A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

janeiro 14, 2015

Paris não é para quem pode, é para quem merece.

Quem é que já não teve vontade de conhecer Paris? Ela é a cidade do amor, onde as mais belas obras de arte estão em cada rua, em cada esquina, em cada ponte sobre o rio Sena, onde os deliciosos cafés e boulangeries nos deixam em dúvida o que escolher…  enfim, todos os clichês são válidos quando se fala em Paris. Tudo o que você possa imaginar sobre a cidade é superado em uma visita à capital francesa.

Clique na imagem abaixo e veja Paris em 360º!

paris panoramica Dicas para curtir Paris com economia

Mas, onde ficar? Como sabem, minhas viagens são todas muito econômicas. E Paris definitivamente não é uma cidade barata! Assim, o ideal mesmo é não ficar muito longe do Rio Sena. Os bairros mais práticos são MaraisChâtelet-Les Halles e Palais Royale, na Rive Droite (a margem direita do Sena) e St-Germain e Quartier Latin, na Rive Gauche (a margem esquerda do Sena). São perto de tudo e animados, com muitos locais onde se pode comer sem gastar demais. Mas, se quiser ainda mais economia com a comida, o ideal é entrar em um supermercado, comprar uma deliciosa baguete, queijo (são mais de trezentos de tipos, um mais delicioso que o outro) ou outro acompanhamento que lhe convier, uma garrafa de vinho, ou champagne, ou suco, sentar em algum lugar público para comer e ficar apreciando a bela paisagem!

Segundo um amigo que já morou em Paris, ficar hospedado próximo da estação Châtelet-Les Halles (onde se juntam a estação de metrô Châtelet e a estação de RER (trens) Châtelet les Halles), seria o ideal – elas são centrais, mas cujas diárias em suas proximidades custam um pouco mais. A algumas poucas estações de metrô do Châtelet os preços já são mais baixos. Na Rue St-Antonie e vizinhanças, há pequenos hotéis (raramente com elevador!) com preços bem razoáveis. Nesse caso você terá que descer do RER na estação Châtelet e pegar um metrô até a estação Bastille. O mesmo bilhete do RER serve para o metrô que fica nessa gigantesca estação. É só seguir as placas. Instalado num hotel ou pequeno estúdio nessa região você terá que caminhar uns quinze minutos até a Châtelet, a Rive Gauche e as principais atrações da cidade. Mas, aviso – Paris tem muiiiiiiiiiiiitas estações de metrô e em qualquer lugar da cidade que você se hospedar estará bem servido.

Dificilmente fico em hotel, preferindo alugar um pequeno estúdio. Preparo um café da manhã bem reforçado, estudo diariamente o meu próprio roteiro e ando o dia todo. A noite, ao voltar para casa, com o cardápio do jantar já escolhido, passo em um supermercado e compro os ingredientes, um bom vinho, a sobremesa e faço o meu jantar!

Se quiser uma indicação de onde ficar, foi nesse estúdio que fiquei e alugado pelo AIRBNBO local é muito charmoso, bem equipado, a proprietária, Mme. Catherine me fez sentir em casa. Ele fica na Rue de Bellefond há uns 80 metros da estação Poissonière do metrô e da Rue Lafayette. Caminhando algumas quadras por essa rua você estará na Ópera de Paris e nas Galerias Lafayette. A diária saiu o equivalente a R$ 169,00. O edifício não tem elevador e é preciso subir dois lances de escada. Então, não leve bagagem pesada! Aliás, a maioria dos prédios antigos de Paris não possuem elevadores.

Desse lugar dá para fazer muitos passeios a pé. E caminhar pelas ruas de Paris já é um baita programa. E isso é de graça. E tenha a certeza: tão gostoso ou mais do que visitar uma atração ou museu é caminhar pelos bairros de Paris. A cidade tem um clima mágico. É paixão a primeira vista! Tudo nela é interessante e fervilhante de vida, com milhares de turistas por todos os cantos.

Na Rive Gauche durante o dia ou a noite, não deixe de caminhar pelas ruas de traçado medieval do Marais, passando pela casa mais antiga de Paris. Vá conhecer o Hôtel de Sens (construído entre 1470 e 1519), que foi residência da rainha Margot. Caminhe pelas ruas do Marais – a Rue des Rosiers é linda! Vá na Place du Marché St-Catherine, visite algumas igrejas, como a de St-Paul St-Louis e veja o que sobrou das muralhas construídas na época de Felipe Augusto.

