Uma das melhores coisas de Tiradentes são os moradores. Todos muito simpáticos, adoram conversar, são prestativos em dar informações e sempre com o delicioso e típico sotaque mineiro, uai!
Nos cinco dias que estive lá, fui convidado para tomar café, bati longos papos com pessoas na rua e nas lojas de comércio.
Uma dessas conversas foi com a Lúcia Maria Resende, que é produtora do queijo “Sabores do Sítio”, em Tiradentes, na Região de Campos das Vertentes, e que ganhou a medalha de Bronze no “Mondial du Fromage”, em Paris, França. Seu queijo tem a característica suave, textura macia, todo feito com leite do rebanho do gado Jersey.
Ela disse que em 2016 conquistou o seu primeiro prêmio: o primeiro lugar em um concurso estadual em Minas (desbancou os deliciosos queijos da Canastra). E, neste ano, na primeira participação em um concurso mundial, conseguiu a Medalha de Bronze. Cerca de 80% do queijo que produz é vendido na Feirinha da Estação do Trem, em Tiradentes, mas o produto também tem destino certo, como Barbacena e Belo Horizonte.
Lúcia Resende faz queijos artesanalmente, com o seu pequeno rebanho, com o qual convive desde criança.
Logo que cheguei na Rodoviária de São João Del Rei, fui recepcionado pelos donos da casa que aluguei pelo Airbnb – o Marcus e a Silvana. Gentilmente levaram-me até a casa em Tiradentes. Pelo caminho fomos conversando e perguntei sobre queijos. Disseram sem pestanejar: “você tem que provar o Queijo da Lúcia!” – e foram logo contando da premiação. Mas o nome oficial do queijo é “Sabor da Serra”, do Sítio da Conquista. Se você tiver sorte é possível que consiga pegar alguns queijos de maturação mais longa, de até 30 ou 50 dias. São deliciosos.

Foto de Bruno Agostini

Foto de Bruno Agostini
Li no site Viagem com Farofa que quem quiser ver as vaquinhas da Lúcia, e sua pequena e limpíssima estrutura, pode ir até o sítio, que fica a poucos minutos do Centro Histórico de Tiradentes.
Lúcia disse ao site “– Quando ganhei o prêmio eu tinha só seis vacas, muito pouco. Quase não participei, porque tinha que mandar algumas amostras, e eu estava quase sem queijo. Não achei que ia dar em nada, e nem fui até Belo Horizonte. Até que me ligaram, dando a notícia. Queria sair voando até lá” – conta ela, que mostrou visão de empresária, pois logo nos dias seguintes à premiação mandou o filho até o Paraná, para comprar mais vacas. “– Hoje tenho 40, e estou ampliando pasto e a estrutura de produção, mas não muito, porque não quero crescer, acho que assim vai ficar de bom tamanho” – diz Lúcia, que ensina a clientela a continuar a maturação em casa, deixando o queijo protegido de insetos, e virando-o a cada dia.
Em nossa conversa, com sua deliciosa simplicidade, contou como foi lindo para ela conhecer Paris e outras regiões da França, tomar contato com produtores de queijos e apreciar a linda arquitetura.
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