E tudo começou com Luigi Martini, quando emigrou para o Brasil, em abril de 1886. Chegou com seus pais e irmãos e contava com 16 anos. Um século e 3 anos mais tarde (em 1989) comecei minha saga para saber em que Comune nasceu, pois somente tinha a informação que era da região de Treviso, norte da Itália. Nenhum documento documento italiano havia sido preservado pela família. Nada. Apenas informações desencontradas dos parentes mais velhos. Muitas cartas foram enviadas para Paróquias e Arquivos da região de Treviso. Muito dinheiro foi gasto com idas e vindas em busca das certidões aqui no Brasil.

Cirillo Calore
Somente em 2002 consegui localizar sua origem: Cornuda, cidadezinha pequena (é uma comuna italiana da região do Vêneto, província de Treviso, com cerca de 5.732 habitantes. Estende-se por uma área de 12 km², tendo uma densidade populacional de 478 hab/km².). Mas, os registros documentais da localidade foram destruídos e queimados durante bombardeios da primeira guerra mundial.

Luigi Martini
Depois de muita pesquisa consegui a Certidão de Crisma, realizada em Ciano, com a declaração do Pároco local sobre a inexistência do livro de registro de batismos e com as cópias das Certidões dos irmãos dele (Francesco, Emília, Augusta, Ludovico e Elisabetta Giovanni), para garantir a origem. Em seguida – já era 11 de fevereiro de 2005 – juntei os outros documentos (certidões de casamento, nascimentos e óbitos), Certidão de Desembarque no Porto de Santos (vieram no Vapor Perseu, chegando aqui em 10 de abril de 1886), Certidão Negativa de Naturalização, e procurei o Consulado Italiano de São Paulo para dar entrada na Lista dei Convocati per Riconoscimento di Cittadinanza. Era preciso ficar na fila de espera para a análise. E o momento está quase chegando – serei atendido no dia 04 de novembro próximo, às 9h00. Dez anos e nove meses depois, ou mais precisamente perto de 4000 dias de espera! Mas para quem está nessa luta há mais de 26 anos isso não é nada!
Luigi martini, o velhinho da foto acima, meu bisavô paterno, finalmente me transmitirá a cidadania italiana… Isso se tudo der certo!!! Voltarei aqui para contar, prometo.
Leia também:
Augusto, minha avó paterna veio da mesma região de Treviso, mas já no século XX. Família Buccioli. Consegui o registro de nascimento dela, 1909, no documento não está claro se era um registro da Igreja Católica. Comuna Gorgo al Monticano. Os Picarelli vieram da região de Avelino, ao que parece, mas não encontrei registro algum, até agora.
Você já assistiu ao filme “Um passaporte húngaro”, da Sandra Kogut?
“E tudo começou com Luigi Martini […]”. Estive pensando a respeito disso, algum tempo atrás. Começou para a questão legal da obtenção da cidadania, que é transmitida pelo homem. O que revela como o patriarcalismo ainda é forte.
Não há começo… Uma família é uma imensa quantidade de famílias… Quando me deparei com essa idéia, percebi que sou, até onde consigo alcançar, Picarelli, Buccioli, Stahl, Zimmermmam, Prado…
Grande abraço!
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Comentário por Adriano Picarelli — julho 16, 2015 @ 11:56 |
Oi meu amigo. Sim, vi o filme. E como quem decide levar adiante uma ideia meio abandonada num canto da cabeça, como a Sandra Kogut, começei a levantar os documentos necessários e fui me interessando mais pela história da família do que propriamente pelo passaporte.
E exatamente – não há começo. A História do Luigi, meu bisavô, está ligada a história o Giuseppe e da Cândida, seus pais, que estão ligados a outros antepassados que ainda não sei quem são, mas que tenho uma vontade imensa de saber quem eram, o que fizeram…
Grande abraço e saudades.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — julho 16, 2015 @ 12:07 |
Adriano,
Você já pesquisou sobre o desembarque deles no acervo digital do Museu da Imigração? Todos os livros de chegada estão digitalizados.
Abraços e boa sorte.
Augusto
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Comentário por Augusto Martini — julho 16, 2015 @ 13:50 |
Parabéns meu querido Augusto! Nunca é tarde para nos reencontrarmos nestas histórias da vida.Boa sorte e em breve iremos brindar esta alegria!
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Comentário por iranysa@hotmail.com — julho 16, 2015 @ 15:43 |
Vamos sim, Laly! Beijos. Augusto
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Comentário por Augusto Martini — julho 16, 2015 @ 15:50 |
[…] https://asimplicidadedascoisas.wordpress.com/2015/07/16/cidadania-italiana-um-longo-caminho-a-percor… […]
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Pingback por Dia do Imigrante Italiano – 21 de fevereiro | A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini — fevereiro 21, 2017 @ 14:11 |