Escrevi o post anterior falando das caminhadas que faço pelo centro de São Paulo aproveitando o horário de almoço. Em meu roteiro está a Casa da Imagem, inaugurada com esse nome em novembro de 2011.

Casa da Imagem
Fica pertinho do Pateo do Collegio e é parte integrante do Museu da Cidade de São Paulo. Com uma estrutura diferente de outras instituições públicas, o Museu da Cidade tem sua sede no Solar da Marquesa de Santos (construção vizinha à Casa da Imagem), porém fazem parte dele 13 obras arquitetônicas de valor histórico, social e antropológico. Distribuídas pela cidade, as casas datam do século XVII em diante, e foram agrupadas como acervo do museu com o intuito de preservar a memória das técnicas construtivas aplicadas em cada época, bem como os diferentes modos de vida do paulistano.
Conhecida também como a Casa nº 1, o imóvel que hoje abriga a Casa da Imagem foi erguido em 1880, depois da demolição do imóvel anterior, feito de taipa de pilão no século XVII (a data correta é imprecisa, mas segundo a Prefeitura, há referências sobre a casa que datam de 1689).
O imóvel que foi demolido e que ocupava o terreno anteriormente tem história bem curiosa: foi residência, colégio, casa de saúde e hotel, até ser derrubado e reconstruído.
Depois de ser vendido para a Prefeitura no final do século XIX, o novo prédio teve usos múltiplos, e na década de 1970 tornou-se sede do Departamento de Patrimônio Histórico do Município, que iniciou a pesquisa para a restauração do imóvel. Foi transformado em sítio arqueológico, até ser reformado e adaptado, nos anos 2000, para uso do público. Tenho uma amiga rio-clarense, a arqueóloga Marizilda Couto Campos, que trabalhou por lá nessa época. Toda a história da Casa pode ser conferida no site da Prefeitura.
Hoje, a Casa da Imagem é importante aparelho cultural e de pesquisa da cidade, apesar de pouco conhecida. Mas isso pode mudar! Num esforço de valorizar e trazer a público os acervos pertencentes ao governo, a coleção de 84 mil fotografias foi tratada e acomodada, e encontra-se disponível em um banco de dados online. Essas fotografias, de valor documental inestimável, tratam da metrópole e de suas transformações nos últimos 145 anos.
A título de curiosidade, uma consulta no acervo online pode ser muito prazerosa e gratificante: fotografias do século XIX, feitas por Militão Augusto de Azevedo, mostram o início da cidade, com ares de cidade de interior, que em nada lembram a São Paulo louca de hoje. Locais bem conhecidos, como o Jardim da Luz, o Largo de São Bento e a Praça da Sé, se mostram irreconhecíveis! Nomes importantes da fotografia nacional, como Marc Ferrez, Benedito Junqueira, Aurélio Becherini e Guilherme Gaensly, compõem o rico acervo, que visa não só a preservação, como também a difusão da produção de artistas até antes ignorados ou pouco conhecidos na história da fotografia da capital.
Além de ser palco de exposições de fotografia, a casa dá lugar à obras de arte contemporânea que trabalham com outras linguagens, como o vídeo e a instalação. É interessante ver a interação entre a arquitetura antiga do do prédio e essas obras. O espaço da casa não é pensado como um local estático de memórias, e sim um lugar aberto e dinâmico onde história, lembrança e contemporaneidade caminham juntos.
Quando estiver por ali, visite também o edifício vizinho, o Solar da Marquesa de Santos e o Páteo do Collégio.
Se você não conhece o centro histórico de São Paulo, visite o site oficial de turismo da cidade de São Paulo – nele há sugestões de roteiros a pé pela região.
Casa da Imagem

Casa da Imagem (esquerda) e Solar da Marquesa de Santos (Direita)
Endereço: Rua Roberto Simonsen, 136-B – Centro – São Paulo- SP
Horários de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas
Telefone: (11) 3106 5122
Entrada gratuita e livre para todos os públicos
www.casadaimagem.sp.gov.br
Consulta ao acervo: Terça a domingo, das 9h às 17h
Obrigado por assinar o meu blog! Espero que goste!