A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

outubro 14, 2014

Grupo Escolar da Vila Alemã, em Rio Claro/SP – atual E.M. Djiliah Camargo de Souza

Se você é leitor do blog já sabe que sou saudosista! Sai dia e entra dia e fico lembrando momentos do passado. Sim, eu vivo o presente! Talvez não como devesse, mas tenho os pés no chão (muitas vezes a cabeça na Lua, em Marte ou nos anéis de Saturno) e penso sim no futuro. Mas falar da infância e relembrar os momentos vividos com meus amigos tem um gostinho de saudade e de certa forma alegra a alma. Adoro o Mário Quintana, O João Paschoalotti, meu amigo de São Carlos sabe disso. Trocávamos cartas, coisa de gente antiga. E tem um pensamento do Quintana que ele me escreveu certa vez e que é tão verdadeiro que não sai do meu pensamento: “O passado não reconhece seu lugar, está sempre presente.”

A segunda pessoa na foto, da esquerda para a Direita, é a Profa. Jair, diretora do antigo Grupo Escolar da Vila Alemã, hoje EE Djiliah Camargo de Souza.

A segunda pessoa na foto, da esquerda para a direita, é a Profa. Jair, diretora do antigo Grupo Escolar da Vila Alemã, hoje EM Djiliah Camargo de Souza.

E nesses últimos dias “conversei” pelo Facebook com amigos de infância, pessoas que não vejo há anos… Alguns há muitos e muitos anos é bem verdade! Não vou dizer quantos, pois isso me faz parecer mais velho. Eu sei… Estou ficando velho, mas não me sinto assim. No fundo no fundo sei que serei uma eterna criança. Ainda gosto de assistir desenhos do Pica Pau, Zé Colmeia, Tom e Jerry… Quanto os vejo na TV sempre me pego rindo sozinho…

E quando relembro o passado tem momentos que afloram… Momentos que estavam lá perdidos em algum canto da memória que eu nem sonhava mais lembrar. É como se fosse uma descida ao porão para abrir caixas empoeiradas, com velhas fotos de família. E quando conversamos com velhos amigos algumas palavras funcionam como se fossem as chaves de um velho baú, assim como os cheiros. Quantas vezes a gente sente um cheiro ou um gosto de algo e logo em seguida vem uma memória da infância?

Na escola nunca fui um aluno exemplar, não era o melhor da turma, mas minhas notas eram boas. Confesso que às vezes passava raspando, mas passava. Não lembro de ter ficado de castigo – na minha época tinha isso. Ah sim, uma vez fiquei, mas foi no Grupo Escolar da Vila Indaiá e esse história não cabe aqui. Será mote de um outro post, prometo.

Lembro de ter levado algumas “reguadas” na cabeça por estar conversando durante as aulas. Ah, lembro das “descrições”, que eram redações que tínhamos que fazer na 4ª série. Minha professora era a mesma desde a 1ª série – Sônia Lopes Lanzoni Pimentel. Alias, há pouco mais de um mês, vindo de Rio Claro no ônibus das 16h00, encontrei-a, junto com sua filha. E meu Deus! Ela está fantasticamente bem! Parece que os anos não passam para ela. Certo dia ela pediu para fazermos uma descrição de uma paisagem e quem ganhasse em primeiro e segundo lugar iria tomar um café da manhã na casa dela. Eu ganhei em primeiro lugar e a Sônia, minha prima irmã, em segundo. Foi fantástico!  Uma “premiação” que lembramos até hoje, não é, Sônia? Eu e ela éramos devoradores dos livros de Monteiro Lobato e acho que por isso nossas descrições saíram perfeitas.

A Escola, em 1968 e em 2004.

A Escola, em 1968 e em 2004.

Lembro que durante o tempo de primário deixei de fazer algumas tarefas, pois no momento em que foi passada deveria estar sonhando acordado. Sabe quando teu corpo está num lugar e o pensamento voando longe, longe, longe? Nesses momentos tentava dar uma de esperto e falava que tinha esquecido a lição em casa. O correto era admitir que não havia feito. Era o certo a fazer e eu não fiz. Aliás, estudar no Grupo Escolar da Vila Alemã foi uma grata experiência, pois tive uma ótima professora e conheci pessoas que mantenho contato até hoje. E a Escola era nova e grande. Quando lá ingressei fazia pouco mais de um ano que tinha sido inaugurada. Ainda cheirava a novo! Tinha muitas salas de aula, biblioteca, grande páteo com quadra de esportes e mesas para fazermos o lanche.

O sorveteiro que vendia picolés da Sorveteria Nevada, em frente da Escola

O sorveteiro que vendia picolés da Sorveteria Nevada, em frente da Escola

Lembro que jogávamos basquete na quadra e que nunca fui fã de futebol. Tínhamos aula de canto orfeônico as quais eu gostava muito. A Professora era a Suzana e nos ensinava canções do folclore e hinos. Na época estávamos sob a ditadura militar… Mas também falarei disso em outro post.

O tempo passa e a vida segue seu rumo… Que essa mistura de coisas e sentimentos que por aqui escrevo seja o motivo para você lembrar de suas emoções! Junte-se a mim, não importa o que você tenha para dizer. As palavras estão aí, embaralhe-as, jogues-as, engula-as, misture-as e poste aqui o que você tem a relembrar! Libere a garganta, grite bem alto! Escreva! O mundo está carente de novas expressões!

