O nome dela é Camila Pavanelli de Lorenzi, tem 32 anos, é paulistana e psicóloga. Era um dia comum e ela estava até as tampas em ouvir, ler e ver notícias sobre a falta d’água em São Paulo. Resolveu reunir e resumir tudo o que leu e postou no Facebook. Continuou com isso por uma semana, sob a forma de Boletins. Fez tanto sucesso que seus seguidores e amigos sugeriram que criasse um Blog ou um tumbrl para eles. Aceitou a sugestão e criou um tumbrl, mas continua postando os boletins no facebook. O Boletim da Falta D’água foi criado em outubro de 2014.

Carro abandonado em Atibainha, que integra o sistema Cantareira. / ANDRÉ PENNER (AP ) – El Pais
No começo Camila escrevia um boletim a cada dia. Acessava os sites de notícia, todos eles, desde os renomados até os mais comuns, e os órgãos oficiais do governo. Se saísse uma notícia sobre um processo ou decisão judicial, pesquisava o documento. Fez pesquisas em manuais de hidrologia para entender os conceitos um pouco melhor. E assim foi construindo uma narrativa sobre a falta d’água no estado de São Paulo, dia a dia.
No ano passado chegou a dedicar até duas horas todas as noites à escrita do boletim. Hoje os boletins são semanais.
Camila criou uma conta no Twitter (@bolfaltadagua) como forma de auxílio, para reunir os links de notícias e fazer uma pré-seleção. Depois, dentro de todo o contexto de notícias seleciona algumas para costurar a narrativa da semana.
Visitem e assinem o Boletim da Falta D’água! Geralmente ela termina os boletins com uma frase do tipo: E esse foi o boletim de hoje. Pode entrar em pânico que amanhã tem mais. Realmente as notícias não são nada animadoras.
Camila cursa um doutorado na Universidade de São Paulo/USP sobre “os conceitos psicanalíticos de sublimação e realidade”, a partir da série de TV “The Wire” e de dois livros nos quais a série é baseada – juntamente com sua investigação pessoal sobre a catástrofe da água em curso. Se quiser saber mais, leia a coluna de Eliane Brum, no El Pais.
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