A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

janeiro 25, 2017

Lisboa – uma cidade para amar e sonhar!

A história de Portugal é dominada pelas descobertas dos exploradores marítimos, sendo que as mais importantes datam do princípio do século XV. A época dourada dos descobrimentos foi iniciada pelo Infante Dom Henrique, o Navegador, que queria quebrar o monopólio árabe das rotas comerciais de África e da Ásia. Os famosos exploradores portugueses incluem Bartolomeu Dias, que foi o primeiro europeu a passar o Cabo da Boa Esperança em 1487, Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para a Índia, Pedro Álvares Cabral, que foi o primeiro europeu a chegar no Brasil em 1500, e Fernão de Magalhães, que foi a primeira pessoa a atravessar todos os meridianos do globo. Esta época viu o sucesso dos exploradores portugueses em adquirir o monopólio da maioria do negócio das especiarias e as suas expedições ao Japão e ao Novo Mundo trouxeram grandes riquezas e poderio a Portugal. As novas descobertas não só trouxeram riquezas em termos de ouro, prata e especiarias, mas também poder e influência. A difusão do Catolicismo foi talvez o mais duradouro dos efeitos dos descobrimentos.

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Em 1755,  em 1 de Novembro, um dos mais arrasadores e mortíferos terramotos da história da humanidade atingiu Lisboa. Estima-se que cerca de um quarto da população de 200.000 habitantes de Lisboa foi dizimada. Outros dizem que esse número chegou a 100. 000 mortes. O terramoto, que mediu cerca de 9 na escala de Richter, foi logo seguido por um tsunami e por extensos incêndios que em conjunto destruíram grande parte da cidade. O acontecimento tornou piores as tensões políticas em Portugal, protelando as suas ambições coloniais, mas recebe créditos por ter sido o berço da ciência da sismologia moderna. Apesar da catástrofe e graças à enorme riqueza colonial portuguesa, foi montada uma operação de recuperação em grande escala e dentro de meses o centro da cidade de Lisboa estava já reconstruído. Os neoclássicos bairros centrais de Lisboa foram os primeiros do mundo a ser desenhados como sendo à prova de terramoto e conta-se que foram usadas muitas tropas a marchar para recriar os efeitos dum cismo perto dos edifícios para testar os efeitos. A reconstrução concentrou-se na parte baixa da cidade e o declínio econômico português subsequente impediu a completa ressurreição de Lisboa. Até no início do século XIX havia relatos de ruínas que não tinham sido reconstruídas. Alguns edifícios proeminentes no estilo manuelino sobreviveram ao terramoto, incluindo a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos, ambos classificados pela UNESCO como Património da Humanidade.

O Castelo de São Jorge é de longe o edifício mais antigo de Lisboa, datando do século V. A história urbana de Lisboa poderá ter começado como um centro comercial para os mercadores fenícios que traziam lata da antiga Bretanha. Os vestígios da influência fenícia datam do século XIII a.C., mas a antiga Lisboa foi, segundo reza a lenda, fundada por Ulisses (Odysseus), o famoso rei de Ítaca e herói do poema épico de Homero, a Odisseia. Ulisses supostamente chamou a cidade de Olissipo, que significa porto encantador ou simpático e quando os romanos chegaram a capital ficou conhecida como Olissipona. Os romanos construíram muitos templos, aquedutos e banhos pela cidade, assim como uma enorme necrópole debaixo do que é hoje a Praça de Figueira. No início do século VIII Lisboa foi conquistada pelas tropas muçulmanas do Norte de África e do Médio Oriente, que por sua vez, construíram mesquitas em cima dos templos romanos e também construíram uma muralha fortificada para a cidade conhecida como a Cerca Moura, que ainda hoje é visível. À medida que o comércio floresceu sob o domínio mouro, Lisboa tornou-se mais cosmopolita, atraindo cristãos, berberes e judeus, e em 1147 foi tomada pelos cristãos, assinalando a norte, expulsão e conversão de residentes muçulmanos Lisboa e a construção de igrejas católicas sobre as mesquitas.

Lisboa hoje

Lisboa ergue-se nas suas 7 colinas sobre o rio Tejo, banhada por uma luz única. Capital de Portugal desde a sua conquista aos Mouros em 1147, Lisboa é uma cidade lendária com mais de 20 séculos de história e o mais importante polo turístico do País. Dos edifícios pombalinos da Baixa, com fachadas de azulejos, às estreitas ruas medievais dos Bairros típicos de Alfama e do Bairro Alto, onde à noite se pode ouvir o fado e usufruir de um divertida vida noturna, aos inúmeros museus e lojas, Lisboa é uma cidade com várias opções.

São variados os pontos de interesse turístico da cidade, mas alguns são absolutamente imperdíveis. É o caso do Castelo de São Jorge, de onde se avista Lisboa em toda a sua magnificência, passando pela velha Mouraria, pela Sé Patriarcal, pela Baixa Pombalina, o Mosteiro dos Jerônimos, exemplo mais marcante do estilo manuelino, classificado pela UNESCO como “Património Cultural de toda a Humanidade”; a Torre de Belém, construída na época dos Descobrimentos, a Basílica da Estrela.

