“A vida é o nosso maior tesouro, mas é passageira. Um dia vem a morte, o único evento comum a todos, que iguala reis e plebeus, burgueses e camponeses, pobres e ricos e todos voltam ao pó do qual somos formados. Das existências vividas restam apenas as obras e as memórias, que serão tesouros efêmeros para os que ficam, que por fim também se vão, e assim também as gerações seguintes… e a névoa do passado acaba por encobrir a história daqueles a quem devemos a nossa existência. Mas, desde o maior conquistador ao mais humilde lavrador, todo ser humano que vive dignamente do seu trabalho e com ele oferece aos seus filhos a oportunidade ímpar de existir, merece o reconhecimento e a admiração das gerações futuras. Estas vidas, com todos os seus sonhos, emoções, alegrias e tristezas, fazem parte da aventura que permitiu estarmos hoje aqui. Se deixarmos que as suas memórias morram, estaremos enterrando uma parte de nós mesmos; uma parte que está nos nossos genes, na nossa aparência, na nossa personalidade.”
(citação retirada de http://www.ortensi.com/historia/index.php#intro)

Porto de Gênova, em 1900
Hoje, 21 de fevereiro, no Brasil é comemorado o Dia do Imigrante Italiano.
Giuseppe Martini, meu tataravô, veio para um mundo desconhecido, com a ilusão de “fazer a América”, de ficar rico, esperando dar aos seus filhos a educação e a esperança que ele não pode ter. Chegou no Porto de Santos em 10 de abril de 1886, no Vapore Perseo. No Brasil, toda sua família teve uma vida de luta e abnegação. Foram exemplos de coragem. Emigrou, enfrentando um grande desafio movido pelo amor à família. Luigi Matini tinha 16 anos quando chegou e por aqui se casou (em Araras/SP).
Meu avô paterno, Primo Martini, foi um grande mestre que muito ensinou a todos os seus filhos e netos. Das memórias que guardo dele, tiro o exemplo de trabalho árduo e esmerado cuidado com tudo aquilo que fazia. Lavrava a terra e dela tirou o sustento da família e criou seus filhos. Que tiveram vidas simples, quase sem estudo, mas que também tiveram seus filhos e os criaram com honradez. Antonio, meu pai, e Maria, minha mãe, foram e sempre serão a minha fonte de motivação e orgulho.

Vapore Perseo – foi nesse navio que os Martini chegaram ao Brasil
Espero viver a minha vida à altura de tudo o que eles fizeram por mim e pelas minhas irmãs, pois, com seu amor e abnegação, sempre estiveram dispostos a tirar o pão do seu próprio prato para nos garantir alimento, dedicando-nos toda a energia de suas vidas. Com meu pai, aprendi quais são as maiores qualidades que um homem pode ter em sua vida: responsabilidade, dedicação e honestidade. Com minha mãe, que sempre tinha um sorriso nos lábios por pior que fosse a situação, que nunca se aquietou frente as situações e sempre tinha disposição para tudo, aprendi a nunca parar de sonhar com um amanhã melhor e mais feliz.
lista-passageiros-vapore-perseo_pdf

Propaganda da imigração ao Brasil feita na Itália
No cartaz está escrito (propaganda enganosa, é claro!):
Terras no Brasil para os Italianos
Navios em partida todas as semanas do Porto de Gênova
Venham construir os seus sonhos com a família
Um país de oportunidades. Clima tropical, víveres em abundância. Riquezas minerais.
No Brasil vocês poderão ter o seu castelo.
O governo dá terras e ferramentas a todos.
Leia outros posts que escrevi sobre imigração italiana e minha família
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2017/01/30/cidadania-italiana/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2013/04/24/arvore-genealogica-da-familia-martini/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2014/11/25/a-familia-martini-de-rio-clarosp/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2014/11/25/a-familia-martini-de-rio-clarosp-parte-2/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2006/02/28/a-aventura-da-familia-martini-parte-1/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2006/03/08/a-aventura-da-familia-martini-parte-2/
https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2017/02/13/a-aventura-da-familia-grazioli/
Giuseppe Martini, foi um exemplo de homem, que deve ser exaltado e imitado pelas gerações futuras. Veio para um país distante, cheio de sonhos, enfrentou muitas batalhas, construiu uma família equilibrada se está perpetuando através de seus descendentes.
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Comentário por Nora Pires — fevereiro 22, 2017 @ 11:43 |
Oi Nora. Agradeço sua visita. Abraços. Augusto
Em 22 de fevereiro de 2017 11:43, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — fevereiro 22, 2017 @ 11:46 |
Olá, estou também em busca da minha família, mas muitos passos distantes do seu!!! Meu pai perdeu pai e mãe com cinco anos de idade e foi criado em orfanato junto com o irmão, que ficou com os documentos mas acabou sumindo com eles. Meu avô se chamava Pedro Conde, era filho de José Conde e Stella Martini. Será que ela era da sua família? Estou há mais de vinte anos em busca de pistas, mas não desisto!!! Obrigada pelo imenso auxílio, Beatriz Conde Miranda
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Comentário por Beatriz Conde Miranda — março 7, 2017 @ 2:06 |
Oi Beatriz.
Essa pesquisa não é algo fácil, mas é super prazerosa quando chegamos em alguma descoberta.
Você já pesquisou no Centro Histórico do Imigrante? Dá para fazer a pesquisa pelo site mesmo.
Entre em http://www.inci.org.br/acervodigital/livros.php e faça sua pesquisa.
Fora isso, tente o Arquivo do Estado de São Paulo http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/acervo/guia
Não sei lhe dizer se a Stella Martini é minha aparentada. Mas pode ser que sim!
Abraços e boa sorte.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — março 7, 2017 @ 9:03 |