O ano passado estive em Alta Gracia, Argentina, que é um município da província de Córdoba. A cidade se encontra a 553 metros de altitude e sua população estimada é de 45.000 habitantes.
Com quase 430 anos, Alta Gracia se destaca pela sua importância histórica para todo o continente sul americano. Foi lá que se instalaram os primeiros jesuítas a chegar à América, no século 17. E foi lá que viveu, em sua infância, um dos nomes mais reverenciados do século passado, Ernesto Che Guevara.
A região é serrana e em julho estava um pouco frio, mas suportável. Fui conhecer o Museu Casa Ernesto Che Guevara entre outras coisas. Duas horas ali! Foi um passeio fantástico pela história desse líder tão combatido.
O povo de Alta Gracia dá muita atenção aos turistas e são simpáticos. Quando percebiam o idioma português, aquele sotaque diferente que vinha do outro lado da fronteira, apressavam-se a fazer um cumprimento e o atendimento no comércio foi sempre muito bom.
Comida gostosa, comércio variado, pousadas confortáveis, praças bonitas, ruas limpas, trânsito organizado, postos de informações turísticas, pessoas simpáticas, policiais por todos os lados para garantir a segurança. Vale a pena uma visita! Bastou um único dia para eu me apaixonar por Alta Gracia.
Mas, o motivo principal desse post é a Gruta Virgem de Lourdes.
Ela é uma réplica da existente na França, fica a três quilômetros do centro de Alta Gracia e foi construída entre 1915 e 1916. Uma década depois, em estilo colonial, foi erguida a capela da gruta. Em setembro de 2011, a aparição da santa, cuja imagem havia sido retirada do local para reforma, chamou a atenção de todos e, desde então, o local passou a atrair muitos fiéis de toda a Argentina.
Uma silhueta da Virgem da Lourdes se pode observar no nicho da capela. No dia 22/09/2011 milhares de fiéis se aproximam da capela às 22:00 horas para dar testemunho do episódio. Asseguravam que foi um “sinal” de Nossa Senhora. Tudo se iniciou dias antes, quando o pároco da comunidade foi até a gruta para confirmar se as obras que se desenvolviam no lugar se encontravam em perfeito andamento. O sacerdote teve grande surpresa quando ao aproximar-se da entrada da capela observou que a Virgem não tinha sido removida. À medida que foi caminhando para o nicho, a imagem que a princípio se avistava, não se encontrava ali – Sim! A imagem de Nossa Senhora de Lourdes havia sido retirada do santuário para sua reforma. O padre David relatou que a imagem podia se perceber de longe, enquanto que de perto se conseguia visualizar um relevo tênue de sua figura. “Quando viemos fechar, apareceu uma imagem da mesma Virgem no interior. O que chama a atenção é que se tornou uma figura tridimensional. Se pode ver as mãos e o manto. Nos surpreendeu muito. Encaramos como um sinal de Maria neste lugar”, – assinalou o religioso.

No nicho acima do altar da capela do santuário de Nossa Senhora de Lourdes, em Alta Gracia (Argentina), não há nenhuma estátua de Nossa Senhora, contudo, pode-se ver sua imagem, ainda que o local esteja comprovadamente vazio.
O que se vê no nicho não é uma imagem plana, mas em relevo, tridimensional: pode-se perceber até as dobras do vestido. Ela se parece com um holograma. E não é uma ilusão psicológica, fruto da devoção exaltada de alguns peregrinos. Todos aqueles que se dirigem ao santuário – sejam crentes ou não crentes – a vêem, e a imagem fica registrada até nas fotos que são tiradas. A imagem é vista perfeitamente desde a porta de entrada e vai sumindo conforme se aproxima do altar.
Um pouco de história – A capela foi construída e abençoada em 1927, e durante muitos anos, no centro do retábulo, havia uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes. Em agosto de 2011, a estátua foi retirada do nicho para ser restaurada. Alguns dias mais tarde, um dos padres encarregados do santuário se preparava para fechar a capela, e da porta principal ele viu uma silhueta, que parecia de gesso, no lugar que era ocupado anteriormente pela estátua. Aproximando-se do altar repetidamente, ele notou que, à medida que ele se aproximavam, a imagem sumia. Ora, a estátua não estava lá, mas aonde ela fora colocada.
Diante do fenômeno, visível para todas as pessoas que visitam o lugar, os irmãos carmelitas descalços do santuário de Nossa Senhora de Lourdes publicaram um comunicado no qual eles afirmavam: “A manifestação da imagem da Santíssima Virgem não tem, até esse momento, uma explicação racional. Ela deve ser interpretada pelo povo de Deus como um sinal para aumentar e aprofundar a fé cristã e suscitar no coração dos homens a conversão ao amor de Deus e sua participação na vida da Igreja“.
Uma capela em 1924
A capela se encontra em um grande terreno situado em um parque de vários hectares no qual, em 1916, tinha sido inaugurado uma réplica da gruta de Massabielle, em Lourdes, onde a Virgem apareceu em 1858 a santa Bernadette Soubirous. O projeto e a realização são devidas a duas mulheres de Buenos Aires, Guillermina Achával Rodrígues de Goyena e Delfina Bunge de Gálvez, escritora, esposa do escritor Manuel Gálvez.
Desde a construção da gruta, o lugar se tornou um centro de afluência de peregrinos em que foram crescendo as manifestações de amor para com a Mãe de Deus. Em 1922, um comitê foi constituído para construir ao lado da gruta uma capela, cuja primeira pedra foi colocada em 1924, e que foi abençoada pelo arcebispo de Córdoba da época, Dom José Anselmo Luque, em 1927.
Nossa Mãe Maria tem se manifestado a nós ao longo dos séculos com muito amor e carinho. No presente caso, antes de se declarar ser um milagre, é necessário verificar se não é um fenômeno ótico. Se há um vidro ou outro material transparente, é possível que, ao longo do tempo, a luz vindo da porta principal possa, de alguma forma, ter sido como que “impressa” neste material. Isto explicaria porque a imagem é mais nítida quando vista da porta e vá se esmaecendo a medida que nos aproximamos.
Luiz Bigonha Gazzola
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Comentário por Luiz Bigonha Gazzola — dezembro 9, 2015 @ 11:00 |