Assis nasceu em Assis, em 1182 e morreu em 1226. Nasceu como Giovanni Francesco Bernardone,  filho de um rico comerciante de tecidos, foi educado em latim, francês e na língua e literatura maternas. No início teve uma vida despreocupada e mundana; participou na guerra entre Assis e Perugia, e foi mantido em cativeiro por mais de um ano, durante o qual ele contraiu uma doença grave, o que o teria levado a mudar radicalmente o modo de vida. Volta para Assis em 1205. A partir de então Francisco foi se dedicou à obra da caridade entre os leprosos e começou a se engajar na restauração de edifícios religiosos em ruínas, depois de ter tido uma visão de São Damião de Assis, que lhe ordenou para restaurar a igreja dedicada a ele.

O pai de Francisco, irritado com as mudanças na personalidade do filho e de seus sacrifícios consideráveis, deserdou-o; Francisco então, despojou-se de suas vestes diante do bispo de Assis, fazendo voto de pobreza.

Ele passou os próximos três anos cuidando dos pobres e leprosos nas florestas do Monte Subasio. Na capela de Santa Maria degli Angeli, em 1208, um dia, durante a missa, ele recebeu um convite para ir para o mundo, e se privar de tudo para fazer o bem em todos os lugares.

Voltando a Assis no mesmo ano, Francisco começou sua pregação, reunindo ao seu redor doze seguidores que se tornaram os primeiros irmãos de sua ordem, os franciscanos, e eles escolheram o topo de um morro e construíram a pequena igreja da Porciúncula. Em 1210 a ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Por volta de 1212, depois de pregar em várias regiões italianas, Francisco partiu para a Terra Santa, mas um naufrágio o obrigou a voltar, e outros problemas o impediram de espalhar seu trabalho missionário na Espanha, onde pretendia fazer proselitismo entre os mouros.

Em 1219 ele foi para o Egito, onde ele pregou diante do Sultão, mas não conseguiu convertê-lo. Em seguida, foi para a Terra Santa, onde permaneceu até 1220. Em seu retorno, ele encontrou discordância entre os irmãos e renunciou ao cargo de superior, engajou-se no que teria sido a terceira ordem dos franciscanos. Retirou-se para o monte Alverne, em setembro de 1224, depois de 40 dias de jejum e sofrimento enfrentados com alegria. Recebeu os estigmas, as marcas da crucificação.

Francisco foi levado para Assis, onde permaneceu por anos marcados pelo sofrimento físico e uma cegueira quase total, o que, no entanto, não diminuiu o amor dele para Deus e da criação expressa no Cântico do Irmão Sol, provavelmente composta em Assis, em 1225 – no qual ele faz uma ode ao sol e natureza, os quaus são elogiados como irmãos e irmãs, e está contido no episódio em que ele pregava aos pássaros. Francisco, que é o santo padroeiro da Itália, foi canonizada em 1228 pelo Papa Gregório IX. Muitas vezes, é representado na iconografia tradicional no ato da pregação, para os animais ou com os estigmas.

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