Em sânscrito o Yôga é união e nidra, sono. Assim Yoganidra é o “sono profundo” do praticante de Yôga, um estado interior onde o corpo físico se encontra completamente descontraído, a mente ocupa-se com imagens positivas e não nos envolvemos com emoções conturbadas. Apesar do nome se referir ao sono, a consciência está plenamente desperta.
No nível físico o relaxamento a que ele induz produz a total descontração da musculatura. As emoções e preocupações do dia a dia produzem contrações musculares que podem se tornar crônicas. Através da localização da consciência e da mentalização você elimina a tensão excessiva de cada parte do corpo. Além disso, o relaxamento após a prática de Yôga nos auxilia a assimilar a energia e os benefícios produzidos pelas ásanas. Isto acontece porque ao descontrair, permitimos uma melhor circulação da energia.
Esta técnica atua também no plano emocional. Ao entrarmos em relaxamento nos distanciamos de problemas e emoções desarmonizadas espairecendo a cabeça e conseguindo olhar os fatos de uma maneira mais objetiva. Relaxando, conferimos ordem aos pensamentos.
Na esfera mental o Yoganidra ativa o cérebro dando maior rapidez e mais clareza ao raciocínio. Os passeios que fazemos pela paisagem da mente estimulam a criatividade e abrem caminho para explorarmos novas potencialidades. Com os pensamentos tranquilos, somos capazes de penetrar num profundo estado de paz interior.
Durante o relaxamento é muito comum experimentarmos sensações incômodas. Algumas vezes parece que existe uma formiga andando sobre a pele, outras vezes sentimos uma irresistível coceira no nariz e algumas pessoas relatam que têm vontade de se levantar pois sentem muita ansiedade ao tentarem se relaxar. Tudo isso é natural pois não estamos habituados a ficar “parados” e essas sensações desaparecerão se você persistir na prática.
Nossa sociedade valoriza demais a atividade desenfreada. O que conta é produzir, fazer e acontecer. Assim, nosso cérebro fica programado para uma ou mais atividades e não nos permite nem um minuto de descanso. Quando paramos para descontrair ele nos bombardeia com coceiras, imagens desconexas, inquietude, etc. Mas, onde está escrito que não temos o direito a relaxar? Quem decidiu que a descontração é um pecado? Vamos começar a reconhecer o valor do relaxamento e da “passividade” pois é durante este estado de descontração que surgem as ideias mais brilhantes e as soluções mais criativas. Se a atividade no mundo objetivo é importante teremos que reconhecer que ela é, na verdade, apenas o fruto da atividade interna que alcançamos quando relaxamos.
Outra dúvida frequente é se podemos dormir no relaxamento. Poder pode, mas não devemos dormir! Não que haja algum inconveniente, mas se você adormecer ou deixar o pensamento disperso estará perdendo todas as mentalizações e reprogramações positivas que fazemos nesse exercício. Para permanecer acordado basta que você se concentre na voz de seu instrutor de Yôga, ou no CD que está rodando e lhe induzindo a relaxar. Participe ativamente do relaxamento criando as imagens e experimentando as sensações que seu instrutor ou o CD indicar.
Dicas para fazer um relaxamento profundo
Visualizar uma paisagem que você conheça ou não. Crie o máximo de detalhes possível e sinta-se nesse lugar.
Imaginar que você está numa sala preenchida por luz azul. Você inspira essa luz, deixa que ela relaxe seu corpo e a devolve para o ambiente expirando.
Sentir-se flutuando no espaço tal qual um pássaro.
Sentir-se que está deitado na areia de uma praia, sentindo o calor que vem da areia e ouvindo o ir e vir das ondas.
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