Steven Spielberg, o genial cineasta, imortalizou o nome de Oskar Schindler com seu filme “A lista de Schindler”, que mostra a história do industrial que ajudou a salvar judeus durante a Segunda Guerra. NA Cracóvia, sua antiga fábrica virou um museu.
Uma região industrial de Cracóvia, na Polônia, atrai milhares de turistas, embora não seja, em princípio, um lugar tipicamente turístico. Fui a pé do centro da cidade até lá, margeando o rio Vístula. A razão é que ali se encontra a antiga fábrica de Oskar Schindler, que inspirou o diretor norte-americano Steven Spielberg a rodar, em 1993, o mundialmente conhecido “A Lista de Schindler”, filme que conta os atos heroicos do industrial que salvou centenas de judeus durante a Segunda Guerra.
A prefeitura de Cracóvia transformou a antiga fábrica em um museu e montou ali a exposição permanente sobre a vida na cidade durante a ocupação nazista, intitulada “Cracóvia: ocupação entre 1939 e 1945”. A mostra é composta da biografia de Oskar Schindler e dos funcionários de sua fábrica.
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São eles os principais protagonistas dessa exposição, mas não os únicos. A mostra é dedicada a todos aqueles que foram afetados pela ocupação nazista na época. O destino dos trabalhadores judeus e funcionários da fábrica de Schindler é explicado dentro do contexto geral.
Filho de uma família de industriais, Oskar Schindler viveu entre 1908 e 1974. Em outubro de 1939, após a ocupação da Polônia por forças nazistas, ele comprou uma fábrica de utensílios de cozinha na Cracóvia, que até a passagem compulsória das propriedades para mãos de “arianos”, pertencia a judeus.
A fábrica produzia utensílios de metal para cozinha, principalmente panelas, e mais tarde peças para a indústria armamentista. Schindler foi beneficiado pela “arianização” das propriedades dos judeus e acumulou, nos anos que se seguiram, uma fortuna com negócios no mercado negro. Apesar de pertencer ao partido nazista NSDAP, aos poucos, ele se tornou cada vez mais consciente a respeito da condição aterrorizante dos judeus.
Em sua fábrica, ele usou a mão de obra de 1.200 trabalhadores forçados, que integraram sua famosa lista e foram por ele declarados “imprescindíveis” para a produção bélica nazista. Assim, ele salvou a vida de seus funcionários da morte certa nos campos de concentração.
Depois do fim da guerra, a fábrica de Schindler foi estatizada em 1947 e transformada na fornecedora de material de telecomunicações Telpod. Em 2002, a empresa fechou as portas. Três anos mais tarde, as instalações foram compradas pela prefeitura de Cracóvia. Com financiamento da União Europeia, o prédio foi reformado e transformado em Museu.
A exposição começa na Cracóvia dos anos 1930, em um ateliê de fotografia. Nas fotos, pode-se observar mulheres bem vestidas passeando pelas ruas e judeus bem-humorados a caminho da sinagoga. A atmosfera era descontraída no pré-guerra.
No dia 6 de setembro de 1939, soldados alemães invadiram a Cracóvia, cuja história durante a Segunda Guerra é contada de forma cronológica. Assim o visitante da exposição fica sabendo que quase 200 cientistas da universidade da cidade foram presos pelos nazistas em novembro de 1939. Depois, o visitante é levado a um bunker, ao gueto dos judeus e à estação central da cidade, de onde a população judaica era deportada.
A exposição, primorosamente concebida por cenógrafos e diretores de teatro, é composta de enormes painéis de parede em tamanho natural, displays digitais e telas multimídia, que auxiliam o visitante a compreender melhor as atrocidades daquele tempo através de ferramentas visuais e acústicas.
Portanto, da maneira como foi concebida, os idealizadores conseguiram chamar a atenção dos jovens, deixando-a atraente para esse público. Fotos, documentos, móveis originais daquela época estão em todos os ambientes, um mais impactante que o outro. Em uma das salas há um grande cubo de vidro transparente, cheio de panelas e outros utensílios de cozinha. Dentro do cubo, estão os nomes de aproximadamente 1.200 trabalhadores forçados judeus, cujas vidas foram salvas por Schindler.
Recomendo para todos que forem até a Cracóvia que visitem a fábrica Schindler. A mostra mantém viva e de forma impressionante a memória dos judeus que viveram as atrocidades daquela época.
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