Câmbio de moeda em Buenos Aires – trocando reais por pesos argentinos

Estive na Argentina em Julho passado (Córdoba e Buenos Aires) e hoje recebi uma mensagem de uma amigo que me perguntava sobre o câmbio por lá. Para quem não sabe, há o câmbio oficial e o paralelo. Muitas vezes vale mais à pena você trocar dólares por pesos, ao invés de reais por pesos, porque os dólares são mais valorizados que o real no câmbio paralelo.

Já estive seis vezes em Buenos Aires e o meu ponto de troca mais frequente é a Calle Florida onde há diversas casas de câmbio que trocam no “paralelo”, sem falar no povo na rua oferecendo “câmbio, câmbio, câmbio” a cada segundo. Já li na internet alguns relatos de gente recebendo notas falsas. Eu nunca tive esse problema.

Um caos tomou conta do mercado de cambio da Argentina, pois há alguns meses o governo nacional decidiu controlar a saída de moedas estrangeiras. Para nós, os turistas, pouco muda: você pode chegar com reais e comprar pesos em qualquer casa de câmbio, apenas apresentando o RG ou Passaporte. E a cotação do real estava muito boa nessa minha última viagem, conforme relatarei abaixo.

O grande problema para os Argentinos, segundo a proprietária de um dos apartamentos que aluguei, é a operação reversa. Para comprar reais ou dólares, eles precisam fazer um cadastro prévio na AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos), levar a passagem para provar que sairá do país, mostrar como conseguiu o dinheiro e ainda assim só podem comprar uma parte do salário em moeda estrangeira.

Agora, quem vai para lá, como turista, não terá problemas. Segundo a pessoa com quem conversei, o objetivo desse caos é evitar a fuga de moedas – portanto, se você é de fora e colocar seu dinheiro dentro do país, sempre será bem recebido e pode conseguir pesos em qualquer lugar. Mas troque só o necessário, já que será complicado conseguir reais outra vez, caso sobre.

Mas onde trocar o seu dinheiro? As cotações variam tanto que você pode perder muito se não tiver atenção. O melhor lugar onde tem as casas de câmbio oficiais é a Calle Sarmiento – entre os número 300 e 400, esquina com Reconquista, perto da  Calle Florida, no microcentro. Lá você encontra várias casas de câmbio e bancos que mostram as cotações em TVs voltadas para a Calle (rua), facilitando a pesquisa para quem busca a melhor cotação.

Você também pode descobrir as principais cotações de moedas em tempo real através do site Dólar Hoy e depois fazer uma pesquisa no Google para descobrir como chegar no banco (neste caso, veja antes se ele atende ao público “comum”). Em Buenos Aires os bancos atendem entre 10h e 15h – alguns até às 17h. Dizem que o Banco de La Nación e o Banco Piano são os que possuem a melhor cotação.

Nos finais de semana os bancos fecham e a opção passa a ser as casas de câmbio, que, por estarem em vantagem com o fechamento dos bancos, acabam pagando menos que o valor real.

Como disse no início desse post, eu sempre troco a moeda no mercado paralelo nas lojas da Calle Florida ( e nunca diretamente na rua onde ficam os que estão falando “câmbio, câmbio”) e nunca tive problema.

Minha dica –  ir na Galeria Boston, que fica na Calle Florida, 142, loja 36, que se chama Boston Cash. Descendo a escada que fica logo na entrada da galeria, é só virar à direita e você vai ver a fila de turistas trocando dólares ou reais.

Para você ter ideia se compensa ou não comprar no paralelo, no dia que cheguei em Buenos Aires, 09 de julho passado, comprei um pouco pesos no caixa eletrônico do Banco de La Nación do Aeroparque (apenas o suficiente para chegar até o apartamento que aluguei). A cotação foi de R$ 1,00 = $ 3,70 pesos. No dia seguinte descobri a Boston Cash e a cotação estava  R$ 1,00 = $ 4,90 pesos. Assim, trocava um pouco de reais a cada dois dias. Peguei algumas variações: 4,80, 4,90 e 4,95.

Para saber a cotação mais atualizada do câmbio paralelo, há vários sites que indicam o valor do “dólar blue” e do “real blue”. A denominação “blue” significa que é o valor praticado no mercado paralelo. Eu consultava as cotações diárias no Câmbio Justo, em cujo site dá para se ter uma noção de quanto está valendo cada moeda no câmbio paralelo. Eles até fazem a troca de dinheiro para os turistas, cheguei a tentar, mas há limites mínimos para conseguir uma boa cotação e os horários deles nunca eram bons, por isso achei muito mais prático ir até o câmbio da Rua Florida.

Tem alguma boa dica sobre o câmbio em Buenos Aires? Deixe-a registrada aqui!