Parte de uma série de construções escolares realizadas pelo Estado no início do século 20, a Escola do Carmo foi recuperada para abrigar a Escola de Administração Fazendária (Fazesp) – onde trabalho. Houve um primeiro projeto de recuperação que teve início em 1999 e que terminou em 2002 e outro, mais recente, que teve início em 2015 foi finalizado em 2016.
O edifício, de linguagem neoclássica com a inserção de elementos art nouveau, passou por metódico trabalho de recomposição. A área do terreno é de 1.068,25 m2 e a área construída é de 2.834,96 m2.
Exemplar representativo da arquitetura escolar do início do século passado, o conjunto foi projetado pelo arquiteto alemão naturalizado brasileiro Carlos Rosencrantz, funcionário, desde 1913, da antiga Diretoria de Obras Públicas da Secretaria da Agricultura.
A Escola do Carmo é um de seus primeiros projetos, feito com Achilles Nacarato. Retrato das alterações pelas quais passou a cidade, a edificação declinou junto com o centro e – curiosamente – ressurge no momento em que ele está sendo redescoberto.
O trabalho de restauro e recuperação foi desenvolvido com minúcias, cuja estratégia se estruturou na identificação dos elementos originais no projeto e na obra e pesquisa dos problemas construtivos, os quais foram corrigidos.
O edifício havia sido descaracterizado através do tempo e algumas mudanças ocorreram nesse período. Um exemplo disso é que na década de 1980 o prédio foi adaptado para ser a creche para os filhos de funcionários da secretaria – e sofreu várias descaracterizações.
Durante os dois processos de restauro, para devolver à edificação seu caráter original procedeu-se à recomposição de elementos decorativos. Um exemplo disso foram as estruturas de ferro que estavam cobertas pelas alvenarias – a peça em ferro fundido que recobre a entrada da fachada na rua do Carmo é uma reconstituição da original realizada a partir da documentação pesquisada pelas arquitetas da Teúba – Arquitetura e Urbanismo, que foi o escritório responsável pela obra entre os anos de 1999 a 2002.
Os pisos de ladrilho hidráulico foram recuperados ou, quando isso não foi possível, foram substituídos por cópias. O mesmo procedimento foi adotado no caso dos assoalhos.
Com o uso mantido, o projeto introduziu o mínimo possível de novos elementos – entre eles, elevador para acesso de deficientes, sanitários e um marcante lustre (desenhado pelas autoras do projeto: Christina de Castro Mello e Rita Vaz) no hall da construção. Instalações técnicas foram atualizadas e a atual ocupação exigiu redes elétricas especiais.
O edifício da Rua do Carmo, 88, setor 03 – quadra 006 – lote 0001-3, teve seu tombamento definitivo decidido pelo Conpresp – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, na 635ª Reunião Ordinária em 06 de setembro de 2016, e aguarda-se a Homologação (ato) da Resolução de Tombamento pelo Secretário Municipal de Cultura no Processo Administrativo nº 1992-0.009-298-5.
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