Copa do Mundo chegando, Jogos Olímpicos em seguida. Dois grandes eventos que estão fazendo o Rio de Janeiro delirar. Há dois anos atrás o Rio já estava em uma lista como uma das cidades mais caras do planeta para estrangeiros. E com isso, a população local continua sofrendo os efeitos do que claramente é uma bolha de preços insustentável no longo prazo.
Grupos organizados de indignados se organizam nas redes sociais para denunciar os preços abusivos. O Somos um Rio Surreal , comunidade criada por Toinho Castro, está no Facebook e tem uma nova moeda de câmbio para a capital mais turística do Brasil: o “surreal” – um cruzamento óbvio entre as palavras “real”, que é o nosso dinheiro, e “surrealismo”, o movimento artístico simbolizado por Salvador Dalí, cuja imagem aparece nas cédulas e moedas virtuais. Há também o Rio $urrreal Não Pague .
Outros estados também criaram formas de protestar, como o Boicota São Paulo, BH $urreal, o Brasília $urreal e o Espírito Santo $urreal. São pessoas organizadas em grupos que não têm medo de mostrar as fotos e nomear os locais com preços extorsivos.
O Ministério do Turismo também lançou uma campanha para o turismo a um preço justo. Este é o propósito da campanha “Jogo Limpo” . O objetivo da ação é estimular viajantes a consumir de modo consciente produtos e serviços relacionados ao turismo. Entre eles, diárias de hotéis, bilhetes de companhias aéreas, tarifas de restaurantes e demais serviços, públicos e privados.
A Prefeitura do Rio publicou um decreto criando a Frente Municipal de Combate às Práticas Abusivas, que informará vendedores e consumidores sobre práticas irregulares, passando ainda a uma segunda fase em que multas serão aplicadas aos infratores.
No Rio, não se aplicam as lógicas de mercado e sempre está no ar o “fator Copa” que provoca abusos de preços ante o olhar perplexo de milhões de cariocas.
Para quem quer poupar em alimentação, o supermercado é a melhor opção. Nos quiosques das praias de Copacabana ou Ipanema, o coco gelado beira os 6 reais e alugar um guarda-sol pode custar mais que 15 reais. Em qualquer bar da zona sul, o normal é não pagar menos de 6 reais por uma cerveja pequena ou 5 reais por um café. E se o objetivo for uma refeição é pior ainda! O Jornal Nacional divulgou recentemente o que poderia ser considerado o cúmulo da especulação: em um restaurante de Copacabana uma omelete feita com 6 camarões e quatro ovos custa 99 reais. Um sanduíche misto quente chega a 17,90 reais, enquanto um croissant recheado com presunto e queijo sai por 25,90 reais.
Um trajeto de táxi do Leblon até o centro (pouco mais de 13 quilômetros) não custa menos de 35 reais. Mas, hospedar-se é, sem dúvida, o campeão da especulação no Rio. As 34.000 habitações ofertadas nos hotéis da cidade parecem não cobrir a crescente demanda e isso leva a uma enorme escalada de preços. A tarifa média de um quarto em 18 de junho próximo, quando se enfrentarão no Maracanã as seleções da Espanha e do Chile, chega a 1.520 reais. Um apartamento de três quartos com vista para o mar na Avenida Atlântica, em Copacabana, (não mobiliado) é anunciado nessas mesmas datas por 2.850 reais por dia.
Outro anúncio mostra um apartamento de três quartos no Leblon por 16.000 dólares para todo o mês da Copa do Mundo. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, um apartamento de luxo custa 250.000 reais durante o mesmo período.
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