Tenho certeza que sou um bom observador. Meus amigos mesmo o dizem. Uma das minhas várias manias é a de observar as pessoas, ver suas expressões, sentir suas angústias ou alegrias e a partir daí criar meus conceitos, imaginar como devem ser suas vidas, se estão felizes ou tristes. Também em momentos de descontração gosto de imitá-las! Se estou certo ou não, pouco importa, pois é um sentimento que guardo para mim, são coisas da minha imaginação e da minha cabeça. Acho legal ter esses insights em minhas observações e de perceber certas coisas que muitas vezes passam batidas para a grande maioria. Pode até parecer estranho, esquisito, sei lá, mas de certa forma isso me traz um fascínio. É um assunto que me desperta interesse. E ao mesmo tempo me entristece, pois vejo coisas acontecendo e que não posso mudar. Principalmente aqui, nas ruas de São Paulo, onde tem tantos moradores de rua, tantos usuários de drogas, tantas pessoas jogadas e abandonadas. Dá um sentimento de impotência ver a vida seguindo um rumo e saber que não tem volta. Pior, não saber onde vai parar.

Pega Vareta – meu primeiro jogo
Outro dia estava conversando com o João, um grande amigo, ficamos relembrando nossos bons tempos de Rio Claro, de Batista Leme (E.E. Prof. João Batista Leme) onde estudamos e dos momentos que vivemos juntos com a nossa “galera”. E depois disso fiquei viajando no tempo, relembrando os brinquedos e brincadeiras.
Tive uma infância pobre e apesar de ter passado por várias situações tristes me considero privilegiado: cresci acreditando no Papai Noel e no Coelho da Páscoa e vivi toda aquela magia e pureza que somente as crianças conhecem – principalmente as que viveram em cidades do interior, onde a vida passa devagarinho… Aliás, na Páscoa, fazíamos nossos ninhos, minha mãe tingia ovos de galinha que eram cozidos com papel crepom ou cascas de cebola, colocava no ninho e dizia que era “coisa do coelhinho”. E eu minhas irmãs acreditávamos. E ficávamos felizes. E mais, nos sentiámos gratificados com o pouco que ganhávamos. (more…)