A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

janeiro 30, 2017

Cidadania italiana

Seria impossível descrever o quanto estou feliz por concluir mais essa etapa da minha vida. O tão sonhado reconhecimento da minha cidadania italiana chegou hoje, pelos correios. Para uns, o processo é bem tranquilo. Para mim, de tranquilo não teve nada.

Leia mais sobre a minha saga em relação a cidadania clicando aqui

Em meados de 1985 decidi ir atrás da minha cidadania italiana pois sabia que meu bisavô era italiano. Aliás, todos os meus antepassados vieram de lá. Falei com meus pais, tios, enfim – todos os mais antigos da família e também os amigos deles para saber de onde o nono Martini era. Todos diziam que era de Treviso, no Vêneto. Mas e o Comune? Nada!

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Escrevi muitas cartas para diversas comunes, Gastei muita grana com certidões que venciam ano a ano. Achei o desembarque no Porto de Santos – chegaram em 10 de abril de 1886. E posteriormente descobri que ele não se naturalizou. Ufa!

Passaram-se anos até descobrir que ele veio de Cornuda, uma cidadezinha perto de Treviso.

Nesse meio tempo tive que retificar o meu nome e todos os documentos. Assinava Martin por um erro de registro. Quando meus pais se casaram houve um erro no cartório. E quando eu e minhas irmãs nascemos o erro persistiu. Retifiquei para Martini.

Com todas as certidões em mãos dei entrada na fila de análise do consulado em São Paulo em 11 de fevereiro o de 2005. Fui chamado para apresentar os documentos em 04 de novembro de 2015, já com todas as traduções feitas, a peso de ouro!

Claro que têm muito mais pormenores na história toda, mas se eu fosse contar tudo ia ficar grande demais o post. Podem ler mais sobre o assunto clicando aqui. Contando assim, parece relativamente fácil, mas não foi.

Agradeço a ajuda de todos que me auxiliaram direta ou indiretamente, mas principalmente ao meu bisavô, Luigi Martini que me apareceu em sonho certa feita e me deu uma luz ao pronunciar algo como “corno”. Daí para chegar até Cornuda foi fácil.

No final da tarde de hoje ainda não sabia da carta. Mas bateu saudades de minha avó e postei algumas fotos do aniversário de 92 anos dela no facebook. Acho que já era um pressentimento.

Agora tchau que vou jantar e comemorar com um bom vinho que está guardado faz um tempão para quando esse dia chegasse.

7 Comentários »

  1. Parabéns, Signor Martini, por ter chegado ao fim da via crucis!

    Nos dialetos venetos, falados na região de onde vêm seus antepassados, é comum a omissão da vogal final exigida pelo italiano padrão. Sobrenomes venetos frequentemente soam como Scatolin, Vendramin, Schiavon, Scarpon, Schincariol, Pietrobon, Pozzobon, Dall’Agnol, Marcolin, Pavan, Furlan, Lorenzon, Marangon, Perin, Zanin. Repare que, com respeito ao italiano, parece que falta uma vogal no fim.

    Ao chegar ao Brasil, seu bisavô declarou acertadamente «Martin» como sobrenome, exatamente como a família era conhecida em Cornuda. «Martini» é a italianização do nome.

    O santo patrono de Cornuda é justamente… San Martin.

    Forte abraço,
    José Horta Manzano
    BrasildeLonge.com

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    Comentário por José Horta Manzano — janeiro 30, 2017 @ 22:24 | Responder

    • Bom dia Sr. José. Muito agradecido pelos cumprimentos. E gostei de saber sobre a variação dos nomes de família. No meu caso não foi na entrada do porto de Santos que aconteceu o erro de grafia. Foi no casamento de meu pai. A certidão de casamento dele saiu com o erro. Por consequência e desinformação de meus pais os registros de nascimentos meu e de minhas irmãs também. Um abraço! Augusto

      Em 30 de janeiro de 2017 22:24, A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

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      Comentário por Augusto Martini — janeiro 31, 2017 @ 8:37 | Responder

  2. Bom relato querido amigo Augusto! Sei que no meu caso é quase impossível, pois sou bisneta de italiana. Minha nona veio de PADOVA com uns poucos anos de idade. Viveu até mais de 100 anos. Impressionante como lembro das suas roupas, seu canteiro de margaridas e de sua faça de jardim. Ela partiu desse mundo e eu só tinha uns 4 anos, mas ficou na minha cabeça. Afinal, como diz ADÉLIA PRADO o que a memória amou fica eterno. Um beijo da sua amiga de Rio Claro, Andrea Lastoria

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    Comentário por Andrea — janeiro 30, 2017 @ 23:41 | Responder

  3. Viva! Augusto!

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    Comentário por Adriano Picarelli — fevereiro 7, 2017 @ 21:04 | Responder

    • Abraços, Adriano.

      Em ter, 7 de fev de 2017 às 21:04, A Simplicidade das Coisas — Augusto

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      Comentário por Augusto Martini — fevereiro 7, 2017 @ 21:32 | Responder


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