Em diferentes locais em Berlim detalhes específicos do genocídio são trazidos à tona, monumentos e memoriais são construídas e a responsabilidade do Estado para com as vítimas é assumido. Isso não significa que há uma atitude consciente da maioria da população neste sentido ou que todos concordam sobre o assunto. Esquecimento e negação também estão presentes. O que os alemães nunca deve fazer novamente é ensinado nas escolas, mas nada parece o bastante. Sempre há novas maneiras de recordar, para tentar transmitir aquilo que não foi dito.O Muro se foi, mas isso é recentemente. Seus supostos restos ainda são vendidos nas lojas de suvenires juntamente com supostos capacetes militares russos, ou o pequeno escudo com martelo e foice, e os símbolos da antiga RDA. Mas em tudo isso esconde-se a questão: estamos no lado leste ou oeste? Onde estava o Muro? Tudo mudou muito desde 1989, no lado leste. Como muitos monumentos da era nazista, águias e o laurel de estátuas neoclássicas e estádios olímpicos, tudo permanece em seus lugares, apesar de a maioria dos monumentos oficiais da ex-RDA ter desaparecido completamente. Algumas estátuas da era socialista ainda permanecem em avenidas. A mudança na cidade é permanente, e para onde você olha há guindastes. E o que não mudou, como a Alexanderplatz, que para mim não tem nada de especial, deve estar no caminho para que isso aconteça.
Há cidades monumentais, como Roma e Paris, e há cidades em que precisamos nos inserir em sua história, mesmo que trágica e sangrenta, para vivê-la. Cidades cheias de palácios, fontes, avenidas, estátuas, igrejas, catedrais… e outras em que, mesmo com parte de todas essas atrações, mesmo que destroçadas pela guerra, o que se sente, no momento da chegada, é que são cidades para serem vividas. Em todas as cidades vale a pena passar alguns dias apenas caminhando por suas ruas, visitando as suas lojas e supermercados, museus, lugares emblemáticos e deixando o seu ritmo marcar a visita.Mas, Berlim, não é só mais uma dessas cidades – é a cidade ideal para isso. Claro que além de caminhar por ela, não se pode deixar a capital alemã sem fazer visitas em torno do Unter den Linden – o mais famoso boulevard da cidade, a Brandenburger Tor, ou Portão de Brandemburgo, e visitar o parlamento Reichstag com a sua cúpula de vidro, projetada por Norman Foster. Também é preciso desfrutar a Gendarmenmarkt, que segundo a minha amiga alemã Hannelore, tem um trio de jóias: no centro a sala de concertos Konzerthaus; ao norte da Catedral francesa e no sul o Deutscher Dom, a Catedral Alemã; ou admirar a Schloss Charlottenburg, e o famoso Palácio de Charlottenburg, que não fica tão distante.
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Merecem destaque também os rastros que a história recente deixou na cidade: o Muro de Berlim, a
East Side Gallery, o
Checkpoint Charlie, os
bunkers dentro dos túneis do metrô – vendidos aos alemães como capazes de resistir a ataques nucleares e biológicos, a
Kaiser Wilhelm Memorial Church – bombardeada pelos aliados e deixada ainda hoje em ruínas no centro da cidade, como parte da memória – ou o Parque
Treptower, cemitério Soviético… E tantos outros lugares de interesse.
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