De novo estou viajando na viagem. Em agosto consegui uma promoção excelente pela Alitalia, saindo de São Paulo/Guarulhos, com escala em Roma e de lá, rapidinho, o destino final – Bruxelas, Bélgica. Para quem não sabe, a Bélgica ainda é jovem, se comparada às potências europeias que estão em volta dela (conquistou a sua independência apenas em 1831). Já esteve sobre domínio romano, espanhol, austríaco, holandês, alemão (durante as duas guerras mundiais) e francês. Os franceses, alias, nunca foram muito gentis com esse povo. Bombardearam Bruxelas, confiscaram obras de arte, imortalizaram os belgas com piadas estereotipadas – os belgas são para os franceses o que os portugueses são para os brasileiros: o alvo principal na hora de esculachar.
Mas o “ser Belga” tem significados diferentes nas três regiões do pais. Flamengos, que vivem ao norte e falam holandês, e valões, moradores do sul e que falam francês, vivem em pé de guerra, pedindo a separação. Bem ao centro está Bruxelas, uma cidade bilíngue onde jornais, placas de sinalização e até legendas nos cinemas devem estar traduzidos nas duas línguas. Portanto, não só de cerveja, batata frita e chocolate se faz a Bélgica – conflitos internos contemporâneos também estão no cardápio.