Fotos de http://escoladjiliah.blogspot.com.br/

16 Comentários »

  1. ADOREI!COMO É GOSTOSO LEMBRAR DA INFÂNCIA!

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    Comentário por Paula — outubro 15, 2014 @ 20:22 | Responder

    • Oi Paula!
      Tudo bem por ai? Espero que sim.
      Agradeço sua visita ao blog.
      Bjs
      Gu

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      Comentário por Augusto Martini — outubro 16, 2014 @ 8:36 | Responder

    • Oi augusto estudei no Djiliah ,tbm fiz a 4 serie com a d .sonia q delicia aquele tempo ,d josefina cozinheira SR Gloria o Diretor .tive o privilegio de estudar la ainda tenho amizades daquele tempo um abraco.

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      Comentário por Elza lopes — outubro 15, 2018 @ 19:49 | Responder

      • Olá Elza.
        Também tenho contato com amigos de minha turma. Iremos fazer um encontro no próximo sábado!
        Abraços.

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        Comentário por Augusto Martini — dezembro 5, 2018 @ 12:20

  2. Bom dia Gusto!!!!

    Sempre leio seus post e nunca comento mais nesse não resisti e…putz viajei nas lembranças, pois digo com orgulho que também tive o privilegio de estudar no Djiliah, e quando a dona Jair era a diretora, nooooossa quantas broncas levei, ela era linha dura…. parece até que senti agora os dedos dela puxando o ” pé ” do meu cabelo…kkkk, na época todos detestavam a temida dona Jair, mais hoje sei que tudo era para o nosso bem ela amava o seu trabalho, a sua escola e os seus alunos e sempre tratava todos nós como filhos, tanto para agradar como corrigir, passei sete anos da minha infância e juventude lá dentro e vou ser sincero…Foram inesquecíveis !!!!

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    Comentário por Rogerio — outubro 16, 2014 @ 10:48 | Responder

    • Oi Roger! Da última vez que estive em Rio Claro passei em frente de onde D. Jair mora e a vi por lá. Cumprimentei-a, mas acho que ela não me reconheceu! Lembrar é sempre bom, não é? Abraços. Gu

      Em 16 de outubro de 2014 10:48, A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

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      Comentário por Augusto Martini — outubro 16, 2014 @ 11:18 | Responder

  3. Augusto que delícia ler estas histórias. Eu também estudei no Grupo Escolar de Vila Indaiá. Continuo achando que você deve escrever um livro.

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    Comentário por Lilia Dietrich Bertini — novembro 27, 2014 @ 22:04 | Responder

    • Oi Lilia. Agradeço sua visita ao blog! Bondade sua… Bjs. Augusto

      Em 27 de novembro de 2014 22:04, A Simplicidade das Coisas — Augusto

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      Comentário por Augusto Martini — novembro 28, 2014 @ 12:34 | Responder

  4. Achei muito legal essa foto do vendedor de Sorvete com o carrinho da Sorveteria Nevada, ela pertenceu a meu avô e logo mais para meus pais e tios, peguei informações com eles quem seria esse vendedor e me informaram que o apelido dele é Tatá e me lembrei imediatamente dele. Uma pessoa muito boa e trabalhou muitos anos com vendas de sorvete. Está vivo e mora na Vila Martins.

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    Comentário por Wagner Faveron Pelarigo — janeiro 16, 2016 @ 14:03 | Responder

    • Oi Wagner!
      Tomei muitos sorvetes na Nevada. Tinha a matriz que ficava na Avenida 8 com a rua 2 e mais perto de minha casa, na Vila Nova, havia uma pequena filial. Acho que era na Rua 8-A com a Avenida 50-A, salvo engano.
      Bom saber que o Sr. Tatá ainda está firme e forte.
      Um abraço.
      Augusto

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      Comentário por Augusto Martini — janeiro 18, 2016 @ 8:44 | Responder

  5. […] Leiam também: Grupo Escolar da Vila Alemã, em Rio Claro/SP – atual E.M. Djiliah Camargo de Souza […]

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    Pingback por Encontro de 50 anos – alunos da EM Dijiliah Camargo de Souza | A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini — dezembro 15, 2019 @ 14:28 | Responder

  6. Bom dia , fiquei muito feliz ao localizar esta matéria, fui aluno no curso primário na inauguração desta excelente escola e tive os excepcionais professores na primeira série Professora Cecília, na segunda série Professora Meire , na terceira série Professora Izaltina e quata série Professora Sônia, e o Diretor Sr Glória que me ensinou a jogar xadrez para disputa dos jogos escolares..

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    Comentário por MARCOS ANTONIO DOS SANTOS — fevereiro 1, 2021 @ 13:49 | Responder

    • Boa tarde Marcos Antônio.
      Fico feliz que o texto tenha lhe trazido boas recordações.
      Abraços.
      Augusto

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      Comentário por Augusto Jeronimo Martini — fevereiro 1, 2021 @ 16:49 | Responder

    • Eu estudei com vc Marcos. Nossa quanto tempo, muito bom

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      Comentário por Elza lopes — junho 4, 2022 @ 20:30 | Responder

      • a turma era muito boa Elza e a escpça também, tive contato somente com a professora Sônia, a Professora Meire morava perto da escola e a professora Izaltina não tive mais contato.

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        Comentário por MARCOS ANTONIO DOS SANTOS — outubro 3, 2022 @ 13:26

  7. Parabéns pela iniciativa de resgatar nossas melhores lembranças e estudamos juntos e lembro de você Augusto e espero que lembre de minha pessoa também, abraços

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    Comentário por MARCOS ANTONIO DOS SANTOS — fevereiro 1, 2021 @ 14:11 | Responder


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