A nota abaixo vem diretamente do Facebook do Arquivo município Público e Histórico de Rio Claro, que acaba de receber o selo da Unesco pelo Fundo Plínio Salgado, que se encontra sob sua guarda. A cerimônia de outorga do título aconteceu no mês passado na sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
O Arquivo Público de Rio Claro esteve representado na solenidade por sua coordenadora Ana Maria Penha Mena Pagnocca, que recebeu o certificado de inscrição do acervo de Plínio Salgado no Registro Nacional do Brasil, do Programa Memória do Mundo da Unesco – Memory of the World – MoW.

Ana Maria Penha Mena Pagnocca, que recebeu o certificado de inscrição do acervo de Plínio Salgado no Registro Nacional do Brasil, do Programa Memória do Mundo da Unesco – Memory of the World – MoW.
Na condição de uma das primeiras funcionárias da autarquia, desde sua criação em 1979, Ana Maria Pagnocca acompanhou todo o processo de inscrição do fundo do líder integralista para concorrer a uma vaga de nominação como patrimônio documental da humanidade.
Com apoio dos analistas de gestão documental do Arquivo de Rio Claro, Ednaldo Aparecido Rodrigues da Mata, Noemi Andreza da Penha e Talita Gouvêa Basso, o acervo foi matriculado no programa da Unesco conforme as normas do edital do MowBrasil 2014. Em outubro foi divulgada a lista com as dez candidaturas eleitas que incluiu a documentação de Rio Claro.
A entrega do diploma foi feita em dezembro pelo diretor do Arquivo Público do Município de Campos dos Goytacazes, prof. Carlos Roberto Bastos Freitas, membro do Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco.

Plínio Salgado e Carmela Patti Salgado durante o exílio, em Portugal, na década de 40. Acervo do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro
Segundo Ana Maria Pagnocca, a chancela da Unesco valoriza o Arquivo de Rio Claro e traz credibilidade para a autarquia na realização de novos projetos. “Esta seleção equipara o Fundo Plínio Salgado a importantes acervos, eleitos sob os mesmos critérios, como o Arquivo Machado de Assis, proposto pela Academia Brasileira de Letras, o Arquivo Getúlio Vargas, do CPDOC/FGV, Manuscritos Musicais de Carlos Gomes, encaminhado pela Fundação Biblioteca Nacional e Lei Áurea, do Arquivo Nacional, entre outros”.
O MoW foi criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1992 e reconhece como patrimônio da humanidade documentos ou conjuntos documentais, arquivos e bibliotecas de grande valor internacional, nacional e regional.
Através do comitê internacional de especialistas, o programa da Unesco identifica e registra acervos com o objetivo de estimular a preservação e a ampla difusão desses documentos e seu acesso, contribuindo, assim, para despertar a consciência coletiva sobre o patrimônio documental da humanidade.
No Brasil o Mow foi implantado em 2004, pelo Ministério da Cultura, e desde a instalação oficial em 2007, o Comitê Nacional nominou 73 acervos.

Plínio Salgado – Acervo do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro
“O selo da Unesco irá contribuir para a divulgação deste fundo histórico que reúne cerca de 60 mil peças e atrai pesquisadores de vários estados do Brasil”, diz Ana Maria Pagnocca que desligou-se do Arquivo desde o início de janeiro, após trinta anos de serviços prestados na autarquia, iniciando sua aposentadoria.
E isso tudo só foi possível porque a Profa. Dra. Ana Maria de Almeida Camargo, notável historiadora e arquivista, que brilhantemente foi a Diretora do Arquivo por alguns anos, foi responsável pela entrada do Fundo Plínio Salgado no Arquivo Público Histórico de Rio Claro.
O acervo chegou até o Arquivo nos anos 1980. Foi Ana Maria quem intermediou sua transferência com a Sra. Carmela Patti Salgado, que lá esteve em muitas quintas e sextas-feiras para auxiliar na identificação. A documentação é fantástica: constituída por 61.194 páginas de correspondências entre os anos de 1926 e 1976, mais de 400 livros (particularmente as obras doutrinárias de Plínio Salgado e publicações de autores integralistas), atas produzidas pelos núcleos da Ação Integralista Brasileira e diretórios do Partido de Representação Popular, 6.762 fotos familiares e políticas envolvendo a Ação Integralista Brasileira e o Partido de Representação Popular, 570 exemplares de jornais e revistas – com destaque para “A Offensiva” (1934-1938), “O Aço Verde” (1935) e “Monitor Integralista” (1933-1937), “Revista Anauê” (1935-1937), “Acção” (1936-1938)-, além de objetos pessoais e material de propaganda política, como bótons, distintivos, medalhas, bandeiras, adesivos, louças etc.
Orgulho é a palavra! E eu faço parte dessa história! Trabalhei no arquivo por 18 anos e convivi com os documentos de Plínio, com as ” Anas Marias”, com a simpática e educada D. Carmela Patti Salgado, com o Sr. José Constante Barreto, Integralista que nos fazia visitas diárias! Parabéns amigos e amigas do Arquivo!
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Comentário por Augusto Martini — janeiro 28, 2015 @ 9:29 |
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Pingback por O Fundo Plínio Salgado, que está sob a guarda do Arquivo Público e Histórico de Rio Claro/SP, recebeu o selo da UNESCO | Inesagula's Blog — janeiro 28, 2015 @ 10:26 |