Tenho muitos amigos que têm animais. A maioria deles, cães. Os animais ainda dizem muito às pessoas. E dizem do jeito deles: com um olhar sempre meigo, com um sorriso quanto está com a língua de fora, com um abanar de rabo, com latidos de felicidade quando sentem nosso cheiro à distância e sabem que estamos chegando em casa e pulam de felicidade quando entramos porta adentro. Eles nos recebem com euforia e lambidas de carinho e felicidade por estarem novamente conosco.
Um cão transmite tantas mensagens boas quando nos olham no fundo dos olhos como muitos humanos nunca olharam para outros humanos que fica impossível não percebermos o quanto gostam da gente, o quanto sentem a nossa falta, o quanto “morrem” quando morremos. Lembrei disso porque tínhamos o Tico, um mestiço cocker spaniel que era de minha mãe. Quando ela se foi ele ficou muito triste. Ficava horas deitado nos lugares onde ela se sentava. Alguns até morrem mesmo! De fome, de sede, de amargura, de saudade, de tristeza, de melancolia pela falta que sentem de nosso cheiro, de nossa mão dando-lhes afagos, de nosso olhar, de nossos gestos todas as vezes que vamos alimentá-los.
Cães são anjos, são almas boas em outra forma corpórea que vêm ao mundo para nos dar alegria e prazer. Acredito muito nisso! Eles estão em nossas vidas para nos fazer ter noção do que é amizade, respeito, carinho, simpatia e amor. Ensinam-nos ao longo da vida em que estamos juntos com eles a importância do afeto e do amor sem exigir nada em troca. Amor por puro amor.

Eu e a Bubba, em um dos muitos momentos de felicidades que tivemos juntos!
Tive cães desde muito pequeno (o primeiro que me lembro é o Pelé, que já escrevi sobre ele aqui no blog) e hoje, por morar em apartamento não tenho mais nenhum. Além disso, tenho um medo profundo de sentir o que senti quando tive que praticar a eutanásia na Bubba. Isso foi há 14 anos, mas ainda sinto culpa até hoje. E morro um pouco a cada vez que me lembro de como me senti – a depressão que não queria me largar. Compartilhei a minha infância inteira e até os meus 42 anos com meus cães. Os meus sonhos, os meus amigos imaginários, as minhas tristezas e as minhas alegrias. Eram conversas intermináveis e muito gostosas sempre acompanhadas com muita atenção por olhos lindos e meigos que tinham os meus amigos cães.

Meu pai, Antonio, com o xará dele, o Tony – quando dei esse nome ao cão foi o maior blá-blá-blá lá em casa!

Minha mãe, com minhas sobrinhas Tatiana e Maira, e os cães King (o pastor negro) e o Tico, que me referi aqui no texto.
Tantos foram os banhos alegres com a mangueira no quintal…Tantos foram os cochilos sobre suas barrigas, após os almoços de domingo quando a família se reunia… Tantos foram os filmes, desenhos, jornais que assisti na TV, sempre com algum cão deitado ao meu lado e se assustando com algum barulho diferente que vinha da TV…Tantos foram os pedacinhos de comidas e doces que dava a eles, sempre escondido da minha mãe e que lhes proporcionava uma felicidade imensa, retribuída imediatamente com uma lambida, um abanar de rabo e um olhar meigo…

Eu, minha cicatriz no lábio superior e o Louro do Carlão, da Pousada Vale Verde, em Bueno Brandão/MG

Essa é bem antiga – meu pai, depois de um dia de trabalho pesado, com a Maria, uma prima em segundo grau e a Suzy – a responsável pela cicatriz que tenho no lábio superior, lado direito, até hoje!
[…] falei aqui sobre ele – Tico, o cãozinho da foto que foi um dos preferidos que minha mãe teve aqui, nesta vida. Ele era um […]
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