Amanhã completo 60 anos. Não me sinto com essa idade. Mas, pensar nesse número acaba pesando um pouco. Já tenho 43 anos de contribuição para os institutos de previdência e mais uns dois anos que não recolhi. A partir de amanhã adquiro o último requisito para pedir a contagem de tempo e aposentar. Aliás, essa é uma palavra que não devo usar – ela é muito pesada. Vou é me reinventar! A reinvenção – tão necessária num mundo onde tudo acabou e onde todos nós, repito, todos nós precisamos nos reinventar.
Não parar de sonhar, não parar de amar, não parar de trabalhar, esse será o meu legado como o de tantos homens e mulheres pelo mundo todo que inventam e se reinventam sem olhar no relógio do tempo porque reinventam o relógio e o tempo também.

No ano que vem, aos 61 anos, posso voltar a estudar alguma coisa que já tive vontade, uma profissão que achei ser a minha vocação, mas que na época não pude. Quero cursar uma nova universidade, estar lá, no meio dos jovens, cheio de perguntas e repetindo, como Sócrates, que só sei que nada sei.
Chego aos 60 anos e posso afirmar que tenho uma vida iluminada, não perfeita, mas permeada por um monte de erros crassos e reescrita a muitas mãos, onde são visíveis a caligrafia de muitos amigos/mentores, de amores e de tantas outras mãos que me deram apoio para eu chegar até aqui.
Onde vou comemorar meus 60 anos amanhã? Não sei! Passarei sem festa num lugar tranquilo. Quero andar numa mata recebendo as energias de Oxossi, de São Francisco, da mãe terra e das boas energias espirituais que sempre estão comigo. Adoro estar perto da natureza, pois ela, mesmo que castigada e destruída, renasce das cinzas como Fênix, como eu, que tantas vezes tive de me refazer e reinventar.
São 60 anos. Vinte e seis anos sem minha mãe, 19 sem meu pai, décadas sem meus avós. Mas eles e suas energias não morrem. E atravessarão comigo a reta de chegada de todos os meus novos desafios, deixando minha alma feliz! Namaskar 🙏