Namaskar!
“Podemos sorrir, respirar, andar e comer as refeições de uma forma que nos permite estar em contato com a abundância de felicidade que está disponível. Nós somos muito bons em nos preparar para viver, mas não muito bons em viver. Sabemos como sacrificar 10 anos por um diploma e estamos dispostos a trabalhar muito duro para conseguir um emprego, um carro, uma casa, e assim por diante. Mas temos dificuldade de lembrar que estamos vivos no momento presente, o único momento que existe para estarmos vivos. Cada respiração que tomamos, a cada passo que damos, pode ser cheio de paz, alegria e serenidade. Precisamos apenas estar despertos, vivos no momento presente.”
Dia 5 de junho foi a data escolhida para celebrar anualmente o Dia Mundial do Meio Ambiente.
O Dia Mundial do Meio Ambiente começou a ser comemorado em 1972 com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente e alertar o público mundial e governos de cada país para os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do meio ambiente.
Fotos de Marcos Alves
Foi em Estocolmo, no dia 5 de junho de 1972, que teve início a primeira das Conferências das Nações Unidas sobre o ambiente humano (durou até dia 16) e por esse motivo foi a data escolhida como Dia Mundial do Meio Ambiente. Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas para o Dia Mundial do Meio Ambiente são uma maneira de dar idéias para atividades de conscientização das populações e de proteção do meio ambiente.
Esse ano o tema terá foco voltado para a mudança climática e será: “Aumente sua voz, não o nível do mar”, com base na designação da Organização das Nações Unidas de 2014 como o Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
Como a data está próxima e o tema em voga, quero escrever sobre um lugar em Porangaba, interior de São Paulo e que tem um “q” de paraíso. Foi com Karuna, amiga e mãe de espiritualidade, junto com um grupo de amigos idealistas, que acreditam no futuro da humanidade, que conheci o Parque Ecológico Visão Futuro em meados de 2001 onde fiz um curso de Biopsicologia e quando recebi o meu nome espiritual – dado pelo monge Dada Diipajinananda – que é: Achintya. No sânscrito significa inconcebível; incompreensível; inexplicável. A título de Brahaman, porque a mente não pode conceber a sua natureza.
O paraíso a que me refiro fica no alto de uma colina na cidade de Porangaba – município de pouco mais de oito mil habitantes, muitos deles vivendo na área rural e que abriga a sede dos estudos sobre o indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB), que é hoje uma alternativa de medição de bem estar das pessoas – é um indicador sistêmico que leva em conta questões subjetivas e é composto por nove dimensões: bom padrão de vida econômica, boa governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, uso equilibrado do tempo e bem estar psicológico.
Numa casa em formato hexagonal — considerado mais orgânico —, dentro de uma ecovila, mora a mulher considerada a expert do FIB no Brasil. Antropóloga e Psicóloga formada pela Universidade de Harvard e doutora em Psicologia Transpessoal pela Universidade de Greenwich, a americana Susan Andrews (Didi Ananda Mitra) veio ao Brasil pela primeira vez em 1992 para participar da Eco-92, e nunca pegou o avião de volta. Encontrou seu lugar na pequena Porangaba, pôs-se a estudar a educação para a felicidade e tornou-se uma referência no assunto. Ela é a paz em pessoa. Ao andar, parece levitar.
É mais ou menos 20 minutos de estrada de chão que separam a rodovia Castelo Branco da Ecovila Visão Futuro. O cheiro de mato e o frio de montanha no caminho vão anunciando o que espera o visitante. O silêncio invade os portões da ecovila. Ela emana paz!
Logo ao chegar, o que se vê é uma casa pequena, em formato hexagonal, localizada no topo do morro e é uma das salas onde são realizados cursos de biopsicologia. Quase todos os finais de semana, a ecovila recebe pessoas de diferentes formações para aprender técnicas de harmonização psíquica, física e energética. Os interessados são professores, psicólogos, mas também engenheiros, advogados, etc. O curso inteiro tem 350 horas e é realizado em fins de semana espaçados ou em semanas inteiras de imersão. Mas nem todo mundo aguenta até o final porque percebem que a vivência não é para eles.
Niels Gudme está por lá desde o início. Ele entrou na empreitada com a Susan, quando, com patrocínio do governo da Suécia, tinham nas mãos apenas nove hectares de terra, um único alojamento com sete quartos e a ideia de transformar o lugar num modelo de desenvolvimento rural integrado, conforme a filosofia do mestre indiano Prabhat Rainjan Sarkar, meu mestre espiritual também.
Vinte e dois anos depois, a ecovila tem hoje cem hectares e 12 moradores, quase todos funcionários do próprio parque. Com a receita dos cursos, a ecovila mantém uma escola para cerca de 20 crianças da região, a partir dos três anos de idade, que têm um aprendizado muito diferente da pré-escola tradicional. Eles têm alfabetização regular, mas a partir da contação de histórias, e do contato. Brincam em roda, aprendem lições por meio de teatro e música, colocam a mão na terra, aprendem a relaxar, respiração profunda até a se automassagearem.
A ecovila faz captação de água da chuva para abastecer os sanitários e tenta reciclar lixo ao máximo. Parte da energia vêm do módulo solar e um catavento para energia eólica. Mas eles ainda não são autossuficientes, nem em termos de energia, nem de alimentação. Essa é a meta para os próximos anos. Lá não se come carne, numa dieta lactovegetariana, e boa parte dos alimentos usados na cozinha do chef Luiz Carlos Cardoso vêm da horta cultivada com técnicas agroecológicas. As crianças da escola não deixam de comer cachorro quente, só que Luiz Carlos fez uma adaptação com carne temperada de soja. O chef é artista plástico e também está entre os amigos de Susan convidados para fundar a ecovila.
Como a maioria das construções, a casa de Luiz tem formato hexagonal, o que, para eles, pode facilitar a circulação de energia por ser um formato mais orgânico, no lugar de quadrados ou retângulos. Mas os materiais usados na maioria das casas são comuns: cimento e cal. Com uma proposta de arquitetos ligados à bioconstrução que conheceram a ecovila por meio dos cursos, isso deve mudar. Estão construindo um modelo de casa que é de pedra sobre pedra, por encaixe, e sem cimento. Numa das paredes colocaram tocos descartados de madeira de eucalipto com vidro quebrado. E cada parede vai receber um tipo de bioconstrução. O cimento e cal serão usados de forma racional.
Texto baseado em artigo de O Glogo, de 08/05/2012
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