A Simplicidade das Coisas — Augusto Martini

outubro 21, 2013

A deliciosa simplicidade da infância narrada por uma de minhas irmãs – Tereza – Parte 6

COMO DIZIA MINHA AVÓ: PIANO, PIANO, SE VÁ LONTANO… Parte 6

…. continuação

Lá em cima na estrada, na entrada do sitio, tinha a escolinha onde estudavam meus primos e as crianças dos sítios vizinhos. Era formada por uma grande sala e só tinha uma professora que dava aulas para a primeira, segunda e terceira series e sempre alguém ia busca-la de carroça em Ajapi e depois ia levá-la, porque ela vinha da cidade de ônibus e o ponto era bem longe. Antes de começar as aulas ela sempre descia na casa da minha avó para tomar café com leite e pão feito em casa. Pão esse amassado pela tia Leonor – que ainda hoje os faz e que são uma delícia! Lá no sítio ela fazia uma receita logo com cinco quilos de trigo e explico porque tanto – dava muito trabalho para esquentar o forno que ficava em um ranchinho do lado de fora da cozinha da minha avó. Era um forno feito de tijolos e barro, no qual se colocava lenha dentro, acendia-se o fogo. Quando ficavam só as brasas e estava bem quente a tia Leonor tirava as brasas e as cinzas e colocava os pães para assar em cima de folhas de bananeira. Quando os pães estavam assados e o forno ainda estava quente ela tirava os pães e enchia de amendoim em casca para torrar, os quais depois guardava em uma cesta e meu avô os comia a noite, depois da janta, sentado no degrau do murinho da área. E a gente também ajudava, é claro!

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Minha mãe, Maria Angela Graciolli com sua irmã, Joana Nathalina Graciolli.

Como eu já disse a terra do sítio de meu avô não era boa para plantação. Só tinha um pouco de pés de café – eram umas poucas fileiras de pés de cada lado da estrada que descia para a casa e perto da escolinha. No meio dos pés de café sempre plantavam abóboras e melancias. Ah, e passando o cafezal plantava-se muitas vezes amendoim ou feijão. 

A criançada sempre ia ajudar a plantar amendoim. Um dos meus tios ia na frente com um riscador puxado por um cavalo fazendo o risco na terra. E nós, cada um com sua latinha cheia de amendoins, íamos jogando as sementes no risco e meu avô vinha logo atrás jogando terra, empurrando-a com o sapatão para cobrir as sementes e ia falando: “quero todos assobiando”. Porque se estivéssemos assobiando não estaríamos comendo os amendoins!

Outra coisa gostosa era quando a gente pedia para minha avó deixar a gente ir buscar melancias. Ela dizia: “peguem só as que estiverem maduras! Não vão estragar!” Então lá íamos nós subindo correndo pela estrada para buscar as melancias. Lá as frutas não eram grandes, vermelhas e doces como são agora. Eram redondas e um pouco maiores que uma bola de futebol. Quando nós chegávamos minha avó cortava uma ao meio e repartia para dois de nós. A gente pegava uma colher e corria sentar no degrau da área para comer melancia de colher. Íamos tirando a poupa e a casca ficava parecendo uma tigela. Era uma delícia. Quem nunca comeu melancia de colher, experimente pra ver como é bom!!!

Continua…

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