Andando em direção ao Sena você verá a Île-St-Louis. Primeiro aprecie-a de longe e só depois atravesse a ponte. St-Louis é linda a qualquer hora do dia, mas ao cair da tarde a visão é ainda mais emocionante. Muito tranquila a maior parte do ano é perfeita para se andar a pé e flanar sem pressa entre seus imóveis aristocráticos.

paris4

Logo uma outra ponte o levará à Île-de-la-Cité, que é bem mais movimentada. Em seguida verá a impressionante e magnífica Notre-Dame de Paris! Para subir na torre paga-se, mas para entrar na igreja não. Notre-Dame é algo de espetacular – tanto por dentro quanto por fora. É uma obra-prima do gótico francês. Outras atrações da Île-de-la-Cité são a Conciergerie, o Mercado das Flores, a Pont Neuf  (é a ponte mais antiga de Paris!) que une a ilha às duas margens, e a Place Dauphine – um dos lugares mais tranquilos e que está no coração de Paris.

Descendo a escada que dá acesso ao ancoradouro do Bateau-Mouche, há um jardim. É a ponta onde começa a ilha e divide o rio Sena em dois canais. Desse lugar se vê as duas margens do Sena e é um dos mais bonitos lugares de Paris para se curtir um por-do-sol e apreciar o movimento dos barcos.

Ainda na Rive Gauche,  está o Quartier Latin, que é outro bairro a se conhecer. Nele há o antigo prédio da Sorbonne – com alguns cursos ainda em funcionamento, onde fica o Pantheon (estava em reforma no mês passado), o lindo Jardin de Luxembourg e um meandro de ruas medievais em torno da Place de La Contrescarpe. Não deixe de ficar atento nos imóveis do século XVIII, os quais não obedeciam a nenhuma numeração, mas tinham nomes.

Outro bairro bem interessante é Montmartre, no norte de Paris, antigo reduto dos impressionistas e que ainda conserva uma arquitetura que lhe dá um ar meio provinciano. Ele fica numa colina e do Belvedere em frente a Sacré-Coeur, você terá uma ótima vista panorâmica da cidade sem precisar subir na Torre da igreja, cuja visita é paga. É um lugar cheio de artistas de rua, pintores e desenhistas.

Paris tem muito coisa linda para ver! Fiquei sete dias e não fiz nem metade do roteiro que havia programado. Ah sim, anote outra atração grátis e espetacular: os parques e jardins de Paris, como o Montsouris perto da Cité Universitaire e o Monceau.

Para os amantes de cultura e arte, como eu, aproveitem: o acesso à maioria dos museus municipais com suas espetaculares coleções são grátis. Alguns deles, como o Carnavalet merece estar em seu roteiro, pois tem tudo sobre a história de Paris e não é tão caro (6 euros). Você verá desde canoas da Idade do Bronze empregadas pelos primitivos parisienses, até a reprodução da cela onde Maria Antonieta ficou presa durante a Revolução. Além disso, o belo Hôtel Particulier Carnavalet onde está instalado já vale por si só uma visita.

No banheiro do trem, quase chegando em Paris!

No trem, vindo de Frankfurt e quase chegando em Paris!

Há duas atrações que são pagas mas que eu penso serem imprescindíveis para quem visita Paris pela primeira vez: o Museu do Louvre (você irá gastar um dia todo andando por ele e não verá tudo!) e a subida na Torre Eiffel para ver Paris do alto – magnífica, como na foto acima, em que você viu Paris em 360º.

P.s. – um amigo acabou de me escrever isso depois que fez a leitura do texto acima: “Amigo querido, uma delícia ler o seu post e reviver o encantamento com esta cidade maravilhosa. Infelizmente, as segregações se espalham mundo afora e, apesar de não suportar o terror, não nos é difícil entender a reação islâmica às décadas sem fim de islamofobia que enfrentam na França. Não há lugar perfeito. O que há, são lugares que nos fazem esquecer das imperfeições e Paris é um desses lugares. Amo esta cidade e quero morrer nela.”

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