Aqui no A Simplicidade das Coisas há dois posts sobre a Trud (Gertrud Milstein, filha de MIHAI MOROIU & ECATERINA MOROIU) pessoa muito querida e que se foi ontem, aos 94 anos.
Quem quiser saber um pouco mais da história dessa guerreira acesse o post 1 e o post 2.
Há mais ou menos um mês ela sofreu uma queda, a noite, e fraturou um fêmur. Ficou vários dias internada no hospital SEPACO, na Chácara Klabin, em São Paulo, onde a visitei por três vezes. Na última visita, dias antes da cirurgia, estava muito lúcida, apesar do Alzheimer. Conversou muito, riu, lembrou dos vizinhos da Avenida Vieira de Carvalho, 27, de seu apartamento e disse-me que iria ficar boa para passearmos pela Praça da República e que tinha vontade de comer os doces da Doceria Dulca.
Correu tudo bem com a cirurgia, mas no pós operatório teve complicações. Chegou a voltar ao Residencial Israelita Albert Einstein (antigo Lar Golda Meir), na Vila Mariana. A visitei no último sábado. Estava muito debilitada. Não falava, mas estava consciente e entendia tudo, pois sinalizava com as mãos e cabeça. Tinha uma infecção que ainda não haviam identificado, talvez no pulmão. E ontem, pela manhã, recebi um telefonema dizendo que havia falecido. Foi sepultada ontem mesmo, 11/05/2015 no Cemitério Israelita de São Paulo, no Embu das Artes, no Setor: B, Quadra: 25 , Sepultura: 119.
Para conhecer um pouco mais do grande coração que tinha a Trud, leiam o texto abaixo:
“O Museu Aberto do Embu, área do cemitério israelita destinada a integrantes do ishuv, cujos corpos foram primeiramente enterrados em cemitérios não-judaicos, recebeu uma nova lápide, na manhã de 29 de julho passado (2007), identificando a senhora Miriam Milstein, natural de Odessa, Rússia. Os vestígios de dona Miriam, que faleceu devido a problemas no coração aos 30 anos, em 1949, foram trazidos do crematório de Bucareste, Romênia, para o Brasil no último mês de junho por Gertrud Milstein, 86. “Eu apenas quis fazer um gesto humano com a primeira mulher de meu marido”, explica esta senhora nascida na Transilvânia, também na Romênia, que não conheceu Miriam pessoalmente. O viúvo de Miriam casou-se com Gertrud nos anos 50. Em 1959, o casal emigrou para Israel, fugindo do regime comunista. “Até aliança, eu deixei para trás”, lembra Gertrud. Mais tarde, ela e o marido – já falecido e sepultado no cemitério do Butantã –, se instalaram definitivamente no Brasil. Assim como Miriam, Gertrud não teve filhos. “Quando identifiquei seu nome numa pequena urna naquele antigo crematório de Bucareste, que quase foi destruído por um terremoto, não tive dúvidas em pedir autorização para trazer a urna funerária comigo. Agora, Miriam tem uma sepultura digna, onde eu posso acender uma vela e, assim, honrar a sua memória.””
E Trud se foi deixando muitas saudades para aqueles que eram de seu convívio. E que como bem definiu uma pessoa próxima dela dias atrás, em mensagem de e-mail que trocamos: “Trud é um pequeno sol que iluminou e ilumina a vida das pessoas com quem ela se relacionou: a inteligência viva, o bom-humor, a capacidade de pôr os outros em contato, a fidelidade. Tudo isso são qualidades que nos enriqueceram as vidas e que nos levam agora, mais que nunca, a não esquecê-la”.
Obrigado por assinar o meu blog! Espero que goste!