Nos arredores da cidade, Sintra merece uma visita por todo o seu ambiente romântico, para o qual contribuíram em muito variados escritores da literatura internacional. Saliente-se como pontos de interesse o Castelo dos Mouros, a Quinta da Regaleira, o Cabo da Roca, conhecido como o ponto mais ocidental da Europa, Sintra e o Palácio Nacional da Pena cuja construção remonta a 1839. Mas isso será tema de um post a seguir.

Na vila de Sintra, passeiam-se carruagens de cavalos que conduzem os turistas pelas maravilhosas quintas com séculos de histórias. Perto perto fica o Palácio de Queluz e o Convento de Mafra, maior monumento religioso de Portugal, Cascais, Estoril e Ericeira, outros destinos turísticos de interesse na região que encantam pelas suas praias. Não fui. Ficará para uma próxima viagem.

Lisboa revela a sua vocação de cidade animada durante os festejos dos Santos Populares, no mês de Junho. No dia 13 de Junho comemora-se o feriado de Santo Antônio, padroeiro da cidade, substituindo a antiga devoção a São Vicente de Saragoça.

Existe uma variedade muito grande de restaurantes nacionais e de cozinha internacional. No entanto, a proximidade da costa, ditam a predominância de peixe fresco e marisco nos pratos da região. É o caso das sardinhas assadas, as amêijoas “à Bulhão Pato”, sopas de peixe “à fragateira”, variados pratos à base de bacalhau e o delicioso polvo a lagareiro. Entre aos vários tipos de doces, cuja base comum são os ovos, os pastéis de Belém são imperdíveis.

Outras especialidades típicas são os queijos de cabra e de ovelha do Sobral de Monte Agraço e de Azeitão, os folhados da Malveira e o “pão de ló” de Loures, os saborosos doces de noz e ovos de Cascais, as “queijadas” de Sintra; os vinhos de Colares, Bucelas, Setúbal, Carcavelos e o vinho “moscatel” de Setúbal.

Minhas impressões

Sobre Lisboa e Portugal como um todo – nunca tinha ido e voltei encantado! Lisboa oferece vistas esplêndidas em seus miradores, museus para diferentes públicos e experiências gastronômicas deliciosas. A cidade é fantástica, a população linda. E tem o fado – eu gosto! A cidade, uma das mais antigas do mundo, manteve o seu charme e encanto e tenho certeza que pode ser considerada como uma das mais bonitas do planeta.

Para além das múltiplas atividades culturais que a cidade oferece, a população de Lisboa é muito hospitaleira tornando a visita ainda mais acolhedora. Em terras portuguesas fui para Sintra, Coimbra e Porto. Gostaria de ter conhecido alguns vilarejos, também Cascais e Estoril, talvez Óbidos. Mas vai ficará para uma próxima.

O gostoso de lá é caminhar e se cansar. E como cansa! Muitas escadas e ladeiras.

Quando você for para Lisboa sinta e o som dos bondes elétricos antigos e amarelos que sobem e descem as ruas. Caminhe pelas ruas e beba um vinho ao som do fado em vários locais da cidade. Admire os autênticos tesouros de edifícios históricos, os muitos miradouros com vista para o Tejo, mas também sinta a cidade mais moderna que em alguns lugares está totalmente aberta para novas tendências. Visite a mistura entre o “novo” e o “antigo” do Chiado. Coloco entre aspas porque tem muita coisa que parece antigo, mas é novo. E vice versa! Muito legal isso. Assista a um melancólico show de fado português bebendo um bom vinho.  Leia um pouco de Fernando Pessoa (meu preferido, com todos os seus heterônimos) para entender mais a cidade.

Não deixe de ir passear pelo distrito de Belém (Época do Descobrimento, Torre de Belém e Mosteiro dos Jerônimos, além de visitar o túmulo de Vasco da Gama e de Fernando Pessoa). Vá nos miradores para ver a cidade de cima. E volte apaixonado, querendo se mudar para lá na próxima semana!

2 Comentários »

  1. Caríssimo, nem precisa ir a Lisboa para querer se mudar. Sou de São Luís do Maranhão e percebo as semelhanças daas ruas, escadarias, fachadas etc. A diferença principal é que Lisboa está bem conservada, é um sonho de consumo. Nas fotos antigas a semelhança é mais evidente, quando tínhamos o bondinho circulando por aqui.

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    Comentário por Marcos Portela — janeiro 26, 2017 @ 2:31 | Responder

    • Pois é Marcos. Conheço São Luis. Tenho parentes aí. Se o Reviver tivesse realmente funcionado, a cidade seria um chamariz para turistas e não só porta de passagem para quem vai para os Lençóis. Digo sempre aos meus familiares o quanto sinto pelo centro histórico de São Luis não ser preservado. Se aí morasse seria num desses casarões que gostaria de viver. Abraços. Augusto

      Em 26 de janeiro de 2017 02:31, A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

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      Comentário por Augusto Martini — janeiro 26, 2017 @ 8:16 | Responder


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