Em Palermo, um extenso bairro de Buenos Aires, convivem duas zonas de marcante diferença arquitetônica: Palermo Chico, onde se destacam os lagos e os grandes parques, e Palermo Viejo, um tradicional vizinho de ruas largas e antigas casas, quase todas enormes.
Palermo Chico: esta pequena zona se caracteriza por sua exclusividade e pelas poucas lojas e comércio. Suas ruas se apresentam em forma circular, quase formando um pequeno labirinto. Ao recorre-las se pode observar os suntuosos palacetes de arquitetura francesa com amplos jardins.
Palermo Viejo é um antigo bairro formado por largas e arborizadas ruas que nos últimos anos tem se convertido em um bairro muito atrativo, tanto para os portenhos como para nós, os turistas. Este bairro se encontra, por sua vez, dividido em Palermo Soho e Palermo Hollywood e lá tem se desenvolvido uma ampla gama de propostas gastronômicas, comércios de design de moda e decoração.
Antigamente, eram só os jovens que se interessavam por Palermo, interessado nos bares, nas lojas “descoladas” e nos programas típicos de adolescentes, ou dos recém-saídos dessa fase. Depois, chegaram viajantes, e portenhos, apaixonados pela comida, atraídos pela quantidade crescente de restaurantes, nos mais diversos perfis, que não param de abrir as portas. Mas, agora, Palermo é um bairro autossuficiente, turisticamente falando. Com a proliferação de hotéis, a liberação do Aeroparque para voos internacionais e a chegada de um ótimo time de lojas de ponta de estoque é possível não sair de Palermo pra nada. Conheço muito brasileiros que vieram para morar e não querem sair nunca mais de lá!
Se o bairro já é há algum tempo uma referência nos quesitos vida noturna, gastronomia e compras – roupas, acessórios, objetos de decoração e itens de design, além de obras de arte, – faltavam bons hotéis para um público de perfil mais exigente que jovens mochileiros. Agora não mais. Aos poucos vão chegando ótimos hotéis, nunca muito grandes. E se estiver por lá, aproveite a Plaza Serrano (ou Cortázar), epicentro da vida boemia do bairro, com excelente seleção de restaurantes, bares descolados e lojas que funcionam até tarde nos fins de semana.
O traço mais marcante da hotelaria de Palermo é a união de dois conceitos de hospitalidade, que muitas vezes andam juntos: se mesclam os conceitos de butique e design — os hotéis do bairro geralmente são pequenos, com cerca de 20 ou 30 quartos, ou menos ainda, e uma clara preocupação em serem diferentes, com decoração original, objetos modernos e, muitas vezes, seguindo temáticas. Hoje já são mais de 20 nesse estilo, e a quantidade não para de crescer. Muitos deles, quase todos, possuem bons ou excelentes restaurantes. Também há os hotéis friendlys, buscando atingir cada vez mais o público gay.
Gosta de comer carne? Então, experimente a parrilla Don Julio (ou a Miranda, ou La Cabrera). Mas há também cozinha peruana no Osaka, que funde as tradições andinas do país com as nipônicas. O Olsen serve comidas nórdicas, e o Armenia já revela no nome a origem da cozinha, ao passo que o Sudestada passeia pela culinária asiática, como a vietnamita, especialidade do Green Bamboo. Para quitutes árabes, o Al Shark e, para os indianos, o Mumbai. Quando falamos de cozinha contemporânea, a lista de boas casas parece não ter fim: Casa Cruz, Crizia, Hernán Gipponi, Tegui, Bar Uriarte. Viu só? Tem comida para todos os gostos e bolsos!
Se o seu negócio é fazer compras, além da tradicional oferta de lojas de roupas, objetos de design e galerias de arte, Palermo se converteu também na principal referência portenha quando o assunto são outlets. Se por um lado a inflação dos últimos anos fez de Buenos Aires uma cidade bem mais cara (quase tudo dobrou de preço no período), as pontas de estoque ainda são uma ótima opção de compras, e começam a fazer grande sucesso.
A maior parte dessas lojas está concentrada em Palermo, na parte mais alta do bairro, compreendida entre as avenidas Córdoba (que tem muitos desses endereços) e Scalabrini Ortiz, e as ruas Aguirre e Gurruchaga (também repleta dessas lojas), alcançando ainda algumas vias adjacentes. Esta área concentra diversas lojas, desde marcas internacionais, como Lacoste, Christian Lacroix e Puma, até algumas grifes argentinas, que merecem ser exploradas, principalmente por conta de artigos de couro, como casacos, sapatos, botas e bolsas. Também há ótimos livrarias em Palermo, como a Eterna Cadencia, e boas lojas de discos, DVDs e artigos de papelaria, que fazem imenso sucesso e se convertem em ótimas lembrancinhas de viagem.
Deu para perceber que Palermo é um bairro imenso, com opções descoladas, parques fantásticos e restaurantes idem, não é? Complementando o citado no início desse texto, Palermo tem seis áreas: Palermo Soho que é a zona nos arredores da Plaza Serrano, que oficialmente é chamada de Plazoleta Cortázar, epicentro do agitação do bairro, animado de segunda a segunda, à noite, e, nos fins de semana, a partir do começo da tarde, quando artistas exibem os seus trabalhos ali. Ao redor da praça há vários bares, que nos fins de semana se transformam numa espécie de Feira Hype portenha, com barraquinhas e araras cheias de peças disputadas por turistas e moradores estilosos.
Naturalmente, esse perfil se expandiu para outras partes do bairro, do outro lado da linha de trem que corta Palermo em dois. Cruzando a Avenida Juan B. Justo chega-se a Palermo Hollywood, depois de uma curta caminhada, que deve ser feita apenas durante o dia e com cuidado, porque, apesar de receber tantos turistas, há ruas pouco movimentadas, alvo de ladrões que agem de moto, em dupla, mesmo à luz do dia: o garupa salta e, sem usar arma, arranca os pertences do turista, principalmente câmeras, celulares e bolsas, e corre para o veículo, saindo em disparada. Por isso, andar sozinho e distraído, pode ser perigoso. Quem mora em São Paulo sabe muito bem como funciona o esquema. Então, fique atento!
Na parte baixa do bairro estão os Parques de Palermo, conjunto de áreas verdes, como o Jardim Botânico (fantástico), o Zoológico, o Jardim Japonês e o Parque Tres de Febrero, ótimos para caminhadas tranquilas, e sempre uma boa pedida para os quem viajam com crianças (além do zoo, ali está o planetário). Complementando o passeio, em Palermo encontramos o Malba, sempre uma visita imperdível, mesmo quando peças importantes, como “Abaporu”, obra de Tarsila do Amaral, estão viajando emprestadas a outros museus. Sou um apaixonado por Palermo e seus parques. Daqui uns anos quero morar aqui e minha residência será em Palermo, com toda a certeza!
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