Não consigo esquecer o carnaval da minha infância! Venho de uma família extremamente católica, mas, por conta de minha insistência e de minhas irmãs, às vezes íamos ver os desfiles de rua, em Rio Claro/SP, que era conhecida como “A capital da Alegria”! Será que ainda é?
Quanta alegria, quanta festa eu e meus amigos fazíamos em nossa rua! Ficávamos em alvoroço para começar a brincadeira! Era uma festa bonita, alegre e inocente. O carnaval de minha infância e adolescência era muito legal… Era gostoso cantar as marchinhas, brincar… Era uma ode a felicidade! Mas, uma coisa era certa: na quarta feira de cinzas tínhamos que ir até a igreja “tomar as cinzas”. Na igreja católica, no dia de Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis são marcados na testa com as cinzas em forma de cruz (as cinza vêm dos ramos bentos do Domingo de Ramos do ano anterior) ou a recebem um pouco sobre as suas cabeças, quando o sacerdote pronuncia a seguinte frase, à sua escolha: – “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás!” ou “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Minha avó, Virgínia Calore Martini dizia que o Carnaval era coisa do Diabo, e que se não tomássemos cada um ficaria com um rabo que nasceria na quarta-feira de cinzas.

Imagem: Mónica Carretero
No carnaval, tínhamos os espirradores: que era uma bisnaga plástico, com um bico de furo bem pequeno, usado para jogar água nos carros que passavam nas ruas ou em nós mesmos. Era uma festa, ficávamos na calçada, um espirrando água no outro. Todo mundo já sabia que era brincadeira de criança, brincadeira de carnaval. O mundo mudou, os espirradores viraram lança perfume, que depois acondicionavam algum produto tóxico e entorpecente e depois sumiram. E a criminalidade aumentou e os pais não deixam mais as crianças sozinhas na calçada jogando água nos carros com espirradores…
Ainda vejo por aí os confetes e as serpentinas! Que delícia era jogar confete e serpentina pelo ar! Cheguei a fazer confete com furador de papel, pois minha mãe não tinha dinheiro para comprá-los… Era tão bom jogar todas aquelas bolinhas de papel coloridas para o alto e ficar embaixo para elas caírem em cima de nós…

Espirrador
Antigamente as fantasias eram todas engraçadas… As pessoas escolhiam de acordo com a imaginação: um palhaço, um Pierrô apaixonado, uma colombina, um pirata, um policial, um médico, uma enfermeira, um bicho, um faraó, um Cowboy, um índio, um bebê com fralda e chupeta, o super-homem, a mulher maravilha, a Pedrita, o Bam-Bam, o Peter Pan, uma múmia, um fantasma… ou simplesmente saía de pijamas, não importava! Tudo servia para uma boa diversão.
Hoje as pessoas acabaram ultrapassando os limites e a liberdade virou libertinagem… É triste para o carnaval! Muitos exageram na bebida, ficam nus em público, urinam em qualquer canto, dirigem sem prudência e acabam confundindo tudo.
Acho que deveríamos repensar muita coisa sobre o nosso Carnaval… É só questão de consciência do que é bom e do que faz mal para mim, para você, para a sociedade…As pessoas deveriam beber com moderação, dirigir com cuidado, se precaver e fazer sexo seguro, já que tudo “vira samba”.
Não estrague seu carnaval e nem o de suas pessoas queridas. Brinque com inocência, segurança e prazer.
Compre seus confetes e serpentinas e com eles, solte-os ao vento, junto com sua imaginação.
Bom Carnaval!
E que saudades de quando a gente era criança e você desfilava nas escolas . Eu sempre quis sair e minha mãe nunca deixou, rsrsrs. E a vó passava os dias bordando suas fantasias , a gente quando ia lá queria sempre ajudar, era uma festa. Que saudades desse tempo ….. bjusss
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Comentário por Regiane C. Christofoletti Gouveia — fevereiro 20, 2015 @ 12:43 |
Saudades mesmo, não é Re? Bons tempos aqueles. Bjs. Gu
Em 20 de fevereiro de 2015 12:43, A Simplicidade das Coisas — Augusto
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Comentário por Augusto Martini — fevereiro 20, 2015 @ 13:08 |